!O AMOR PODE DOER...!

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DANYELLA...

É uma sensação estranha... Saber que estou carregando um bebê, e ainda por cima, um bebê que eu não quero, é confuso. Por várias vezes, eu tentei esquecer, mas ela estava sempre ali, sempre me observando. É uma menina. Eu sei que ainda é cedo... E que provavelmente eu vou odiar esse bebê com todas as minhas forças... Mas posso sentir que é uma menina.

Eu tentei me matar hoje. Tentei acabar com esse pesadelo.

Felipe estava no escritório, em uma conferência importante; os seguranças estavam em seus postos. Mas como Felipe mesmo disse, sou livre para andar pela casa, então foi fácil me afastar deles. Fui até o banheiro e tranquei a porta. Tirei a tesoura do bolso do casaco de pele, a tesoura que eu peguei da mesa do escritório do Felipe há alguns dias, estava em frente ao espelho... Eu segurava a tesoura com força, os meus dedos estavam ficando brancos... Estava pronta para enfia-la na jugular, cortar o meu pescoço, quando ela falou comigo. Aquele bebê não tinha culpa de nada, ele não merece nada disso... Quando me dei conta, já tinha abaixado a tesoura e encarava a barriga.

Não vou amá-lo, se é isso que está pensando... Não vou tolerar esse bebê um momento sequer na minha vida. Mas poupei sua vida... Poupei porque sou fraca demais para desistir tão fácil.

  - Já está pronta? - Felipe pergunta, me tirando do devaneio.

Vamos dar um passeio, ainda não sei aonde... E não tenho a mínima vontade de ir. Mas Felipe me obrigou...

Felipe está segurando um cobertor, e estende a mão para mim. Aquele maldito sorriso estampado em seu rosto. Tenho que pegar sua mão, senão ele vai pegá-la a força. Então... Sua mão está quente.

   - Não vamos muito longe... Mas não tente nada. Estão todos de olho em você. - Sua voz é doce, mas severa.

Não andamos muito, e assim que saímos do carro, fomos atingidos pelo vento frio. A noite está clara e não tem nenhum sinal de geada. Felipe me guiou pela neve, colocou o cobertor sobre mim... Sempre apertando a minha mão, não a ponto de machucar, mas sempre me segurando... Como se eu fosse sair correndo no meio do nada.

Não demorou muito para chegarmos... Um lugar lindo. Parece um pequeno, mas aconchegante, restaurante, com uma roda gigante ao lado... Uma linda e mais que perfeita roda gigante. Toda iluminada com luzes brilhantes.

   - Aqui... - Felipe puxa a cadeira pra mim. Logo depois ele se senta ao meu lado, segurando a minha mão. - É lindo, não é?

Estamos sentados de frente para a roda gigante, ela é enorme.

   - É... Parece magia. - Aposto que meus olhos estão brilhando agora.

O restaurante é super aconchegante, sua decoração é rústica, as poltronas são feitas de couro marrom, junto com a tapeçaria. As mesas e cadeiras são forradas com pele, dando um lindo contraste no ambiente.

   - O que gostaria de comer? - Felipe pergunta, aquele sorriso em seu rosto... Um lindo sorriso.

NÃO!

Nao faça isso, Danyella. Sua função é odiá-lo. Você não pode amar ele.

   - Talvez alguma massa... - Na verdade estou sem fome, mas contraria-lo agora não seria uma boa ideia.

   - Eles fazem um Fettucine maravilhoso. - Ele pega um dos cardápios que estão sobre a mesa, cardápios que eu nem reparei que estavam aqui. - Tem essência de vinho... Vou pedir pra tirarem. - Ele acena para o garçom, que vem rapidamente até a mesa.

Enquanto Felipe balbucia palavras para o garçom, passo os olhos pelo lugar. O restaurante está completamente vazio, a não ser pelos seguranças e alguns poucos garçons, somente eu e Felipe.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora