!RAIVA!

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FELIPE...

Deixei tudo perfeito... Apaguei todas as luzes da casa, deixando apenas as velas iluminarem a noite; mandei preparar a melhor comida, um simples, mas sofisticado salmão grelhado, com pitadas de pimenta; encomendei o melhor vinho francês, um Lamounier envelhecido 70 anos em um barril de carvalho.

Estou parado no meio da sala, esperando por Danyella. Não consigo pensar em como vou abordar o assunto, não quero assusta-la. Já andei de um lado para o outro e nada aconteceu... Mas tudo é posto de lado quando a mulher mais perfeita deste mundo desce as escadas. Embora Danyella não esteja vestindo o que separei para ela, em vez do vestido Chanel de cetim rosa, ela vestiu uma calça colada ao corpo e um simples blaser.

   - Por que não colocou o vestido? - Pergunto assim que ela se aproxima.

   - Eu não quis. - Ela cruza os braços, me encarando.

   - Mas eu mandei você...

   - Você não manda em mim. Nunca mandou e nunca vai mandar. Eu não quero você. Eu não amo você. Como eu poderia amar uma aberração como você? Além de um homem imprestável, ainda é um cachorro pulguento. - Ela despeja as palavras com ódio.

Meu sangue ferve, minhas mãos tremem. Meu Lobo está querendo arrancar sua cabeça. Ela não pode falar assim comigo. Quando me dou conta, já estou em cima dela, pressionando seu corpo contra a parede. Minhas mãos tateam os bolsos... Droga. Onde enfiei a maldita faca? Com as mãos firmes, agarro seu pescoço.

   - Não devia ter feito isso... - Aperto com toda a força que posso. Vejo Danyella ficar vermelha, seus olhos arregalados com espanto. Suas mãos inutilmente tentam me parar. Quando sinto que ela está perdendo as forças, quando já cansou de lutar, sou agarrado e puxado para trás.

Carlos me segura com força. Daniel e Lucas se ajoelham sobre Danyella, que caiu no chão.

   - Chega, Felipe. Vai mata-la desse jeito. - A voz de Carlos é rouca.

Encaro Danyella, ainda no chão, ofegante... Com as mãos no pescoço. Deixo tudo como está e saio. O frio e a neve vão me fazer bem.


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Eu andei por um bom tempo... Pensando.

Eu não queria mata-la... Nunca faria isso. Mas enquanto eu apertava seu pescoço, era a única coisa em que eu pensava. Não sei mais o que fazer... Não sei mais como agir. Meu mundo está de cabeça para baixo. Não era pra isso ter acontecido... Iríamos jantar, eu contaria tudo... Abriria meu coração para Danyella. Agora, não sei se ainda quero ela viva. Se ainda quero alguma coisa com ela. Quero lhe causar dor... Quero que ela sofra.

Não!

É ele pensando de novo. Não posso deixar o Lobo assumir a minha mente. Como eu queria que ele fosse embora. Que ele sumisse da minha vida. Mas tenho que conviver com esse Monstro dentro de mim.

Quando eu voltei para a casa, Danyella estava na cama. Ela se encolheu quando me aproximei. Sua garganta ainda estava vermelha... Minhas mãos ainda marcadas em sua pele.

Tomei um longo banho quente. Amanhã é noite de lua cheia... O que significa que Ele tem que caçar.





(NÃO É ROMANTIZAÇÃO DE ABUSO. ESTÁ OBRA É BASEADA NA SÍNDROME DE ESTOCOLMO, QUANDO VOCÊ SE APEGA A ALGUÉM QUE LHE FEZ MAL)

SE VOCÊ SE SENTE SENSÍVEL COM ESSE ASSUNTO, POR FAVOR, NÃO LEIA!

SE VOCÊ VIVENCIA QUALQUER SITUAÇÃO PARECIDA, POR FAVOR, PROCURE AJUDA. VOCÊ, MULHER, NÃO MERECE ISSO.

AQUI É APENAS UMA HISTÓRIA

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora