A Filha da Deusa.

Capítulo 13.

Meu nome ecoa pelo grande salão real.
Fazendo com que todos os olhares enxerguem a minha direção, tremulamente caminho para o trono onde o rei a rainha e o novo Gran Duque me esperavam.
Não consigo sorrir, ou muito menos prestar atenção nos cochichos a minha volta, apenas estendo minha mão direita onde meu noivo coloca oficialmente o anel.
Aplausos se rompem pelo salão, Layon diante de todos me dá um forte abraço, quem olhasse veria dois irmãos harmoniosos, mas na real intimidade só eu sabia o quanto harmonioso deixou de ser a minha relação com o meu irmão.

Rainha Leandra vem até a mim, com seu falso sorriso me abraçando com uma simpatia bastante forçada, mas algo me incomoda ao ver como ela olhava para Igael, como se o desejasse.
Discretamente meu noivo sunsurra em meu ouvido me chamando para ir com ele até os corredores do castelo.

__Não penses que terás alguma intimidade comigo, só por ser meu noivo.!

Respondo o olhando estupefata, sinto sua mão apertar a minha, sem saída acabo o seguindo.
Quando Layon tenta embarrerar nossas saídas, Igael rapidamente se justifica.

__Vou levar a princesa até os jardins, ela não se sente muito bem, prometo não demorar majestade.

Evito olhar para Layon, apenas faço uma cara de que a qualquer momento eu fosse desmaiar bem ali.

__Vão, mas não demorem, afinal a festa é de vocês. Não quero que haja mais mexericos a respeito da honra da minha irmã, um assunto que já está me aborrecendo por de mais.

Sinto o ar me faltar ao ouvir ele dizer tais coisas, furiosamente agarro a mão de Igael o puxando para fora do castelo.
Assim que nos encontramos sozinhos, Igael me conduz por uma entrada que eu bem conhecia, uma das muitas passagens secretas.

__Pra onde você está me levando, Duque Bell Montes?

Ouço ele rir baixinho, ou ao menos parecia uma risada.

__Duque Bell Montes? Humm, interessante apesar minha noiva que já temos intimidade para nos chamarmos pelo primeiro nome, sem formalidades por favor.

Sinto meu rosto corar, ao lembrar que já nos beijamos, e que mesmo numa situação de resgate ele praticamente me vira nua.

Chegamos a um corredor a muito tempo desabitado, desde que papai era vivo ele fechou essa entrada do castelo, achavámos que ele estava enlouquecendo pois ele mesmo não entendia o porquê de nunca mais querer pisar por esses corredores.

Com os anos passando, esquecemos esse fato, e principalmente esses corredores.

__Como você sabe dá existência desse lado do castelo? Conhecida apenas por mim e pelo Rei.

Recebo o silêncio como resposta, paramos diante de uma grande porta de madeira vermelha, ao abri-la um doce perfume se faz presente, Igael me puxa pelas mãos e adentramos no quarto.

Um quarto que parecia completamente abandonado, morto e enterrado em próprio esquecimento.
Igael parecia aterrorizado com tudo oque via.

__Estás me assustando, me responda como sabia desse corredor, exatamente desse quarto?

__Esses dias eu.. eu estava a mexer nos desenhos antigos de minha mãe, que morreu a alguns meses. Quando vi várias e várias pinturas desse castelo.

__Sua mãe provavelmente era uma boa desenhista, quantos artitas não retratam o castelo em suas pinturas.

Ouço ele bufar pela minha resposta, então ele me fala ainda assombrado pelo quarto.

__Ela não desenhava o castelo por fora, mas sim por dentro, inclusive esse quarto. Esses corredores. O estranho é que minha mãe nunca entrou nesse castelo, não que eu saiba.

Ouvir isso me intriga, realmente era estranho.

__Como ela se chamava?

Pergunto enquanto caminho pelo quarto analisando tudo oque vejo.

__Eloá, seu nome era Eloá.

__Não me lembro de nenhuma Eloá perambulando por esse castelo.

Paro diante dá cama, e sinto um arrepio por todo o meu corpo, uma estranha comichão no meio das minhas pernas começa a surgir, talvez pelo fato de eu perceber o quanto eu e Igael estávamos num local deserto e fechado onde ninguém nos ouviria.

O arrepio por todo o meu corpo se intensifica quando sinto a presença dele colada em minhas costas, inspirando ruidosamente o perfume em meu pescoço.

__Nunca uma mulher me atraiu tanto, como você. Desde o dia que te vi com toda aquela audácia não consegui tira-la de meus pensamentos. Parece um feitiço ou algo assim, mas sinto que tenho a obrigação de te proteger.

Um gemido sai dos meus lábios ao sentir a lingua dele na minha pele, me sinto envergonhada pelo meu comportamento, faço a menção de me afastar dá sua presença mas sou impedida quando seus braços fortes me viram de frente segurando  em minha cintura.

__Você só tem a mim princesa. O único que realmente pode lhe proteger.

__Como assim?

Pergunto  timidamente.  Espera, quando foi que eu passei a ficar tão tímida?

__Não foi os rebeldes que lhe sequestram, alguém armou para que a culpa caísse sobre eles, qualquer que foi a pessoa a ordem saiu desse castelo.

Minhas pernas bambeiam diante do que ouço, Igael parece perceber e me pressiona mais ainda contra seu corpo.

__Eu prometo que não vou deixar nada lhe acontecer, se você confiar verdadeiramente em mim.

__Confiança precisa ser conquistada.

Há um silêncio após as minhas palavras, tremo ao notar que seus lábios se aproximavam dos meus, sei que posso virar o rosto e quebrar o encanto do clima, mas fico surpreendida comigo mesma ao desejar ardentemente aquele beijo.

Sinto meu corpo em combustão quando ele me beija, me agarro mais ainda no seu corpo me sentindo de alguma forma sedenta pela sua língua enrrolada a minha.
Igael me levanta em seu colo e automaticamente enrrolo minhas pernas em sua cintura, minhas costas batem contra a parede fazendo eu soltar um gemido em protesto mas em nenhum momento a boca dele deixa a minha.
Sinto meu vestido subir até a cintura e ruborizo ao cair em mim e ver oque eu estava prestes a fazer.

O empurro e tento ao máximo ajeitar minhas vestes.

__Saiba Gran Duque Bell Montes, que minha virgindade ainda está intacta, e planejo permanecer assim até o dia dá consumação do nosso casamento.

Tento controlar minha respiração que estava ofegante, Igael me puxa para mais um beijo, dos lábios vai descendo para o decote do meu vestido, suspiro pesadamente e mais uma vez tenho que empurra-lo. Pelos Deuses oque estava acontecendo comigo?

__É melhor irmos, não quero ser chamada atenção pelo meu irmão.

__Sim você está certa. Amanhã buscarei a princesa para um passeio, agora que somos oficialmente noivos tenho liberdade para isso.

__Por mim tudo bem.

__Mas uma coisa, gostaria de lhe pedir que não confidenciasse com ninguém sobre as minhas suspeitas, e os desenhos dá minha mãe, até pelo menos sabermos com quem estamos lidando.

Infelizmente sou obrigada a concordar com ele, depois da drástica mudança do meu irmão, eu já não sabia mais em quem poderia confiar.

__Tens a minha palavra que ninguém saberá.

Seguro-lhe as mãos e sou conduzida de volta as antigas passagens secretas.
Minha mente estava uma bagunça tentando encaixar tudo oque estava sucedendo nesses últimos dias.
"Qualquer que foi a pessoa, a ordem saiu desse castelo"

Alguém está tentando me matar, é isso?
Quem ganharia com a minha morte?