Péssimo dia para nadar

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Acordo com um peso sobre mim, abro os olhos e Nolan está praticamente deitado em mim.

- Nolan ... Ei psiu, Nolan ... Eiii_ Tento acorda-lo enquanto me mexo em baixo dele.

Percebo que Nolan não irá acordar por livre e espontânea vontade, então, vou  empurrando- o devagar para não acorda-lo, até me ver completamente livre daquele peso. Ele é visualmente magro, mas é bem pesado.

Me sento na beira do colchão, pego-me observando Théo e Nolan dormirem. E agradeço mentalmente por ter esses homens fofos e maravilhosos comigo, nem que seja por um curto período de tempo. E por um segundo me bate um sentimento de perda. Acho que nunca tinha reparado antes no quão era solitária até ter eles e os outros, precisava de amigos tanto quanto precisava de um pai.

Ultimamente estou muito sentimentalista, não sei o que está acontecendo comigo. Não me permito vigiar o seus sonos e levanto do colchão. Não posso me apegar a eles. Decido tomar um banho para aliviar os pensamentos, mas um grito me impede de chegar até o banheiro.

- MERLIAA!

Corro desesperada até a porta do casebre e a abro.

- Ah! Oi Monty, Bom dia! _ Falo recuperando o fôlego. 

- Bom dia, eu pensei que você estava dormindo, por isso gritei _ Fala um pouco envergonhado.

- Para ser franca, eu acordei faz pouco tempo, estava indo tomar banho.

- Bom, eu só vim avisar que está quase na hora do café. _ Ele veio aqui só para isso? Ele realmente é mais simpático que os outros.

- Ah sim, Obrigada!_ Tento atingir o seu nível de carisma.

Monty sorri e dá meia volta para seguir seu caminho até o refeitório.

- Monty _ Chamo-o e ele se vira em minha direção.

- Humm, fale._ Coça a cabeça.

- Acabei de lembrar que a água do chuveiro é muito gelada _ Paro por um instante para não ser indelicada - Como vocês tomam banho quente?

Monty solta uma risada engraçada e gostosa de ouvir.

- Os chuveiros quentes ficam do lado de fora dos casebres._ Aponta para atrás de meu casebre.

- Ah sim, obrigada! _ Respondo sorrindo.

- Mais alguma pergunta?

- Não, te encontro no café.

- Certo.

Fecho a porta, os meninos ainda estavam capotados, encontrei pessoas que dormem mais do que eu, vou até a minha mochila, ainda não tive tempo de desfaze-la, pego uma troca de roupa e outros produtos de higiene que eu irei precisar.

Deixo o casebre em silêncio, ando em volta dele até achar o chuveiro indicado por Monty, não tem paredes em volta do chuveiro, como assim? Quem faz um chuveiro ao ar livre? Olho para os lados para ver se tem alguém olhando, pelo o que parece é "privativo" o espaço.

Olho em volta mais um vez, só para me certificar que estou sozinha, abro o registro do chuveiro e a água está gelada, aí que maravilha nada melhor que um banho gelado de manhã, ironizo, não era aqui o chuveiro quente? Como já estou aqui, resolvo tomar banho logo.

Primeiro coloco o pé debaixo da água corrente e aos poucos vou molhando o restante do corpo, até estar por completo naquela água gelada.

Enquanto tomo banho, olho cada centímetro a minha volta, igual uma paranoica, percebo que não há  necessidade de ficar olhando, então relaxo o máximo que consigo, fecho os olhos e viro de costas para lavar o cabelo. Estou massageando o couro cabeludo, quando tenho a sensação de estar sendo observada, mas ignoro por que tinha certeza que estava sozinha.

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