15 - Tranquilidade

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Saímos pela manhã, Mari está melhor, pego o carro antigo do meu avô, ele é velho, mas é grande e está bom o suficiente para uma viagem. Mari está no banco de trás, pan está ao seu lado, eu dirijo, e Wolf está no banco do passageiro, quero que fiquem bem, acho que o conforto é essencial para uma boa viagem. Estamos chegando na saída da cidade. Continuamos pela estrada, e vou dirigindo, passamos por paisagens no mínimo, exóticas. Marina acorda e vejo-a pelo  retrovisor. Ela esta com a janela um tanto aberta, o vento de cheiro salgado bate em seu cabelo escuro o fazendo esvoaçar. Seus olhos estão maiores, ela está impressionada, talvez pela imensidão do mar, se não me engano ela nunca foi a praia. Ou talvez pela paisagem mesmo, como uma coisa que é um tanto bonita sozinha, mas a imensidão dela e linda.
Árvores, água, o mar, como ele me faz refletir como somos pequenos, ele cobre boa parte do planeta, mas é tão gostoso sentir seu cheiro, sim o cheiro do sal, pode até ser que a maioria das garotas não gostem por que estraga o cabelo, unhas, enfim, é uma coisa maravilhosa, é, quase como se estivesse vivo, talvez como se fosse o disfarce perfeito, ele parece morto, tanto sal, mas por baixo é vivo, talvez mais que a terra. Pensar nisso me distrai, afinal faltava cerca de trinta minutos para chegar, porem agora percebo que estamos a apenas um quilômetro da praia.
- Galera, acordem, estamos quase chegando.
Pan espreguiça de tal maneira que eu sinto inveja, ele dorme tão bem, tão despreocupado, quase como se não houvesse perigo, como se não estivéssemos vivendo o que vivemos, no governo de Edgar, onde ele foi torturado, quase morto, e quase perdeu quem esteve ao lado dele quando eles precisavam um do outro.
Já Wolf está sempre alerta, como se sua vida inteira ele não confiasse em ninguém, seu estado alerta é ao mesmo tempo preocupante e aliviador, saber que alguém sempre está alerta.
- Esse banco dói minhas costas. - Pan,
Olho com reprovação.
Bom, onde parei? Sim, é como se ele estivesse sempre protegendo quem ele ama, por não mostrar sentimentos. Sim, ele está sempre assim pelo fato de que, ele sempre está nos protegendo.
- Obrigado Wolf - Digo.
- Pelo quê?
Olho com um olhar que ele entende, por que foi o mesmo olhar no dia do treinamento da Mari, aliás, que só para deixar bem claro, quase morri.

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora