!CUIDADOS!

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DANYELLA...

   - Seus pais ligaram... - Felipe entra sorrindo na sala.

   - O quê? - Fecho o livro que estou lendo com tanta força que algumas páginas chegam a amassar. Meus pais? Finalmente... Tinha quase me esquecido deles. Eles devem estar loucos de preocupação. Eles vão me tirar daqui.

   - Eles perguntaram como você estava... E disseram que estão morrendo de saudades. - Ele se senta no enorme sofá branco.

   - O quê? Meus pais... Você falou com eles?

   - Não... Você falou. E disse pra eles que está tudo bem.

   - Do quê...?

   - Tenho uma atriz contratada, ela fala com eles toda semana.

   - Ela finge ser eu?

   - Sim. No seu antigo emprego, no telefone com os seus pais... Tudo planejado.

   - Você é louco.

   - Eu sei. Bem... - Ele se levanta e me encara. - Vou passar a noite fora. A Mônica vai fazer o jantar, peça o que quiser a ela. Encontraram o Carlos. Ele está ferido. Meu pessoal está trazendo ele. Quero que cuide dele, ajude a Mônica. - Ele segura a minha cabeça e me dá um beijo forçado na testa. - Te vejo pela manhã.


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   - Ele contratou uma atriz só pra fingir ser eu. - Digo. Eu e Mônica estamos conversando há um tempo. Ela está preparando o jantar. Pedi pra ela fazer lasanha. Eu tentei ajudar, mas não consegui. Mônica não deixou.

   - Ele é um bom homem... Deve confiar nele. - Mônica diz enquanto corta os tomates.

   - Por que fica repetindo isso? Você sempre diz que ele é um bom homem... Por quê? O que ele fez com você?

   - Ele não fez nada comigo. Eu apenas gosto muito dele. Felipe me ajudou muito.

   - Como veio parar aqui? Como pode ver ele fazer isso, fazer todas essas coisas e ficar quieta?

   - É o meu trabalho, Danyella. E aliás, prefiro não me meter nas coisas do Felipe. Só faço o que mandam.

   - Como começou a trabalhar pra ele?

   - Eu era amiga da mãe dele. Quando ela morreu, ele me deixou ficar. Então, eu limpo a casa, preparo a comida...

De repente, os seguranças invadem a cozinha, um deles carrega Carlos nos braços.

   - Aqui... - Um segurança derruba tudo que está na mesa no chão, quebrando copos e pratos. Eles colocam Carlos no lugar. Ele está desacordado e coberto de sangue; suas roupas estão rasgadas e seu corpo repleto de arranhões.

   - Onde o encontraram? - Mônica corre até a mesa.

   - Perto do portão principal... Não sabemos quem o atacou. Vasculhamos a área mas não encontramos nada. - Diz o segurança que o veio carregando. Suas roupas estão manchadas pelo sangue de Carlos.

   - As feridas não são muito profundas. Danyella, querida, tem uma maleta de primeiros socorros no armário atrás de você...

   - Ah... - Pego a maleta e a abro para Mônica.

   - Obrigada. - Mônica sorri. - Nós cuidamos dele. Podem ir.

Logo multidão de seguranças se dispersa.

   - O que quer que eu faça? - Pergunto.

   - Ele continua perdendo sangue... Tem algumas toalhas no corredor. Pode pegar pra mim?

   - Claro... - Deixo a maleta sobre a mesa e corro até o corretor, pego as toalhas e volto para Mônica. - Aqui...

Passamos a noite inteira cuidando dos ferimentos do Carlos. Ele não acordou. Fiquei tão ocupada que acabei me esquecendo que eu tinha que tentar me matar.






(NÃO É ROMANTIZAÇÃO DE ABUSO. ESTÁ OBRA É BASEADA NA SÍNDROME DE ESTOCOLMO, QUANDO VOCÊ SE APEGA A ALGUÉM QUE LHE FEZ MAL)

SE VOCÊ SE SENTE SENSÍVEL COM ESSE ASSUNTO, POR FAVOR, NÃO LEIA!

SE VOCÊ VIVENCIA QUALQUER SITUAÇÃO PARECIDA, POR FAVOR, PROCURE AJUDA. VOCÊ, MULHER, NÃO MERECE ISSO.

AQUI É APENAS UMA HISTÓRIA.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora