Voltamos para a nossa tenda sendo escoltados por alguns aldeões. Assim que ficamos a sós, eu explodi. Empurrei Karl contra a parede de madeira e apertei o seu pescoço usando meu antebraço.— Ei, ei, ei, ei, ei! — ele gritou, assustado, ficando sem ar.
— O que, diabos, aconteceu lá, Karl? — eu praguejei, transmitindo todos os meus sentimentos para a força usada contra o seu pescoço.
— Baker! Para! — ouvi Carter mandar enquanto me puxava pela cintura — Que merda é essa? — perguntou quando finalmente conseguiu me afastar.
— Ele estava com a garota cinco minutos antes dela ser atacada! — apontei para o menino que avaliava o próprio pescoço com uma careta de dor.
— O quê? — Carter franziu a testa e olhou para o Karl, esperando por sua confirmação.
— Eu não sei do que ela tá falando — ele mentiu na cara dura, me fazendo avançar novamente em sua direção.
Carter se colocou no caminho e me segurou antes que eu chegasse perto o bastante dele para acabar com o seu discreto sorriso cínico.
— Você estava transando com aquela mulher antes dela ser atacada! — eu o acusei.
— E o que tem de errado nisso? Você também estava transando com o senhor capitão aí — o seu comentário fez com que Carter me soltasse de vez.
— Você sabe que estávamos mentindo — eu rebati entredentes.
— Estavam mesmo? — ele perguntou sarcástico — depois daquele beijão, eu tenho as minhas dúvidas.
— Fodam-se as suas dúvidas, Karl, você estava por cima daquela mulher. Como ela apareceu morta cinco minutos depois? — eu perguntei, mas não dei chance para que respondesse — Você não tava com cara de quem já tinha terminado, quando eu vi vocês dois, e você estava por cima, então se vocês fossem atacados...— eu parei de falar quando meu raciocínio foi além — Você a jogou para o morto para conseguir fugir, não foi? — eu perguntei incrédula quando finalmente entendi o que aconteceu.
— Isso é ridículo e você sabe disso — tentou fugir do assunto.
— Responda logo, Karl — Carter ordenou irritado.
— Tá legal! — ele bufou — É claro que eu a usei para escapar, eu precisava me salvar! — admitiu.
— Seu filho da...— Carter me segurou novamente quando tentei bater no Karl, que recuou alguns passos.
— Ei, o que você esperava? Que eu ficasse de braços cruzados, esperando ser estraçalhado? Além do mais, o que os meus pais iriam achar do filho que morreu transando? — ele se defendeu — Bom, até que não seria uma morte tão ruim assim — ele pensou alto.
— Você matou uma inocente! — Victoria o acusou, pasma.
— Ei, ei, ei! Muita calma nessa hora! — ele pediu e olhou para nós — eu não matei ninguém. E nem tive culpa do buraco de onde aquele troço saiu.
— Não, não teve — eu concordei e o Carter tirou as mãos do meu corpo.
— E como você saberia disso? — ele perguntou desconfiado.
— Porque eu sei quem fez o buraco — confessei, ganhando a total atenção dos meus colegas.
— E quem fez aquilo? — Margot perguntou.
— Aiken.
— Aiken? — Victoria repetiu para confirmar. Assenti.
— Um dos gêmeos? — Amon quis identificar. Assenti novamente.
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Ninka Baker e Os Recrutas
Ciencia FicciónQuinhentos anos após uma terceira guerra mundial sangrenta que levou a humanidade perto de sua extinção, o mundo se tornou um lugar totalmente diferente do que conhecemos atualmente. Uma terra onde a tecnologia e os costumes primitivos andam lad...