Narração: Mari
Após 3 horas discutindo, não conseguimos chegar a uma conclusão. Pan estava em um nível de euforia que não consigo explicar, sua expressão estava fora de limites.
Saindo da sala eu andei até o elevador, ao apertar o botão, a porta se abre com Wolf e Tony no elevador.
- Estávamos procurando você – Tony diz com um sorriso.
- Eu acabei de sair da reunião. Pan ficou eufórico.
- Aquele carinha é meio empolgado com coisas que ele gosta. - Wolf
- Carinha?
Wolf gesticula uma altura próxima da minha, mas um pouco mais baixa. Dou uma risada contida. Agora que parei pra pensar, Pan realmente é baixinho.
- Como vocês nunca perceberam que o Pan é baixinho? - Wolf
- Ahh, sei lá, eu nunca noto nesse tipo de coisa. Mas por quê estavam me procurando?
- Estamos começando um golpe de estado, entre aspas. - Tony
- O quê?
- Tony está com umas ideias malucas. Mas que podem dar certo. - Wolf
- Vamos para fora. - Tony
Entramos no elevador e Tony aperta o botão do primeiro nível. Ao chegar, saímos do elevador e subimos por uma escada que sai em um túnel, o mesmo pelo qual entramos aqui. Pegamos um vagão e vamos em direção oeste.
Após alguns minutos chegamos a uma estação, e sue aspecto não é muito agradável. Várias pichações e frases contra Edgar. Apesar de serem as mesmas frases que ouvimos dos rebeldes, é um lugar um tanto sinistro. Saímos do vagão, e chegamos a uma estação, é uma parte muito antiga. Provavelmente de antes de nosso pais. Seus ladrilhos brancos estão na verdade cinzas devido a imensa quantidade de poeira e sujeira.
Há uma escada, que subimos. Wolf nos guia. Ele conhece bem esse local. Ao chegarmos no nível superior, nos deparamos com uma cidade cheia de plantas e musgos. Construções que estão em ruínas. A luz do luar torna essa cena melancólica. Imagino como deve ter sido essa cidade antes de tudo isso. As pessoas andavam por aqui com amigos, compras... Amores.
Andamos até a porta de um prédio, Wolf a abre, e a segura para que Tony e eu entrarmos. Wolf passa por nós e começa a subir pela escada no fundo do saguão coberto por um carpete vermelho e moveis de madeira empoeirados, alguns cobertos com lençóis brancos, outros ainda cobertos pela metade, como se tivessem sido examinados. Wolf sobe a escada em espiral aberta que é destaque no saguão, e subimos até o mezanino. A madeira, apesar de velha e empoeirada era de uma alta qualidade. Esse prédio devia ser algum tipo de estadia de luxo ou algo do tipo, e hoje só junta poeira.
- Eu ainda não entendi o que é essa cidade... – Digo.
- São ruínas do mundo antigo. Há uns cem anos o mundo não tinha os mesmos problemas de hoje, e quando as pessoas viajavam, ficavam em lugares como esse, os nomes eram... Hotéis, eu acho.
- Mas, por quê o mundo ficou assim? - Questiono Wolf que me passa a sensação de conhecer bem o local, e até a história.
- Bom, pra começar, o desenvolvimento da medicina. A cura de doenças que antes eram incuráveis, depois o prolongamento da vida humana, de uns setenta para noventa anos em média.
- Mas isso foi bom não foi? - Não consigo entender como isso seria ruim.
- Com a medicina avançando, e poucas pessoas morrendo, alguns problemas começaram a surgir. Primeiro, a medicina avançou, a comida não, então muitas pessoas começaram a morrer de fome, e pessoas mais ricas, não queriam se rebaixar para dividir o que tinham. Era o que chamavam de mundo bipolar, por quê, muitos tinham pouco e poucos tinham nada, e não chegavam a um consenso. Com isso, o mundo foi diminuindo a população, por que certos problemas que não eram resolvidos pelo desenvolvimento continuaram. Enfim, os pobres foram morrendo e ficou uns vinte por cento da população mundial, sendo que agora a população não era dividida em ricos e pobres, mas ricos e menos ricos, resolvendo entre aspas a questão de desigualdade, mas como agora essa população tinha o conhecimento por mais tempo, o desenvolvimento foi muito mais acelerado, isso resultou em guerras, muitas brigas, população que diminuía constantemente, isso e outros fatores, criaram a nossa sociedade. Sendo direto, essa é a história dos últimos, sei lá, setenta e cinco anos.
