Capítulo 36.

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__Você nunca veio me salvar.
Me largou em meio aos lobos e partiu em busca de sua salvação. Eu não vou te perdoar jamais, eu morri pela sua covardia.

A pego em meus braços, seu corpo todo ensanguentado quase sem vida, e tento desesperadamente salva-la dá morte iminente.

__Me perdoe minha princesa, eu falhei com você, falhei com o nosso amor. Me perdoa Açucena!

Ouço seu último suspiro, mesmo diante dos meus gritos e minha súplica a sua vida se esvai diante de mim.

A uma mulher atrás de mim, e mais uma vez não consigo virar o meu corpo, não consigo de forma alguma olhar o seu rosto, apenas sinto o cheiro do seu perfume inebriante que tem o efeito de diminuir a dor que estou sentindo naquele momento.

__Está na hora de voltar Igael, cobrar a injustiça que foi feita. Açucena mais do que nunca precisa de você.

Minha voz sai embargada pelo choro.

__Açucena está morta! Eles a mataram e eu não pude salva-la. Me deixe sozinho com a minha dor, com a minha culpa.

Olho então para o corpo desfalecido de minha amada em meus braços, e no mesmo segundo uma chama de fogo inrrompe pelo seu corpo, grito apavorado pela sensação de estar paralisado e o fogo me queimar intensamente.

__Ela está morta dá mesma forma que você. E no entanto você está aqui, mais vivo do que nunca. A hora chegou. O trono deve ser conquistado, a justiça tem que ser executada. Essa sempre foi a sua missão, cumpra com o seu dever! ACORDA IGAEL!!!!!!!

Pulo da cama ainda sentindo o fogo me consumir. Até perceber que mais uma vez foi o maldito pesadelo que me perseguia de uns dias pra cá.

A cortesã em minha cama me encara assustada, sem muita paciência visto minha roupa e dou-lhe três moedas de prata pelo serviço.
Ignoro sua voz me chamando e saio para fora, a anos eu tentava viver em paz nessa cidadezinha, usando a bebida para esquecer a dor do meu passado.
Esquecer que um dia eu fui um líder dos rebeldes, esquecer que me apaixonei por uma princesa que teve sua vida ceifada pela ambição dos homens, esquecer de tudo oque fazia me lembrar do rei do diamante.

Tão absorto em meus pensamentos, que acabo esbarrando em um sujeito mal trapilho.
Quando vou lhe pedir desculpas, mesmo não sentindo culpa nenhuma, paraliso quando o ouço falar.

__Igael?

__Desculpa, mais deve estar me confundindo.

Digo dando uma de desentendido, mas sou surpreendido quando o completo estranho me puxa para um forte abraço gritando aos quatros ventos o meu nome.

O puxo pela gola de sua capa e o arrasto para um beco.

__Cala a porra dessa boca! Afinal de contas quem é você? Diga logo antes que eu lhe mate!

Me sinto confuso ao ver ele rir, uma reação bem estranha para quem acabou de ser ameaçado.

__Você não mudou nada hein? Só a aparência mesmo, e mesmo assim lhe reconheceria em qualquer lugar.

Puxo a minha espada e aponto-lhe para o pescoço, é quando ele rapidamente grita.

__Ítalo!! Eu sou o Ítalo, irmão de Eleonor eu era o seu aprendiz na causa dos rebeldes. Lembra? Você salvou a mim e minha irmã da morte.

__Ítalo? Pelos Deuses!

Emocionado o puxo para um abraço, como eu pude não o reconhecer? Pelos Deuses!!

__Então foi aqui que você viveu esses anos todos? Nesse fim de mundo sem dono, porque nunca entrou em contato conosco? Deixou que acreditássemos na sua morte!

Ouvir isso vindo dele, me fez abaixar a cabeça me sentindo envergonhado, a verdade é que eu fui um verdadeiro covarde.

__E - eu não poderia, eu não suportaria conviver com a morte dela. Você sabe, era torturante de mais para mim!

Sem eu menos esperar sou atingindo pelo um soco, ainda confuso o encaro e recebo mais outro. A verdade é que eu merecia.

__Seu grande patife, saiba você que sua amada se encontra bem viva, desmemoriada porém viva, seu grande bocó, e de quebra ela deu a luz a um filho seu, seu merda! A criança infelizmente não conseguimos salvar, mas ela sim, vive com minha irmã é seu nome hoje é Briana. E agora Igael isso é o suficiente para você retornar a causa? Ou tem mais alguma desculpa esfarrapada para dar?

Estou sem reação, esse tempo todo ela esteve viva, teve um filho meu.
Eu me tornei um puta de um covarde, esses anos todos eu aqui me escondendo, e ela precisando de mim.
Porra Igael!! Porra porra porra!!!

Me ergo do chão, encarando Ítalo olho a olho.
Não precisei dizer nada, ele sabia perfeitamente bem a minha decisão.

A justiça tinha que ser feita!!!!

A justiça tinha que ser feita!!!!

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Ítalo

Igael

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Igael.

A Filha da Deusa.Onde histórias criam vida. Descubra agora