Capítulo 24.

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__Faz força!! Empurra!!

Ouço a voz dá parteira o tempo todo me dando ordens, mas a verdade é que eu já não tinha forças para empurrar a criança. Eu não tinha forças para mais nada.

A três luas atrás, meu irmão foi assassinado e entrei em conflito comigo mesma sobre me lamentar por sua morte ou me regozijar.

Me odiei pelo fato de escolher me lamentar, infelizmente era o meu irmão e morreu dá pior maneira desonrada possível.

Agora nesse momento me encontro em trabalho de parto, graças aos Deuses Leandra se encontra em Cambalar, oque provavelmente me dará uns dias para que eu cuide do meu bebê.

A dor me rasga novamente, me puxando para a minha triste realidade, até que então ouço um choro. O choro mais lindo que já ouvir, a parteira coloca a criança em cima da minha barriga, enquanto corta o cordão umbilical.

Então eu vejo, eu olho e percebo que dei a luz a uma menina. Uma linda menina.
Mesmo me sentindo muito fraca a pego no meu colo e dou-lhe um beijo em sua cabecinha.

Só então as palavras dá sacerdotisa me vem a memória, a princesa destronada pela ganância dos seus superiores. Luzia se referia a minha filha, ela viu o futuro da minha princesa, entro em pânico ao me dar conta disso e entro numa crise de choro.

Por não ter forças para a defender, por estar tão enfraquecida em meus problemas.

Com a ajuda dá parteira, a coloco para mamar em meus seios, no mesmo instante ela para de chorar e começa a sugar com bastante força.
Olhando seu rosto tão angelical me vem um nome a cabeça.

__Isabell. Seu nome será Isabell.

__É um belo nome, minha jovem.

Me diz a parteira, pela primeira vez me lançando um sorriso simpático.
Me apavoro quando vejo Leandra adentrar ao quarto, e seus olhos cobiçarem o bebê no meu colo.

__Que linda cena, muito comovente. Agora me passe a criança.

Por instinto agarro minha filha contra o meu corpo, pronta para lutar se assim fosse preciso.

___Como chegastes aqui tão depressa? Deixa eu pelo menos passar uma noite com a minha filha, por favor Leandra! Eu só quero ficar mas um pouco com ela...

___Era o tempo que você até tinha  moral para pedir alguma coisa. E esse tempo já passou, em resposta Açucena a sua pergunta de como cheguei aqui tão depressa, se deu ao fato de eu estar a caminho desde ontem, digamos que no mais completo segredo. Afinal sou uma mulher bastante experiente para saber que a qualquer momento você entraria em trabalho de parto.

Quando ela vem em minha direção para me tomar a minha filha, entro em pânico total é começo a berrar por piedade, e é nesse momento que entram dois guardas e me arrancam a bebê, tento avançar para cima deles, mas levo um soco na boca me jogando de volta para a cama.

Leandra embrulha a menina numa manta branca, e entrega a parteira.

__Faça oque te foi ordenado a fazer. Amanhã passarei na casa dos enjeitados e quero a confirmação que está bebê foi largada lá. Me ouviste?

A parteira acena com a cabeça, e sai em disparada sem ao menos olhar para mim.

Sou tomada pelo desespero e mais uma vez tento fugir, os dois guardas me prendem cada um pelo braço, enquanto Leandra aponta uma espada para mim.

__Eu poderia matar você aqui, nesse exato momento. Mas não farei isso, você merece algo digno a sua altura. Guardas arranquem as vestes dela.

Sinto a ardência do tecido se rasgar sob a minha pele, mas já não consigo esboçar reação nenhuma. Meus pensamentos só estavam na minha filha, na minha Isabell.
Sou arrastada pelo castelo a fora, sentindo a neve me congelar os pés e o corpo nu.

Há  uma roda de conselheiros de Cambalar presente, estranho o fato de Ralf não estar junto, provavelmente devia estar tomando conta da nova Rainha. E esses que vieram é apenas para atestar que a sentença dá morte me foi dada.

Ouço Leandra da o veredicto final.

___A levem para o lago e lhe afoguem nas águas congeladas.

Sou puxada pelos braços, de encontro ao lago antes que jogasse sobre as águas vejo um dos guardas com uma imensa estaca de madeira.
Sinto a forte pancada em minha cabeça  fazendo as minhas vistas embaçar.
Caio no chão gritando de dor, e levo mais e mais pancadas.

Até que sinto meu corpo ser jogado no ar, e segundos depois eu mergulhar em águas congeladas.

Estou afundando, sentindo todo meu corpo ser tragado para o fundo.
Fecho meus olhos, imaginando que em poucos segundos a morte viria a me buscar.
Então, a escuridão me recebe de braços abertos.

Eu sinto paz.

A Filha da Deusa.Onde histórias criam vida. Descubra agora