Capítulo 3

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Acordo com a luz do sol que passa pela cortina da janela, minha cabeça está doendo muito,  tento me levantar e sinto uma forte tontura, então fico alguns minutos fitando o teto, tomando coragem para levantar,  pego um remédio para dor de cabeça no meu criado-mudo, engulo o comprimido a seco, tento arrumar meu cabelo, mas desisto em seguida,  enquanto desço a escada vejo Théo e minha mãe sentados no sofá da sala conversando, pelo visto ontem não foi uma imaginação. 

-Bom dia!_ Vou direto para a cozinha, minha barriga está doendo por causa da fome.

- Merlia..._ minha mãe diz preocupada.

- Eu.

- Você precisa acreditar no que eu te disse._ Fala com a mão na cintura.

- Eu acredito, não por completo, mas acredito._ Falo mais para encerrar o assunto do que outra coisa.

- Acredita?_ Théo pergunta surpreso e desconfiado.

- Sim, por que a surpresa?_ Analiso-o. 

- É que ontem você pensou que era zoeira.

- Pensei, porém algo me diz que é verdade. _ Lembro da imagem do homem no meu banheiro.

- Ok, mas você precisa ir para um local bem longe daqui._ Minha mãe diz autoritária.

- Por quê?_ Pego uma maçã me segurando para não rir da situação, isso está parecendo uma comédia.

- Zeus está puto com você! _Diz Théo entediado.

- Eu não fiz nada_ Mordo a maçã.

- Mas seu pai sim.

- O que ele fez?_ Falo sem importância.

-Você _Diz rindo, eu até poderia rir se não tivesse ficado irritada.

- Ah, que ótimo! E a culpa é minha que ele não sossega o rabo e fica fazendo filhos em humanos? _ Quase cuspo a fruta de tanta raiva.

- Filha! _Minha mãe repreende envergonhada.

- É a verdade_ Explodo brava -Uma parte de mim estava de boa no saco dele e a outra em você e aí vocês tinham que me juntar né? Agora tem um deus puto comigo sendo que fui só uma coadjuvante nisso tudo._ Digo querendo magoa-la, pois quando estou magoada devolvo pagando na mesma moeda. Théo ri igual uma hiena engasgada.

- Qual é ? Não tem graça, por causa disso estou em perigo._ Digo dando um tapa no ombro de Théo.

- Isso é jeito de falar sobre mim e seu pai, a gente se amava!_ Era só o que faltava.

- Mãe, ele não fez papel de pai e outra, é a mesma coisa só falei com palavras diferentes.

- Ah, claro,  Merlia sendo Merlia._Diz bufando.

- Chega de discussões ,quando eu vou embora?_ Decido colocar um ponto final no assunto, não aguento mais dramas.

- Amanhã de manhã_ Théo diz sério.

- Mas assim tão rápido? _Pergunto surpresa, quero ir embora mas não tão rápido.

- Sim, o melhor seria partimos hoje á noite, porque todas as criaturas sabem que você é filha de Poseidon e virão te matar._ Théo fala como se isso fosse a coisa mais normal do mundo e com uma naturalidade assustadora.

- Então vamos hoje_ Fiquei com medo na parte em que virão me matar.

- Ok! Arrume suas coisas e leve só o necessário.

-Certo, mas antes eu preciso comer mais alguma coisa, estou morrendo de dor de cabeça.

- Isso é sintoma do seu lado divino com o tempo vai passar_ Fala com sabedoria.

- Assim espero, meu pai só me dá dor de cabeça. _ Falo em tom de brincadeira.

Pego cereal e despejo um pouco de leite, com a barriga cheia volto para meu quarto na intenção de  arrumar minha mochila, coloco algumas roupas, um kit de higiene, outro kit de primeiros socorros com alguns remédios, coloco um fone de ouvido, meu celular com 100% de bateria, dinheiro e pronto, mochila arrumada.
Fico olhando cada centímetro do meu quarto tentando ver se precisava de mais alguma coisa, mas não, está tudo dentro da mochila, não vou mentir estou com   medo e acredito que estou olhando meu quarto porque irei sentir saudades dele. Sinto que vai demorar para voltarmos.

-Ahh, vai dar tudo certo, eu vou sair dessa e tudo vai voltar ao normal._ Repito como um mantra.

Deito na cama e adormeço depois de algumas horas, acordo assustada por pensar que tinha dormido demais, mas ainda era 13:00 da tarde, então fui almoçar, minha mãe estava na cozinha terminando o almoço.

- Está tudo pronto_ Falo me referindo a mochila.

- Ah, oi!_ Minha mãe diz provando um pouco da comida.

- Onde está o Théo? _ Pergunto olhando para os outros cômodos em busca dele.

- Foi arrumar as coisas dele e você pegou tudo?_ Me encara.

- Sim, comandante! _ Faço continência.

- Engraçadinha.

- Sou mesmo e você arrumou as suas?

- Eu não vou com vocês_ Diz baixo.

- Como assim não vai?

- Eu não posso ir, mas Théo irá com você.

- Você tem que ir..._ Se for perigoso como Théo falou, ela não pode ficar sozinha.

- Você vai ficar bem sem mim, pode acreditar, você estará segura com ele. _ Minha mãe passa a mão no meu cabelo e sorri.

Depois do almoço minha mãe me fala um pouco mais da história dela e do meu pai, me fala que ficará bem enquanto eu estiver fora e que dará tudo certo no final.

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