Uma Questão de Honra

28 - Riscos

Mari está no setor médico. Não sei como contar isso a ela. Eu não sei nem como eu reagiria se fosse comigo. Entro no setor. Mari está cuidando de um dos pacientes que se feriu durante o desabamento do teto na invasão. O homem parece se recuperar bem. Mari sai do seu lado e vem sorridente em minha direção.

- Vamos descer. Minha mãe quer falar com a gente.

Mari não fala nada. Seu semblante fica sério. Chegamos em frente a sala. Ao abrir a porta Wolf está sentado sobre a mesa, e minha mãe está sentada em sua cadeira. Eu sinto que isso não vai ser exatamente bom.

- Mari, nós descobrimos a identidade do ciborgue. – Karina

- Enquanto eu lutava com ele eu acabei descobrindo algumas manias e percebi que já havia lutado com ele antes.

- Eu acho... Que também sei quem é... – Mari diz com rouca e trêmula. – É... Meu... Pai?

Ficamos em silêncio. Mari cai de joelhos. Ela percebeu no dia. Talvez alguma coisa a fez perceber. Eu não sabia como ela ia reagir. Eu imagino que deve ser difícil saber que seu pai é algo como um inimigo. Talvez sua decisão de permanecer em silêncio foi a melhor. Wolf não tinha certeza, assim como Mari também não. Então ambos não preocuparam a todos. Wolf e Mari perceberam pela sua ligação com Sully ser mais forte. É o pai de Mari e mestre de Wolf.

- Eu quero pedir um favor. – Mari diz se levantando, enquanto lágrimas correm por seu rosto, ela cambaleia e está tremendo. Seu sorriso é forçado, mas ainda sim é reconfortante ver que ela sorri em frente a dificuldades. – Vamos resgatá-lo.

Assentimos com a cabeça. Havíamos resolvido isso antes de contar a ela. Mas já que Mari está mentalmente bem, ainda, será mais fácil do que ter uma pessoa em choque na equipe.

Passou-se uma semana desde a reunião, e planejamos um ataque a base tática avançada do governo. Esse ataque começará de dentro para fora. Nori vai nos manter informados do departamento em relação a sua localização exata, rotina e segurança. Logicamente que a segurança será elevada. Sua localização é óbvia para algo "secreto" é sua rotina é a pior situação possível. Levaremos armas tranquilizantes e armas de verdade, o time de extração não deve matar nenhum homem. Eles são cegos pelo composto. O composto é uma substância que todos do médio e baixo escalão do governo, posições de projetos e manufatura, ou seja, os trabalhadores simples que são mandados, devem tomar para obedecer cegamente o alto escalão, como uma lavagem cerebral profunda. Como são mandados, eles não tem culpa do que vai acontecer ali. Será uma extração dupla, tanto Sully, quanto Nori serão retirados. O plano foi dividido em três partes, tendo duas alternativas. As três divisões do plano são infiltração, localização e retirada. Não sairemos de lá sem cumprir as duas primeiras partes. Será um pouco mais fácil devido a Nori trabalhar lá e poder nos ajudar com ambas as partes. Porém até a metade da localização os Guardas nos detectarão. Mas a partir do momento que eles nos detectarem devemos ser o mais ágeis possível. A missão tem tempo previsto para cento e vinte minutos. E será feita em dois dias.

- Glitch. Minha espada está pronta?

- Falta um ajuste. – Ele continua olhando para a tela do computador e digita freneticamente em um computador. – Pronto. A insígnia está fundida a espada. Não será tão eficaz quanto a insígnia, mas suas habilidades serão potencializadas também. Isso é um protótipo ainda. Não o sobrecarregue.

Aceno com a cabeça.

Pego a katana. Coloco-a na bainha que está fixada ao meu uniforme em minha cintura. O uniforme tático é composto por fibra Kevlar e fibra de carbono, em proporções diferentes nas diferentes regiões do corpo. O total é quase um colete a prova de balas, enquanto os braços e pernas são resistentes, mas não impedem o movimento. Não há capacete em meu uniforme. Apenas uma máscara com o espaço dos olhos e nariz (se alguém souber o nome dessa mascara por favor comenta).