Anne O'Neil esconde seu passado turbulento com muito trabalho e se mantendo o mais longe possível de seu pai abusivo. Após uma gravidez indesejada na adolescência e consecutivamente a morte de seu filho, ela se vê diante de uma depressão profunda, s...
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Cassie estava ansiosa pelos parabéns, então quando ela se distraiu com Cole e suas amigas, parti casa a dentro a procura de um isqueiro. Como eu estava evitando Zayn e sabia que ele ainda estava na cozinha, subi as escadas em direção ao seu quarto.
Assim como no porta-luvas do carro, ele guarda um isqueiro e uma caixa de cigarros ao lado da sua cama. Havia sentido falta de estar ali e sinto uma saudade imensa quando entro no cômodo. As nossas noites de prazer ainda estão frescas na minha memória, seus lábios pelo meu corpo e os olhos esbanjando paixão enquanto ele fazia amor comigo.
Cada cômodo dessa casa me lembra uma época em que as coisas eram mais simples entre nós. Não gosto de fazer essa comparação, porque eu nunca abriria mão da verdade sobre a minha vida, mas é inevitável não pensar em como nós éramos antes disso.
Balanço a cabeça, tentando não pensar em nós dois e em como aquela era uma lembrança dolorosa.
Encontro o isqueiro exatamente onde procurei de primeira. Me preparo para sair do quarto e ensaio o sorriso perfeito para continuar alimentado a minha personagem sorridente, mas meus pés travam no chão quando me deparo com Zayn na porta.
Ele está tão lindo quanto eu me lembrava, porque pela primeira vez no dia eu o olho de verdade. Passei toda a manhã desviando meu olhar, então é um alívio poder lhe avaliar agora.
- Será que podemos conversar? - Sua voz rouca me causa um reboliço gostoso no estômago. Para ser sincera, até esse detalhe nele me excita.
- Estava planejando cantar os parabéns agora, então nós podemos fazer isso mais tarde. - Tento fugir outra vez, mas Zayn bloqueia minha saída com seu corpo esguio e engulo as palavras com sua aproximação.
- Anne, eu tenho tentado respeitar seu espaço e comecei devagar, com os jantares e as flores, mas eu não posso fazer isso mais. - Tomo coragem para erguer o rosto, encontrando seus olhos castanhos implorando para que eu fique. Meus ombros caem e perco a postura diante dele, então Zayn sabe que não irei a lugar algum. - Por favor, babe. Me escuta.
Prendo a respiração, sentindo meu corpo inteiro adormecer com o apelido que escapou dos seus lábios. Dois meses sem ouvi-lo dizer aquilo me afetou mais do que posso explicar, porque não gosto muito quando ele me chama pelo nome. Soa vazio e nada carinhoso, mesmo que pareça loucura.
- Eu não posso vir aqui e despejar desculpas em cima de você, porque feridas não se curam apenas com desculpas! Na verdade, não existe motivo no mundo que explique machucar alguém que se ama. Então, o que posso fazer é tentar explicar porque agi de forma tão errada. - Me concentro no que ele tem a dizer e abro meu coração, talvez assim suas palavras me curem por dentro. - Antes da Cassie eu era alguém de quem não me orgulho. Eu estava machucado por ter pedido pessoas que amava e tentei fazer com que todos a minha volta sentissem as mesmas dores que eu. Deixei meus pais extremamente preocupados, minhas irmãs exaustas por tentarem me ajudar e me afundei em problemas que não consigo ao menos pensar hoje em dia. E então veio a Cassie, foi como se eu tivesse enterrado aquele homem medíocre que existia em mim antes dela. Eu nunca me preparei para a Cassie conhecer seus pais biológicos, então foi difícil quando seu pai jogou a verdade na minha cara.
