Quando eu era pequena, as pessoas me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Dos três até os seis anos, eu dizia que seria uma princesa. Mais tarde, quando eu adquiri certa consciência, percebi que aquilo era impossível e decidi que gostaria de ser uma veterinária. Alimentei essa ideia até os quatorze, mas parou por ali. Aos dezoito, quando notei que ser modelo também não me traria um futuro promissor, cursei letras na faculdade.
O meu pai sonhava em ter uma filha que tivesse a abreviação de doutora antes do nome, mas não lhe dei esse orgulho. Por um lado, foi ótimo. Descobri que nasci para lecionar e crianças são a maior paixão da minha vida. Invejo a inocência delas e saber que posso ajudá-las a adquirir sabedoria, me trás uma sensação de realização.
Minha mãe com certeza estaria muito orgulhosa de mim, afinal, ela sempre me apoiou e alimentava meus sonhos sempre que eu tinha um. Ela me comprou uma coroa de diamantes quando soube que sonhava em ser uma princesa, ficou encantada quando mudei os planos para veterinária e encheu nosso quintal de animais diversos. Tínhamos até uma alpaca e dois pôneis! E quando eu fiz quinze anos e jurei que daria certo como modelo, ela contratou o melhor fotógrafo de Nova York para fazer meu álbum comercial. Mas, meses depois um câncer no cérebro a levou embora da minha vida.
Acho que desisti da carreira de modelo por isso também. Aqueles sonhos não faziam sentido sem ela.
Mas, atualmente estou realizada com a minha carreira. Hoje é início do ano letivo e meu quarto ano como uma professora formada, provavelmente minha data favorita! E como se fosse uma tradição anual, lá estava Matt Donovan na porta da minha sala, segurando um buquê de lírios alaranjados e me olhando com aqueles olhos azuis lindos.
- Bom dia, Anne. - Ele adentra a sala, me entrando as flores. Lhe agradeço com um sorriso, porque nunca sei o quê responder. - Vim apenas desejar que você tenha um bom primeiro dia de aula. Sei que as crianças são muito agitadas nesse dia.
- Obrigada, Matt! Você é um doce. - Ele parece com o ego inflado e preciso segurar uma risada.
- Quais foram as flores dessa vez? - Uma voz feminina invade a minha sala e respiro aliviada quando reconheço minha irmã na porta. - Uau, lírios laranjas! Você se superou esse ano, Matt.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cassie • ZM •
FanfictionAnne O'Neil esconde seu passado turbulento com muito trabalho e se mantendo o mais longe possível de seu pai abusivo. Após uma gravidez indesejada na adolescência e consecutivamente a morte de seu filho, ela se vê diante de uma depressão profunda, s...