21 - Volta

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- O que tem a ver os cabelos? - Martin pergunta
- Olhe o formato que os cabelos caíram
Martin olha para o chão.
- Como você fez isso Magic?
- Não posso falar. Seria revelar um segredo meu.
Martin esbraveja para sí mesmo. Rio da cara de Martin, sua expressão é cômica.
- Vamos até a outra base. - Minha mãe diz.
- Mas e a Mari? - Pergunto
- Ela ja viu tudo. Eu mandei darem um visor para ela. Acabaram de me avisar que ela esta descendo aqui. Pegamos o elevador junto com ela.
Andamos até o elevador que está a alguns metros atrás de mim.
- Não fique covarde Tony! Eu estarei esperando para te treinar.
Faço um gesto de positivo com a mão para ele. Magic pega cartas, e as lança, um medo cresce em meu corpo, nao sei onde ele está lançando essas cartas, sei que ele não erra. Mas até onde ele nao me mataria? Em que momento ele me deixaria de ver como um aprendiz e começaria a ver como um inimigo? Eu não quero estar de um lado que não seja o dele, para nao ter que enfrentar um monstro desse.
O elevador chega. Quando a porta abre vejo Mari. Ela sorri abertamente para mim.
- Você queria treinar com ele não queria?
- Sim.
- Mesmo por um monitor eu te conheço bem. - Ela ri.
Por um momento me pego dando um pequeno sorriso. Entro no elevador, e descemos até uma sala apertada, um espaço um tanto escuro e úmido, Mari deve estar odiando isso, mas eu até que gosto de um ambiente assim, ajuda em combate. Ao passar por um pequeno túnel entramos em um saguão com uns trilhos metálicos. Wolf e Pan estão aqui, portanto acredito que seja hora de já voltarmos até a cidade. Um pequeno carro de metrô aparece ao fundo, transporta umas doze ou quinze pessoas apenas, ele vem se aproximando devagar, e para logo a minha frente. Subo no pequeno vagão, e sento, Mari senta ao meu lado. Ela tenta esconder suas pernas, tem alguns hematomas pelas suas coxas um pouco acima de seu joelho. Seu short um pouco mais curto mostra parte de suas coxas, nao está vulgar, mas ela quase não usa roupas assim.
- Você se machucou?
- A luta contra o Wolf foi um pouco mais tensa que eu imaginei.
- Mas e o composto?
- Ele não funciona com hematomas, teria que cortar para passar o composto e fazer a reconstrução dos tecidos.
Apoio minha cabeça em seu ombro.
- Obrigado.
Ela se movimenta, sei que olha para mim.
- Eu quero agradecer a você. Por ser minha amiga!
Ela levanta minha cabeça. E segura meu rosto ternamente.
- Eu que preciso te agradecer. Por TUDO. Você é uma base para eu estar viva Tony, sem você eu... Nao sei nem se... Estaria mais viva... Ou se não teria me mudado para outra parte do país.
Meus olhos se enchem de lagrimas.
- Eu sei que você se arriscou por mim. Deve ter sofrido do seu tio por não obedecer uma ordem direta. E ainda se queimou no ambiente da escola por se tornar meu amigo. Eu... Quero pedir desculpas, mas quero agradecer também... Eu quero agradecer mais do que me desculpar.
- Mari, você é minha amiga. Nao me importo, de se necessário, morrer pelos meus amigos. Logico que prefiro não chegar a esse ponto, mas se for necessário, eu vou fazer. Você me deu esperança, uma grande esperança de que podemos mudar o mundo. De que podemos ser mais que apenas pessoas sobrevivendo, de que podemos ser donos da nossa própria vida, não que eu acredite em destino, mas a ideia de liberdade, ainda esta latente em mim. Por causa de você. A minha fé na humanidade, o meu abrigo. Mari, eu te amo, uma grande amiga como você. Do tudo o que eu precisei. E mesmo em três anos, foram os melhores, nao vivi muito ainda, mas uma vida sem você, seria como uma terra sem sol, e uma amiga como você que me da forças de levantar para mudar o mundo.
- Eu também te amo Tony!
Ela me abraça e apoia sua cabeça em meu ombro. Me viro e vejo Wolf limpando uma lagrima atrás de mim. Sorrio para ele. Ele se vira e fala:
- Muito Melado.
- Wolf. Isso se aplica a você e ao Pan também. Não falo isso pelo fato de conhecer a Mari por mais tempo, mas por que sou amigo dela, e vocês também são meus amigos. Eu amo vocês também.
- Vai se lascar. - Wolf levanta a mão na altura do rosto. Ficamos em silencio a partir daí. Visto que estavamos sozinhos nessa parte do vagão, me senti mais confortável em dizer issi tão abertamente.
Em menos de cinco minutos chegamos a uma segunda estação, saímos do vagão, e subimos as escadas e saímos em um túnel, ao andar pelo mesmo, chegamos ao centro de controle, sob o CoolBar.
- Já sai aqui? - Mari pergunta.
- Aparentemente sim. - respondo
Alguns olham para nos como se tivessem visto um fantasma. E não me surpreende. Lutamos com duzentos por cento de nossas forças la, e provavelmente estávamos sendo monitorados.
- Boa tarde a todos pessoal! - Mari fala bem alto, bem mais que o suficiente para que todos ouçam.
A maioria sorri, não sei bem o por quê, afinal, estavam preocupados a alguns segundos antes de Mari ter dito isso. Bem, saímos da sala quando entramos no elevador /freezer.
- Por que eles estavam com medo e depois sorriram? - Digo bem baixinho, como quando se  pensa em voz alta.
- Por que demos a eles esperança. - Mari responde.
Olho para ela com um olhar de espanto, por que eu finalmente entendi.
- Sim, somos a esperança dessa revolução que dura quase vinte anos. - Pan diz - Ainda mais se considerarmos a tentativa dos seus pais de não deixarem ela acontecer, vinte e poucos anos atrás.
- Ei, eu estou ouvindo! - Wolf esbraveja - e nem sou tão velho assim. -agora está resmungando.
- Achei que você não ligasse pra aparência... - digo bem acidamente.
- Moleque, cuida da sua língua, e aproveita e limpa o canto da boca... Tem veneno vazando daí.
Um silêncio um pouco constrangedor toma conta do elevador/freezer. Então começamos todos a gargalhar. Eu choro de tanto rir.

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Oi Gente, capítulo de transição... se gostaram votem e comentem.
No próximo capítulo vou apresentar mais um personagem importante da história, espero que estejam gostando e que terminemos essa história junta. Agradeço a todos que leram até aqui, por que vocês são quem me inspiram a continuar escrevendo.
Como diria Chaplin:
"Um homem Não morre quando deixa de viver, mas quando deixa de amar".
Nunca esqueçam de suas paixões, nunca.
Até semana que vem gente ✌️

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora