Capítulo 23 - Mãe?

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" Eu estou pensando em todas as coisas que acontecem na vida das pessoas. Que as unem ou as separam.
Os milhões de pequenos eventos, coincidências... as forças exteriores.
(Saul - Homeland)

...............*...............

ANNE

Era isso... depois que minha mãe morreu era isso que ele quis dizer.

"Como vou contar isso sozinho agora, meu amor?"

Foram as palavras ditas por ele, enquanto abraçava o caixão da minha amada mãe.

Não entendi aquilo, mas agora...Tudo fazia sentido. As brigas deles de madrugada em que eu ouvia meu nome, mas fingia não escutar e dormia...

Sempre me apoiei nela, ele sempre estava viajando a trabalho, mas quando voltava me abraçava e me trazia um presente de seja lá onde ele esteve. Via nos olhos dos dois quando se encontravam que eram apaixonados. Era aparente.

Depois que ela se foi, ele mudou muito comigo.
Estava sempre triste e distante, quando disse que ia para NY, ele sorriu (queria que achasse que estava feliz com isso, mas sabia que não estava, queria sua filha ao seu lado) não foi se despedir de mim no aeroporto. Por (quase) 2 meses não falou comigo.

Quando vi "Pai❤️" na tela do telefone, achei que era para dar notícias, falar que estava bem... Me enganei.

Pai - Eu... Eu achei sua mãe. - Paro de respirar por alguns momentos e vejo tudo rodar. Minha mãe morreu em um acidente... Não é possível ela estar viva.

- Pa... Pai... minha mãe está MORTA. - Junto forças para dizer aquilo, ainda doía.

Pai - Eu sei filha... só que você é adotada - NÃO, eu estava sonhando, eu ia acordar e riria daquilo tudo. - Eu queria te contar quando fosse mais velha, mas sua mãe biológica quer te ver... Me desculpa eu... Eu te ligo mais tarde para conversarmos direito. Mas, por favor não esqueça que eu te amo... - antes dele terminar desligo o telefone, não queria mais ouvir aquilo, eu comecei a suar frio. Parecia tão real, como todos os sonhos anteriores, por favor seja só um sonho.

Bernard me olha com desespero, vejo tudo rodar, NÃO.

Ele corre para a cozinha e pega água, eu bebo querendo que fosse um sonho. Minha vida virou do avesso nos últimos dias, não duvido nada que seja real, mas a vontade de ser um sonho é maior que tudo.

- Na primeira gaveta da minha cômoda, a senha é 445877, você vai saber o que pegar quando ver. - junto minhas forças e falo aquilo, espero que ele saiba o que tem que pegar.

Ele volta correndo com exatamente o que queria, um medidor de pressão de dedo.
Pego da sua mão e coloco, infelizmente (como eu imaginava) minha pressão estava baixa.

- Não é um sonho é? - Falo fraco depois de um tempo tentando controlar as batidas rápidas do meu coração e também da minha respiração.

Ber - Desculpa amor, - Amo quando ele me chama assim. - Não é um sonho. Sinto muito. - Ele me abraça e consigo sentir sua respiração pesada. - Quer mais água? - ele pergunta enquanto ainda estávamos abraçados.

- Seria bom. - Ele se levanta e vai até a cozinha, voltando com um copo de água

Ber - Como funciona isso? - ele aponta para o meu dedo. Explico como funciona detalhadamente, até como sei que a pressão estava baixa.

Do Outro Lado do VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora