Capítulo 34.

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Assim que chegamos ao castelo do reino de Grinity, fui acomodada ao antigo aposento da rainha Tiffany.
Príncipe Luigi ordenou que um dos seus lacaios fossem chamar o arcebispo para comunicar-lhe sobre a nossa chegada.

O quarto onde eu me encontrava cheirava e gritava a grandeza, os serviçais mantinham tudo tão limpo e organizado que nem parecia que a anos ninguém ali pernoitara.

Então foi aqui que a princesa Açucena foi mantida presa, aqui onde recebeu sua sentença de morte.

Duas servas preparam uma banheira para que eu possa me refrescar, peço timidamente que me ajudem a tirar o meu vestido, o espartilho sem dúvida era o mais complicado.
Quando sinto a água quente em contato com a minha pele, sinto um alívio intenso percorrer todo o meu corpo, afundo minha cabeça na banheira, e quando volto a superfície grito em pânico ao me deparar com o príncipe Luigi me encarando.

Em segundos as duas mulheres se retiram me deixando a sós com ele.

__Alteza, pelo menos um banho eu poderia tomar sossegada?

Pergunto ao mesmo tempo me sentindo acuada pelo modo como ele me olhava.
A minha sorte que a espuma na água dificultava que ele visse a minha nudez.

Para o meu desespero ao invés dele se retirar, ele apenas puxa uma cadeira e se senta. Inferno!

__Não tenho pretensão em lhe machucar, Lady Merily. Muito menos em ofender sua honra eu só quero poder ter o prazer em olhar para esse rosto tão belo.

Suspiro resignada, olhar para aqueles olhos azuis de certa forma me transmitiam tanta paz, e ao mesmo tempo me causava aflição por saber qual era o meu lugar e a qual lugar ele pertencia.

__Desde menino eu gostava de passar o tempo olhando para a senhorita, sempre teve porte de uma princesa e a audácia de uma leoa. Lembro de suas travessuras e como graciosamente conseguia fugir dos puxões de orelha de Lady Tamara.

Sorrio ao me recordar dessas lembranças, uma pena que minha infância tenha acabado tão rápido.

__Porque nunca então veio falar comigo? Quando éramos crianças, vossa alteza sempre vivia isolado pelos cantos do castelo, tendo apenas por companhias seus mestres e meu pai.

__Eu não conseguia formular em minha mente nada em que pudesse lhe falar, um medo terrível que me achasse bobo ou um ser patético.

Rio discretamente, e educadamente peço que ele feche os olhos para que eu vestisse  um roupão, já que a água aos poucos já esfriava.

Assim que cubro o meu corpo, ele volta a me encarar e ali ficamos no mais puro silêncio.
Meu coração que até então estava calmo, volta a se agitar quando ele vem a mim e me puxa pela cintura.

__Casa-se comigo! Seja a minha mulher a minha rainha, seja a minha vida.

Meu corpo amolece em seus braços, sem me dar conta de mim deposito minha cabeça em seu peito ouvindo o bater do seu coração. Tão acelerado quanto o meu.

__Sabe que é impossível. Não me peça oque vossa alteza sabe que não pode ter.

Suas mãos se intensifica em minha cintura, fazendo eu sentir com mais força o contato do seu corpo contra o meu, fazendo eu sentir coisas impróprias para uma donzela, uma vontade imensa de provar seus lábios novamente.

Foi a força do pensamento? Não poderei saber, apenas sei que no mesmo instante ele adivinhou oque pensei pois seus lábios se agarraram tão desesperados aos meus.

Perdi a noção do certo ou errado, eu necessitava desesperadamente do beijo dele, sentir de forma tão íntima o calor do seu corpo o toque suave de suas mãos nas minhas costas, experimentar a luxúria que ele provocava em mim.

Quando o beijo terminou, inexplicavelmente sentir um vazio absurdo me atingir.
Vejo ele se encaminhar para ir embora, e com uma voz determinada ele me diz.

__A senhorita será a minha esposa. Nem que pra isso eu me torne rei só para mudar a porra dessa lei estúpida. Você é minha Bell, somente minha. Vou me retirar porque se eu ficar mais tempo aqui, não conseguirei manter sua pureza intacta, tenha um bom descanso.

Quando a porta é batida, cambaleio até a cama e me jogo, logo em seguida fechando os meus olhos.
Eu ainda podia sentir a corrente elétrica percorrer cada pedacinho do meu corpo, eu não sabia se era sorte ou azar mais eu estava perdidamente apaixonada pelo futuro rei de Cambalar.

James.

Olho para o anel, o maldito anel que carreguei escondido durante todos esses anos.
Não tem uma única noite que não tenho pesadelos com aquele terrível dia, onde presenciei o rei ser morto pelo próprio conselheiro e ver toda a culpa cair para os rebeldes do norte.

Vivi como andarilho esses anos todos, esperando pacientemente a princesa Açucena recobrar sua memória para só então lhe entregar oque me foi confiado.

Ah sim, eu a reconheci naquele dia, mesmo sem suas jóias e suas grandezas eu a reconheceria em qualquer lugar.

Penso em eu mesmo fazer ela se recordar de sua verdadeira identidade, mais e se isso não acontecer oque farei desse segredo?
Até quando carregarei esse fardo comigo?
Eu tinha que fazer algo, deixar o medo de lado e lutar por aquilo que eu acreditava.

Subo em meu cavalo, decidido a botar a mente pra funcionar.
Rei Layon não queria seu filho no trono algo de muito podre tinha nisso.
Ele queria a princesa Açucena ou o filho que ela teve como herdeiro dá coroa.

Porquê? Oque o fez renegar o único filho que por certo tinha que ser o seu sucessor?

Paro o cavalo quando vejo a carroagem do reino Cambalar passar por mim, e por um segundo me sinto atingindo por uma força desconhecida quando vejo uma linda jovem a me olhar pela janela.
Um olhar tão profundo, de uma intensa fixação.

Um grupo de crianças saúda a corroagem, me dirijo a um deles é pergunto de quem se trata.

__É o príncipe Luigi, que veio visitar o nosso reino.!! O nosso futuro rei.

Impaciente pergunto.

__E quem é a jovem que o acompanha? É alguma princesa?

___Ah ela não, é apenas a dama de companhia da rainha Tiffany que veio cumprir uma ordem.

___E como você sabe disso tudo muleke?

O garoto rir, mostrando não ter os dentes dá frente.

__Minha vó é cozinheira do castelo onde eles estão hospedados. O nome dela é Lady Merily Isabell, filha do conselheiro chefe.

Sinto meu estômago embrulhar, como uma jovem tão linda de olhar doce e puro podia ser filha de um patife como aquele?

Sinto meu estômago embrulhar, como uma jovem tão linda de olhar doce e puro podia ser filha de um patife como aquele?

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