!CAÇADA!

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FELIPE...

Minhas patas afundam na neve fria... A montanha está silenciosa. Nenhuma alma viva há quilômetros. Ainda não é meia-noite, a lua ainda não está completamente cheia, e Ele ainda não está gritando de fome. Mas mesmo assim posso senti-lo se contorcendo dentro de mim.

Farejo o ar em busca da primeira vítima... Mas a única coisa que sinto é o cheiro adocicado de Danyella. Tenho que entrar mais na floresta. Quando Ele assumir o controle, não quero que corra direto para Danyella. O vento sopra forte contra as árvores... Trazendo um cheiro diferente. Mais bruto, carnal. Deixo meu extinto me guiar, minhas pernas se movem e disparo para dentro da floresta. O cheiro ficando cada vez mais forte... É um homem, com certeza, talvez um lenhador perdido.

De repente, para bruscamente, derrapando na neve. Meu peito dói, minha cabeça está prestes a explodir. Olho para o céu e a lua está a pino. É meia-noite. Minhas entranhas se contraem por dentro, solto um uivo gutural que não é meu. É Ele.

Quando os meus olhos se abrem, não estou mais no meu corpo. Sou apenas uma consciência. O Lobo assumiu o controle. Ele dá um uivo alto o suficiente para ser ouvido na cidade, e aposto que foi, e logo em seguida dispara para a escuridão. Sei que ele está indo atrás do cheiro.

Posso sentir ele sorrindo... Ele está livre. Saboreando o doce gosto da liberdade, a sensação de felicidade que isso lhe causa. Se dependesse de mim, você já estaria morto, seu canalha. Ele corre ainda mais... O cheiro já está por todo lugar.

É um homem baixo, cerca de 1,70, cabelos loiros se misturando com a barba por fazer. Talvez seja um lenhador... Não, é jovem demais pra isso. Provavelmente está na faixa dos 20 anos. Um estudante... Que se aprofundou demais na floresta... Não. A cidade mais próxima é a milhares de quilômetros daqui. O Lobo espreita, estudando sua vítima. O jovem está sentado em um tronco caído no chão, triste.

De repente, o Lobo ataca. Não percebo até seus dentes cravarem no pescoço do jovem, o sangue manchando tudo... Posso ouvi-lo mastigar, engolir a carne dilacerada. Quero tapar os meus ouvidos, me desligar desse pesadelo, mas é impossível. Essa foi a primeira vítima... De muitas.





(NÃO É ROMANTIZAÇÃO DE ABUSO. ESTÁ OBRA É BASEADA NA SÍNDROME DE ESTOCOLMO, QUANDO VOCÊ SE APEGA A ALGUÉM QUE LHE FEZ MAL)

SE VOCÊ SE SENTE SENSÍVEL COM ESSE ASSUNTO, POR FAVOR, NÃO LEIA!

SE VOCÊ VIVENCIA QUALQUER SITUAÇÃO PARECIDA, POR FAVOR, PROCURE AJUDA. VOCÊ, MULHER, NÃO MERECE ISSO.

AQUI É APENAS UMA HISTÓRIA.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora