Capítulo 76

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Olhares vazios, sem fé
Vampiros nos mesmos lugares
Sombras, traços
Eu sei que você me entende, você está

Correndo, correndo, correndo, correndo
Andando por aí com todos os seus amigos falsos
Correndo, correndo deles
Você pode se despir sem mostrar a pele, eu

Eu consigo ver que você está com medo de suas emoções
Eu consigo ver que está esperando que não esteja sem esperanças
Então, porque você não pode me mostrar isso?
Porque você não pode me mostrar isso?
Eu posso ver que você está procurando por distrações
Eu posso ver que você está cansado de atuar
Então, porque você não pode me mostrar isso?

Quem é você no escuro? (eu, eu)
Me mostre as partes mais assustadoras (eu, eu)
quem é você quando são 3 da manhã e você está sozinho
E Los Angeles não te faz se sentir em casa? (eu, eu)
Quem é você no escuro?

(In the Dark - Camila Cabello)

.............*.............

ANNE

Eu já estava quase cavando um buraco no chão da sala de espera, enquanto quase perdia todos os fios do meu cabelo.

Sinceramente, eu até aprendi a controlar minhas emoções e alguns outros sentimentos super confusos, mas se tem uma coisa que eu nunca vou aprender a controlar é a minha ansiedade.

Eu já estava sem unhas, meus dedos estão em carne viva, e o próximo alvo é meu cabelo loiro super maltratado e bem estranho. Meu namorado me acompanha com o olhar, tão aflito quanto eu mas tentando se distrair com o celular às vezes.

É engraçado pensar que, quando você passa mal e vai parar no hospital são outras pessoas que estão ocupando esse espaço, ficando aflitas por você. Mas na vida os papéis uma hora ou outra vão se inverter.

Você agora acha sua mãe/pai meio chatos às vezes por não deixar você fazer determinadas coisas, certo? É, eu sei.

Mas, em algum momento da sua vida você vai entender o que passa na cabeça deles, e vai ser você que vai cumprir esse papel. Tudo não passa de um teatro, e às vezes, você assume o papel de outra pessoas.

Por vários motivos, alguns até ruins.

Eu paro imediatamente, e até dou um pequeno passo para trás quando uma silhueta bem familiar para à minha frente.

Ber - Eu odeio te ver assim - Ele sussurra, embora não tenha motivos para isso acontecer agora, já que as únicas pessoas que estão nos acompanhando estão muito distraídos para nos observar. - Sem falar, que sua aparência está péssima - Sorrio, sabendo que ele não se importa com isso, já que ele já me viu muito pior que agora, ele só está preocupado com a minha saúde.

- Eu só... - Começo, depois de dar um longo e pesado suspiro, mas sou interrompida assim que uma de suas mãos pousa em minha bochecha e seus olhos me encaram, melancólicos.

Ber - Eu sei... - Eu parei de prestar atenção no mundo, a nossa volta, prestando atenção apenas no calor da sua mão que invadiu meu rosto e percebendo seus olhos vacilantes e que se mexiam freneticamente.

Ele quer chorar;

Ele sabe a dor que eu estou sentindo;

Ele está pensando na mesma coisa que eu;

Do Outro Lado do VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora