!ELE É COMPLETAMENTE LOUCO!

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DANYELLA...

A dor é horrível, parece que minha perna está pegando fogo. Eu gritei tanto de dor que agora a minha garganta dói. O segurança dele, Carlos, eu acho, me levou para dentro do avião, onde dois médicos cuidaram da minha perna, eles retiraram a bala e me mandaram ficar de repouso. Como se eu pudesse ir a algum lugar. O tempo todo eu olhava pra eles, tentando de alguma forma pedir ajuda, mas eles só se preocupavam com a bala. Felipe só apareceu na hora da decolagem. O sorriso e a calma estampada em seu rosto me perturbavam. Como alguém pode ter tanto sangue frio assim?

O avião é enorme, parece até uma casa. Tem uma enorme cama de casal com grades nas pontas, onde estou deitada; dois guarda-roupas enormes; várias poltronas e sofás espalhados por todo lugar. Além de vários seguranças me vigiando o tempo todo. E isso é só no andar onde estou, devem ter muito mais no restante do avião.

Como eu vim parar aqui? Ele poderia ter qualquer outra mulher no mundo. Por que eu? Eu não tenho nada de especial. Me considero uma mulher bonita, mas a minha cor dificulta muito a minha vida. Ser uma mulher negra e pobre no Brasil não é nada fácil. Sempre sofri preconceito. Por muitas vezes fui chamada de macaca pelos colegas de escola. Nunca deixei nada disso me abalar. Eu sabia que eu não era nada disso.

O estalo de dedos de Felipe me tira do devaneio. Ele se deita ao meu lado, ainda com o sorriso no rosto.

   - No que está pensando?

   - Na vida que eu tinha antes de você aparecer.

   - Agora você tem uma nova vida ao meu lado.

Esse cara é completamente louco.

   - Por que eu? - Pela primeira vez, tiro os olhos da janela e encaro seus olhos. Agora que percebi a cor deles, castanhos. Seu olhar é penetrante, realmente tem amor neles. - Não sou ninguém especial.

   - Danyella... Pra mim você é a pessoa mais maravilhosa desse mundo.

   - Por favor, me deixe ir embora. Eu quero voltar pra minha casa.

   - Sua casa é aqui agora, comigo.

Volto meu olhar para a janela, observando o sol queimar livre lá fora. Eu não vou desistir, vou encontrar um jeito de sair daqui. Eu preciso fugir desse cara.


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Eu dormi um pouco, tentando relaxar, não consegui. Assim que acordei fui ao banheiro ver como as coisas estão lá embaixo. O fluxo de sangue está bem menor, mas a dor ainda me incomoda. Troco o absorvente e quando saio, dou de cara com ele.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora