Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)

!SIMPLESMENTE LINDA!

FELIPE...

Estou ajeitando a gravata em frente ao espelho quando Carlos aparece atrás de mim. Com seus 1,82 m, Carlos costuma arrasar corações por onde passa. Não é a toa que já está casado há 10 anos. Sua esposa, Luíza Souza, é um amor de pessoa, sempre que vou na casa deles, ela me trata com o maior carinho. Carlos é cheio de tatuagens pelo corpo e tem uma bela barba volumosa.

   - Está tudo pronto para o jantar. Mônica já serviu a mesa. - Ele diz com sua voz rouca.

   - Já estou descendo... - Termino com a gravata e me viro para encará-lo. - Onde ela está?

   - No quarto, trancada.

   - Onde está a chave? - Caminho em direção a porta, Carlos vem logo atrás, com seus passos firmes.

   - Já pedi para a Mônica trazer.

   - Ótimo. Quero que nos deixem sozinhos, mas fiquem de olho em qualquer rota de fuga que ela possa usar.

   - Claro.

Desço a pequena escadaria que leva ao meu quarto e chego na sala de estar, a TV de tela plana ainda está ligada, o telejornal que antes eu estava vendo já acabou, dando lugar a um programa de moda. Pego o controle na mesinha de centro e a desligo. Carlos observa cada movimento meu com olhos atentos.

   - Está nervoso? - Mesmo de costas pra ele, posso ver um sorriso se formando em seus lábios.

   - Por que acha que estou nervoso? - Caminho pelo pequeno corredor que leva às escadas principais da casa.

   - Porque está quieto. Passei dois anos ouvindo você falar dela, sempre lembrando de como ela é perfeita. E agora, quando ela está na mesma casa que você... Não é capaz de tocar no assunto.

Carlos tem razão... Por fora posso estar tranquilo, normal. Mas por dentro, estou surtando. Cada batida do meu coração é o suficiente para me fazer lembrar que Danyella está logo ali, no quarto ao lado. Ainda posso senti-la em mim, a sensação de preenchê-la, possuí-la. Seus gritos abafados pela toalha em sua boca foram o ápice do meu tesão, seu corpo se contorcendo embaixo de mim...

Tento desviar os olhos do olhar penetrante que Carlos me manda. Sei o que ele quer... Quer que eu admita que estou nervoso. Mas não vou admitir isso.

Passo direto pelas escadas e vou até a porta, mas antes que posso abri-la, Mônica sobe as escadas e vem correndo até mim.

   - Querido, a chave. - Ela me entrega a pequena chave vermelha.

   - Obrigado, Mônica. Está tudo pronto?

   - Claro... A mesa já está posta. Qualquer coisa é só me chamar. - Mônica volta para as escadas e some de vista.

   - Volto minha atenção para Carlos.

   - Fique de olho. - Abro a porta e a fecho assim que passo. Não preciso trancá-la, já que sei que os seguranças estão atentos do lado de fora. A ampla sala está iluminada com as chamas que estalam na lareira, a mesa de vidro está posta com as melhores peças que o dinheiro pode comprar; os pratos estão tampados e logo no centro há um pequeno vaso com Girassóis, Danyella adora Girassóis. Bem ao lado da mesa, está um balde de gelo com o melhor vinho que este país tem a oferecer. O ambiente está calmo e romântico. Perfeito para uma mulher perfeita.

Segurando a chave entre os dedos caminho lentamente até a porta, posiciono a chave e giro a maçaneta dourada. Encontro a mulher mais maravilhosa desse mundo. Danyella escolheu o vestido vermelho Chanel, que moldura seu corpo perfeito. Seus lindos cachos estão soltos e volumosos, chamando a atenção para o seu rosto, onde dois olhinhos castanhos me encaram, apavorados. Danyella se levanta depressa, correndo para a parede oposta à porta, seus olhos não desgrudam dos meus.