!UM MAR DE CONFUSÕES!

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FELIPE...

Quando eu chego no quarto, Danyella está encostada contra a parede, gritando a plenos pulmões.

   - Eu não vou... Não quero esse maldito bebê. - Ela grita. Os espasmos em seu corpo indicam que a dor já está ficando insuportável.
   - Querida... Precisa se deitar. O médico já está vindo. - Mônica tenta acalma-la.
   - Não... Se for preciso eu morro... Mas esse bebê não vai nascer.

Me aproximo com raiva, pegando Danyella pelos braços e a arrastando até a cama. Ela grita, se sacudindo, tentando se soltar.

   - Você vai deitar... Ou eu mesmo faço isso. - A coloco sobre a cama. Ela resiste por um tempo, mas logo se ajeita. A dor ficando ainda mais insuportável.
   - Respire... Precisa ter calma... - Mônica se senta na cama, colocando a cabeça de Danyella em seu colo.
   - Já chamaram o médico? - Pergunto para o Edy.
   - Sim... Ele deve chegar a qualquer momento.

Danyella se contorce de dor... Agarrando o lençol com força.

Não demora muito para o médico chegar... Caio corre para Danyella. Depois de uma longa conversa ele a convence a fazer força. Fico um pouco afastado. Queria ficar do lado dela, consola-la. Um dos momentos mais felizes da minha vida e eu não posso fazer nada. Eu até poderia ficar com ela... Mas Danyella está morrendo de dor. Não é uma boa hora para chateá-la.

   - Preciso que empurre, Danyella. - Caio diz entre as pernas de Danyella.

Ela empurra, seus gritos ecoam pela casa. Todos os seguranças estão apreensivos... E eu enlouquecendo. Carlos está sentado em uma das poltronas, ele encara Danyella... E sei muito bem o que está pensando. Ele quer agarra-la e levá-la para bem longe.

De repente, os gritos de Danyella param... Quando olho, Caio se afasta, segurando um perfeito bebê nos braços. Ele a limpa e se aproxima de Danyella.

   - Quer segurar ela? - Caio sorri.
   - Tira essa coisa daqui. Quero ela longe de mim. - Danyella grita.
   - Ela precisa do calor da mãe...
   - Eu não sou mãe dela... Tira essa coisa de perto de mim.
   - Me dê... - Me aproximo e estendo os braços. Quando Caio coloca Bianca no meu colo, o mundo para de girar. Tudo é perfeito agora... O plano foi concluído. Eu sei que Danyella ainda não admitiu que me ama, mas agora já está tudo feito. Ela é minha e Bianca é nossa.

Enquanto Caio limpa a bagunça, caminho pelo quarto segurando meu bebê com cuidado. Não consigo tirar os olhos dela... Ela é perfeita em todos os detalhes. Sua pele tem o dourado de Danyella, seu rosto é desenhado pelo meu...

   - Vai precisar amamenta-la. - Caio sorri para Danyella.
   - Não vou fazer isso. Eu não quero ela. - Danyella diz com ódio.
   - Se não fizer por bem, vai fazer por mal... Eu te amarro na cama se for preciso. Encaro Danyella. Isso tudo já está começando a me irritar.

Depois de um tempo, convencemos Danyella a amamentar. Não foi um trabalho muito fácil... Bianca não conseguia pegar o peito e Danyella se irritava ainda mais. Caio deixou uma lista do que devemos fazer, e Mônica vai nos ajudar a cuidar dela...

Danyella está dormindo agora. Mônica está no quarto junto com ela, cuidando da Bianca. Estamos no escritório, Carlos está telefonando para a Luíza, e eu estou por perto para que nada dê errado.

   - Devemos voltar em breve... Eu sei... - Carlos sorri no telefone. De vez em quando, seus olhos encontram os meus. - Eu também te amo.
   - Como ela está? - Pergunto assim que ele desliga.
   - Bem... - Carlos me entrega o telefone. Depois se senta na cadeira de frente para a minha mesa. - O que pretende fazer agora?
   - Não sei... Ainda não podemos voltar, Danyella não está pronta. Acho que vamos ficar aqui por mais um tempo.
   - Eu não posso ficar aqui, Felipe. Luiza precisa de mim. Não posso passar minha vida inteira aqui.
   - Se você voltar... Se for embora será definitivo. Você sabe que vai assinar vários termos. E vou colocar gente atrás de você para ter certeza que você não vai contar nada pra ninguém.
   - Por que não acaba com tudo isso logo? Deixe Danyella ir embora. Já conseguiu o que queria.
   - O que eu quero é que Danyella seja minha. Seremos uma família.
   - Mas isso não vai acontecer, Felipe. Pegue a Bianca e desapareça.
   - Bianca precisa da mãe...
   - Mas Danyella não quer ser mãe. Não vai conseguir força-la a fazer isso.
   - Eu consigo tudo, Carlos.


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Os malditos lobos voltaram... E não voltaram sozinhos. Tem cerca de 20 viaturas da polícia lá fora. Sorte que eu soube a tempo e esvaziei a montanha... Não tem nada e nem ninguém.

   - Socorro! Me tirem daqui! - Danyella volta a gritar.
   - Eu já disse que ninguém vai te ouvir... E você está assustando a Bianca. - Estamos no porão, todos estão aqui. O porão fica há 9 metros abaixo da terra, soterrado por pilhas de concreto. É apenas por segurança, caso uma coisa dessas aconteça. Meu pessoal está lá em cima, tentando resolver a situação.
   - Eu não ligo pra esse bebê idiota. Socorro!

Dou uma olhada em Mônica, que está segurando Bianca, que voltou a chorar.

   - Danyella... - Digo, tentando me acalmar.
   - Socorro!

Me levanto depressa e agarro o pescoço de Danyella, a empurrando contra a parede.

   - Eu mandei calar a boca. Ninguém vai te ouvir... Bianca está assustada. - Quando a solto, Danyella se senta no chão e começa a chorar. Me aproximo de Mônica e pego Bianca. - Calma, papai está aqui...

Quando consigo fazer Bianca parar de chorar, Jonas aparece.

   - Eles foram embora. Já verificamos a montanha, está tudo limpo.
   - Ótimo. Ajude Danyella a subir. O resto arrume a casa. - Subo com Bianca. Vou colocá-la no berço.






(NÃO É ROMANTIZAÇÃO DE ABUSO. ESTÁ OBRA É BASEADA NA SÍNDROME DE ESTOCOLMO, QUANDO VOCÊ SE APEGA A ALGUÉM QUE LHE FEZ MAL)

SE VOCÊ SE SENTE SENSÍVEL COM ESSE ASSUNTO, POR FAVOR, NÃO LEIA!

SE VOCÊ VIVENCIA QUALQUER SITUAÇÃO PARECIDA, POR FAVOR, PROCURE AJUDA. VOCÊ, MULHER, NÃO MERECE ISSO.

AQUI É APENAS UMA HISTÓRIA.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora