!MONSTRO?!

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DANYELLA...

A criatura está dormindo... Ainda não sei quanto tempo estou aqui. Felipe me trancou. Ele disse que eu precisava passar um tempo com o bebê. Eu passei o tempo todo parada no meio do quarto... Encarando o berço rosa. As paredes, a mobília, os lençóis... O bebê... Tudo é rosa. A pele dele é rosada. As suas bochechas gorduchas as vezes me fazem pensar sobre tudo... O que está acontecendo.

As vezes eu penso porque estou aqui... Porque ainda não coloquei um fim nisso tudo. Porque ainda deixo ele me usar desse jeito... Parece bobagem pensar no começo agora. Eu comecei dizendo que iria fazer de tudo para sair desse lugar, que não iria desistir... Que não iria engravidar... E aqui estamos nós. Ainda estou presa aqui, eu engravidei... E nada mudou.

A criatura se meche, abrindo seus pequenos olhinhos. Ela me encara, um pequeno sorriso se formando em seus lábios rosados.

   - O que foi? O que você quer? Eu não gosto de você. Eu nunca vou gostar de você. Não era pra você ter nascido, não deveria estar aqui. - Deixo a raiva dominar a minha voz. Deixo a raiva dominar tudo. Me aproximo depressa, agarro a pequena criatura com força e começo a sacudi-la. - Eu te odeio... Sempre vou odiar. Você é um desperdício de tempo, um desperdício de vida.

De repente, ela é arrancada dos meus braços, ela chora desesperadamente no colo de Felipe.

   - O que pensa que está fazendo? Eu deixei você aqui pra se aproximar dela. Mas não sabia que iria virar um Monstro.

Assim que Felipe diz isso, a raiva explode de vez. Não acredito que ele, justo ele, está me chamando de Monstro.

   - É sério? Você está me chamando de Monstro? O homem que me aprisionou, que me estuprou está me chamando de Monstro... O louco psicopata perdeu a cabeça de vez.

   - Danyella... Cale a boca, ou...

   - Ou o quê? O que vai fazer? Me estuprar de novo? Acho que você ainda não percebeu que eu não dou a mínima pra você. Você pode me espancar... Me estuprar quantas vezes quiser. Eu nunca vou ser sua. Nunca vou me rebaixar à você. - Saio pisando firme. A última coisa que vejo antes de bater a porta é Felipe bufando de raiva.






(NÃO É ROMANTIZAÇÃO DE ABUSO. ESTÁ OBRA É BASEADA NA SÍNDROME DE ESTOCOLMO, QUANDO VOCÊ SE APEGA A ALGUÉM QUE LHE FEZ MAL)

SE VOCÊ SE SENTE SENSÍVEL COM ESSE ASSUNTO, POR FAVOR, NÃO LEIA!

SE VOCÊ VIVENCIA QUALQUER SITUAÇÃO PARECIDA, POR FAVOR, PROCURE AJUDA. VOCÊ, MULHER, NÃO MERECE ISSO.

AQUI É APENAS UMA HISTÓRIA.

Sequestrada Pelo Amor (Uma Vida em Cativeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora