34 - Baixa

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Narração: Anthony


Um gancho se prende próximo a mim, Mari e Wolf continuam conversando e não percebem o gancho. Olho para baixo e Pan sobe em uma velocidade alta, pula sobre o galho e para ao meu lado.

- Como não me chamam pra uma situação dessa? - Ele diz um tanto bravo

- Precisava falar com a Mari e com o Wolf. - Digo com um sorriso amigável no rosto.

- Segredinhos de mim?

- Alguma coisa assim – Digo com um sorriso amarelo enquanto ele revira os olhos.

Não que eu não confie em Pan, ele é muito inteligente, isso é fato, mas ele ainda é muito ingênuo, e com certeza ele ficaria do lado de Karina. Eu entendo o lado dela sobre não querer conflitos diretos, e eu também não quero, mas ficar sem fazer nada é pior.

- Ainda deu tempo de chegar Pan... O céu ainda está maravilhoso! - Marina diz empolgada.

Paramos todos, e admiramos o majestoso nascente. Pan veio com o dispositivo de movimentação vertical, me parece que finalmente foi terminado.

- O DM está pronto? - Pergunto

- Sim, trouxe um para cada...

- Legal

Pan retira de sua mochila três cintos e nos entrega. Vejo que como sempre, ele carrega coisas que julga sempre necessário ter. Inclusive algumas ampolas do composto de carbono.

Vestimos os cintos e luvas meio dedo que deixam o indicador e o polegar totalmente cobertos. Wolf, em um momento de loucura simplesmente pula do tronco. Seu corpo amolece e cai com a parte superior em direção ao chão. 

Wolf ativa o DM pela luva com apenas o indicador e os ganchos que se soltam do cinto se prendem a uma parede, logo Wolf está sendo puxado em direção a um prédio, e quando parece que vai parar, suas mãos gesticulam e os ganchos se soltam. Como Wolf estava sendo puxado para cima, ao se soltar, ele praticamente entra em voo.

Mari e Pan olham para mim, e sorriem.

- Vamos!

Pulamos e fazemos quase o que Wolf está fazendo. E a sensação de voar é incrível. Wolf está a nossa frente retornando para o local de onde viemos. Uns prédios a frente. A paisagem é algo que me deixa um tanto intrigado. São os resquícios do velho mundo, mas é como se fosse natural. A vegetação se apropria de uma cidade morta e dá nova vida ao que estava morto. A natureza é interessante... Vive, alguém a mata, mas sempre renasce. Wolf está pulando ainda alguns metros a nossa frente, já que aceleramos um pouco para não ficarmos distantes.

Um barulho ensurdecedor e estridente nos atinge. Uma sirene, sim, é uma sirene muito estridente. Paramos em um prédio, pendurados nas suas paredes. A sirene, que nesse momento está abaixo de nós, na rua, parou. Essas sirenes foram instaladas no final do mundo antigo, e só podem indicar uma coisa: algum tipo de ataque.

Olhamos em volta e não vemos nada, estarmos tensos. Trouxemos nosso equipamento de combate, ainda bem, e já o deixamos pronto. Os dispositivos de movimentação foram projetados para funcionar mesmo com outras coisas na mão. Após alguns segundos de silêncio, finalmente ouvimos. Turbinas sobre nossas cabeças começam a nos desestabilizar sobre a superfície do prédio. Vamos descendo em rapel até o solo. Seria muito imprudente ficar em um prédio com turbinas tão próximas. Esse planador é do governo, o que significa que teremos problemas em alguns instantes.

A cena de algumas centenas de guardas pulando do planador é ao mesmo tempo assustadora e bonita. Os guardas ao se chocarem com o chão formam pequenas crateras no asfalto. Felizmente todos aterrissam do lado oposto ao nosso destino.

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora