Anne O'Neil esconde seu passado turbulento com muito trabalho e se mantendo o mais longe possível de seu pai abusivo. Após uma gravidez indesejada na adolescência e consecutivamente a morte de seu filho, ela se vê diante de uma depressão profunda, s...
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Passei todo o final de semana tentando me reconciliar com a Cassie, depois de ter sido tão egoísta com ela. Fiquei ao seu lado a todo momento, assistimos filmes, cozinhamos e desenhamos juntos, o que fez minha garotinha ficar mais leve e risonha.
Desde que peguei os problemas de Anne para mim, não tenho dado atenção para outra coisa que não fosse aquilo. Não sei como fui capaz de jogar Cassie para escanteio, ela é responsável por me fazer ser uma pessoa melhor e sem tê-la ao meu lado, tenho sido insuportável nos últimos dias e percebi só agora.
Provavelmente cada funcionário daquele prédio quer a minha cabeça, gritei o máximo que pude ao longo da semana passada, fui grosso com quem não merecia e devo ter despedido cinco pessoas nos últimos dias. Eu só estava uma pilha por Tyler ter ido para o Estados Unidos no meu lugar, eu queria estar lá e descobrir alguma coisa, mas ele tomou frente da situação e apenas me ligou quando já estava em Nova York.
Talvez isso seja apenas uma crise de ciúmes porque, mais uma vez, ele parece a um passo a frente de mim. Ou quem sabe é porquê ele vai descobrir primeiro algo que eu venho procurando sozinho há semanas. Eu deveria conversar com a Anne e lhe dar a notícia de que sua filha está viva, mas Tyler com certeza fará isso antes mesmo que eu me dê conta.
E graças a minha ignorância nos últimos dias, também me afastei consideravelmente da minha namorada. Então, se Tyler chegar com uma notícia dessas, depois de quase dez anos sumido, Anne pode surtar, principalmente se souber que estou junto nisso. Que eu lhe escondi algo tão sério!
Na segunda-feira, eu passei todo o dia pensando em como acertar minha rotina. Eu preciso mandar mais orfanatos para Tyler, mas passo o meu tempo livre pesquisando sobre isso e perco a hora no trabalho. E foi dessa forma que eu deixei minha família de lado, então pensei um pouco mais, louco para achar uma solução.
Kendra surgiu na minha sala com o meu café e foi como se uma lâmpada acendesse sobre a minha cabeça, como num daqueles desenhos animados de televisão.
- Aqui está o seu café, Sr. Malik. - Ela deixa a bandeja sobre a minha mesa. - Duplo e descafeinado.
- Obrigado. - Eu resmungo, tentando encontrar um jeito de lhe pedir esse favor. - Hey, eu preciso que você faça algo para mim.
- É só pedir. - Seu sorriso enorme fica a mostra e eu rio baixinho, porque esperava por aquilo.
- Eu quero começar a organizar um projeto para o final do ano, como nós sempre fazemos aqui na empresa. Preciso de orfanatos para arrecadar fundos e toda aquela novela de sempre. Preciso que você pesquise orfanatos no Estados Unidos, mais precisamente Nova York, e mande os nomes para esse e-mail. - Lhe entrego um papel, com o e-mail de Tyler.
- Hum... Tyler? É aquele homem que estava com o senhor naquele dia? - Kendra pergunta com um leve interesse na voz, lendo o papel que acabei de lhe entregar.
