Capítulo 39.

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Era madrugada quando Carmessita me acordou, sacudindo meu corpo como um chocalho.

__Vista essa manta, vai lhe proteger do frio. Ande menina, um grande amigo cocheiro vai lhe levar em segurança.

__Oque está acontecendo? Ninguém me avisou sobre viagem nenhuma.

Uma manta é jogada sobre mim, sou arrancada dá cama e estou pronta para protestar quando as palavras daquela senhora me atingem em cheio.

__Conselheiro Ralf acaba de ser morto pela rainha. A próxima será a senhorita se rapidamente não fugir, não há tempo para lhe explicar. Só acredite em mim, confie em mim Lady. Os guardas sob as ordens dá rainha estão vindo a lhe buscar.

Enquanto falava eu sou puxada e obrigada  segui-la por corredores que quase ninguém usa, apenas as criadagens quando querem encurtar caminho aos aposentos reais.
Ainda tô tentando processar tudo oque me foi dito, quando Carmessita me encurrala sob um compartimento secreto tampando minha boca com suas mãos para que eu não grite. Os guardas carregavam o corpo sem vida do meu pai, nenhum deles percebeu a nossa presença por trás das paredes, Carmessita me olhava com olhos marejados de lágrimas e quando os guardas somem das nossas vistas sou puxada novamente e dessa vez me deixo conduzir, me sentindo assustada de mais, com medo de mais pra me opor a qualquer coisa.

O fim dá passagem secreta nos levou até os jardins que ficavam por trás do castelo.
Realmente um concheiro nos aguardava e assim que nos viu fez sinal para que nos apressassem.

__Ele vai te levar para um lugar seguro. E quando perguntarem seu nome só diga o primeiro nome de batismo. Entendeu? Apenas o primeiro nome! Só diga seu nome completo a princesa Açucena.

__Mais ela não morreu? E oque meu nome tem haver...

__Nossos aliados contra a Coroa trouxe notícias de que ela vive, e em breve tomará o trono de Cambalar! Agora entre menina! Ande ande.

Entro na charrete e me assusto ao ver que tinha um compartimento dentro dele para que eu me escondesse. Caso os guardas do portão quisessem revistar.

__Entre aí, rápido!

Diz o cocheiro já impaciente, rapidamente dou um beijo na testa de Carmessita, e no silêncio do olhar nos despedimos. Entro dentro do compartimento que logo é fechado sobre mim, segundos depois sinto o movimento dá charrete e fecho os olhos rezando aos Deuses que desse tudo certo.

Sei que a charrete foi parada pelos guardas, ouço a voz do cocheiro dizendo que apenas estava indo buscar os mantimentos para a ceia de manhã a mando das cozinheiras.

Só então lágrimas rola, quando a charrete volta a movimentar indicando que os guardas liberaram a sua passagem.
Saio do compartimento, e me sento no banco refletindo tudo oque me foi falado.
Tentando compreender o porquê do meu pai ter sido morto como um traidor e o porquê de minha cabeça está a prêmio.

Agora eu estava totalmente órfã nesse mundo imenso, e me odiei quando me dei conta que com a morte do meu pai pela primeira vez eu estava livre para fazer oque eu quisesse.
Me odiei por não conseguir chorar pela morte dele como uma boa filha deveria fazer.

E com esse pensamento fechei meus olhos, não por eu estar com sono mas sim pelo fato de eu precisar relaxar meu corpo para oque estivesse preparado ao amanhecer.

Pois uma coisa era fato, eu não teria mais nenhum tipo de regalias, se meu pai morreu por ser algum traidor dá Coroa, e se de fato a minha cabeça estava a prêmio isso me tornava uma traidora da juntamente como ele.
A partir de agora eu teria que lutar com unhas e dentes pela minha sobrevivência.



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