- Wolf, eu não sabia que você era... Inteligente – Tony diz debochando mas internamente admirado.
- SEU MERDINHA! EU AINDA TE MATO. - Wolf rosna realmente bravo.
Anthony gargalha, e não consigo deixar de rir um pouco também, e mesmo Wolf vendo a situação por um outro ângulo ri um pouco.
Começamos a subir uma infinita escadaria. O vidro que rodeia a escadaria está muito sujo, mas ainda conseguimos ver através dele, a rua pela qual entramos no prédio. Subimos uns quinze andares, e chegamos ao terraço.
-Eu vinha aqui quando tinha uns quatorze anos. – Wolf diz – Faz um bom tempo que não venho, por sinal.
- Também, velho desse jeito. - Tony começa a provocá-lo. Wolf olha com desprezo, mas não responde nada.
Ao chegarmos no ultimo andar, continuamos por um corredor, ate chegar a uma porta que da em uma escada escura. Subimos novamente, e encontramos uma porta metálica. Ao abri-la, estamos no terraço, um espaço gigantesco, estamos em uma das extremidades, e olhando para a frente há uma árvore. Seu tronco é um tanto diferente. Gigantesco, deve ter uns três metros de diâmetro.
Wolf se aproxima do tronco. Ando atrás dele. Subimos no tronco da árvore, e então percebo que esse tronco atravessa a rua e chega ao prédio em frente. Andamos até o meio do tronco e nos sentamos. A vista é maravilhosa. Continuo a imaginar como era a vida daquelas pessoas, o que faziam, como comiam, como amavam, como saiam para se divertir.
- Vocês já pararam pra pensar como eles viviam? O quão grande tudo isso era? - Pergunto sem perceber o quão forte minhas palavras são.
- Devia ser bom não viver como somos obrigados. - Wolf
- É... – Tony.
- Tony, daqui a pouco o sol vai nascer... E ainda não me explicaram como querem sabotar a Karina.
- Bem... – Tony considera bem, acho que como exatamente vai me explicar – Eu estava conversando com o Wolf, e se não agirmos logo, a resistência vai ser exterminada, o tempo vai acabar matando todos nós.
- A força de Edgar é mais resistente que a nossa... - Wolf concorda.
- Então, precisamos mover as coisas para que possamos agir agora enquanto ainda temos forças. - Tony
- Bem por baixo dos panos... Isso é sujo. – Vejo o olhar de Tony parar de brilhar com minha resposta. – Mas eu gostei.
Tony abre um sorriso. Eu entendo que isso vai ser o melhor para a Resistência, mas precisamos ser menos óbvios e também não podemos movimentar as coisas rápidas demais.
Uma brisa gelada acaricia meu rosto. Um feixe de luz aparece do horizonte. Seu brilho é magnífico. Sua cor é etérea. Esse momento é interrompido por Wolf.
- Mari, tenho que te perguntar uma coisa. Como você sabe lutar?
- Eu tenho memória fotográfica. Lembro de muitas coisas, e lembrei de minha mãe lutando.
- Faz sentido, quer dizer, não muito, mas explica muita coisa...
- E eu tenho uma pergunta para você Wolf. Você disse que na missão era de reconhecimento, meu pai foi sugado por uma explosão subterrânea, mas Karina contou que ele foi achar o franco-atirador.
- Na verdade eu não me lembro muito daquele dia, eu, acabei esquecendo o que realmente aconteceu, eu me lembrava de uma explosão, e ele desaparecendo, mas isso deve ter acontecido antes talvez. Na realidade, aconteceu como a Karina contou, ela refrescou minhas lembranças...
- Entendo. Nosso cérebro pode brincar com a gente as vezes.
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Oi Pessoas!
Como eu disse, vou postando de duas em duas semanas, e como prometido, de segunda kkk.
Espero que tenham gostado do capítulo, mesmo ele sendo mais parado, mas não se preocupem, no próximo, eu diria que o mundo começa a desabar de vez.
Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de votar, por quê ajuda DEMAIS!!!!
Nos vemos na próxima!
Renan S. Pietroniro
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Uma Questão de Honra
AventuraVivendo sob um governo opressor, dois jovens tentam mudar a história de sua vida lutando. Fatos que ocorreram durante a subida ao poder desse governante cria relações inimagináveis de força conjunta entre resistentes ao governo. Marina e Anthony são...