16 - Ressurgindo dos Mortos

31 5 4
                                    

Saímos do carro, e piso na areia, Mari esta saindo do carro ainda, e Wolf ja esta em pé com um sorriso contido.
- Eu vi
Ele olha com o canto do olho para mim. Eu não ligo.
Olho para um canto da praia, vejo a cabana de madeira que já pude chamar de Lar. Mari olha para mim, ela não sabe essa parte da minha historia, mas com tudo isso acontecendo ela vai ter que conhecer.
Ando em direção para a cabana, subo os dois degraus da varanda, como antigamente o segundo degrau range.
Uma mulher com uns 50 anos aparece por trás da tela da porta.
- Me desculpe, meu amigo está um pouco louco. - Mari
Olho para Mari com olhar de desprezo, mas na medida certa.
- Tudo bem, esse garoto desde pequeno foi doidinho mesmo.
- Oi Mãe.
Abraço-a, Mari olha para mim confusa, ela achava que minha mãe estava morta desde que eu tinha dois ou três anos.
- Mas... Você... Não... Estava... Morta?
- O tio de Anthony achou melhor assim, ele teria uma vida mais tranquila, e também nos não podíamos deixar de cumprir a promessa para os seus pais.
- Tio?
- Martin é meu tio... - Admito
- Sim, isso eu já sabia, e vendo sua mãe ele era irmão do seu Pai.
- Tem horas que você é irritante Mari. Serio...
Ela ri.
- De qualquer jeito, como ele está. Anthony?
- Bem, sempre do mesmo jeito.
Ela olha para mim, com um sorriso contido, ela está se desculpando, por tudo, essa foi a primeira vez que a vi depois daquele dia.

Memorias Tony

O dia chovia, estava nublado, mas era claro, o dia era como se pedisse desculpa para mim.
- Tony, a mamãe te ama!
- Você não pode ficar?
- Desculpa Tony, não posso.
A voz masculina falou ao meu lado.
- Tony, eu e a mamãe precisamos ir, mas nós amamos muito você.
- Eu também amo vocês.
Lembro que ainda estava de pijama, os olhos coçavam, e meu ursinho de pelúcia era quase do meu tamanho. Ela se virou de costas e foi andando em direção a porta. Mas antes de fechar, eu vi, tatuagens acinzentadas e azuis. Em um garoto de quinze anos aproximadamente. Ele carregava apenas uma katana, preta e vermelha.

***

Meus olhos estão lacrimejando, minha mãe vem e me abraça, eu não a culpo. Não foi culpa dela.
- Então Anthony – Minha mãe continua. – Martin mandou alguma coisa?
- Na verdade, eu vim aqui por que eu estava ficando muito desfocado, e sei que essa área é bem... Tranquila.
- Disso você pode ter certeza.
- Mari, Tony! – Pan Grita do lado de fora da casa.
- Rápido, se escondam – Mãe.
- Calma Srª. Strang, são nossos amigos.
- Amigos? – Ela praticamente na porta.
Minha mãe abre a porta e o vento com odor salgado entra pela sala de estar. Pan se vira para ela.
- Perdão, eu estou procurando por uns amigos... - Eu apareço a porta. – Esquece, já achei.
Pan vira de costas e grita:
- Wolf, achei os dois.
Wolf anda lentamente em nossa direção.
- Estranho.
- O que mãe?
- Eu conhecia um Wolf há alguns anos... na época ele tinha uns 15 anos. – Ela vê Wolf - Ahh meu Deus! É ele!
- Como?
- Eu não sei, ele parece estar mais novo mas é ele!
Wolf chega até a escada da cabana, olha espantado.
- Karina?
- Espera um pouco! – Pan interfere – eu estou entendendo direito? Já tinha ouvido boatos que Wolf havia lutado na revolução, mas... quer saber, expliquem-se!

Memórias Wolf

Nós estávamos no final da luta contra as tropas de Edgar, é um pouco nublada essa parte, mas, estávamos nós cinco. John, Ângela, Sully, Karina e... eu. Era a parte mais sangrenta da batalha, corpos se amontoavam ao nosso redor, mas não tinha problema, não eram pessoas, não mais, eram... clones. Por isso usam máscara até hoje... Os GG, eles são androides, são robôs, uma produção tecnológica que age como um humano, mas na verdade, não passam de brinquedinhos para suprir as necessidades de Edgar, somente o líder de cada esquadrão é humano, por isso tem um controle na roupa. Eu só me lembro que os supostos corpos se amontoavam. Até que... franco-atiradores. Eles mataram Ângela, e Sully, mas eu, Karina e John conseguimos achar uma proteção, um prédio em ruínas estava convenientemente perto, e então tudo aconteceu, o chão caiu, e John foi sugado para dentro. Eu e Karina tentamos, mas não conseguimos mais achar ele. Então corremos, voltamos para um lugar seguro, e só então entendemos o que havia acontecido. Merda! Era a princípio uma missão de reconhecimento, mas se eu não tivesse sugerido atacar, não teria acontecido tudo isso.
***

Marina está abraçada em mim. E vejo algo que achei que seria impossível. Wolf solta uma lágrima. Minha mãe também está chorando.
- Mari, eu... me desculpe, a morte de seus pais foram culpa minha! – Wolf se joga no chão, como sinal de arrependimento.
Mari solta meu corpo, se vira para Wolf, anda até ele. Encosta sua mão em seu ombro.
- Obrigada! – Mari o levanta e abraça. – Agora eu sei o que aconteceu de verdade.
Wolf fica surpreso, acho que é a primeira vez que alguém faz isso com ele, afinal a única pessoa que podia fazer isso era Mari, ela está dizendo: “eu te perdôo”.

---

Agora as pedras do xadrez começam a se movimentar. Espero que estejam aproveitando! E sim, ainda tem muuuuuuito pela frente! (Deixem sempre o feedback para que eu temha como "ver" o que vocês acham!♥️)

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora