Capítulo 2

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Chego em casa cansada, abro a porta com nenhum cuidado, como sempre. Subo as escadas com pressa, mas sou parada pela minha mãe.

- Tem duas pessoas te esperando lá no seu quarto - diz ela descendo as escadas com um sorrisinho.

- Mas eu não estou esperando ninguém - digo com nenhuma paciência.

- Sobe logo, garota. Eles vieram para te anima - E quando fui olhar para minha mãe, ela já havia sumido. 

Quando lembro a palavra "eles" que ela falou, subo rápido quase tropeçando em tudo. Abro a porta caindo no chão, sentido o chão duro do quarto.

- Olha, até que enfim ela chegou, já era hora - diz Peter. Ele é meu melhor amigo, posso dizer que ele é um chato, mas legal. Peter é lindo, ele resolveu deixar seu cabelo crespo crescer. No começo ele ficou em dúvida, mas o convenci a deixar crescer, é lindo. 

- O que aconteceu pra demorar tanto? - pergunta André. Ele também é meu melhor amigo, sua pele estava bronzeada pelo sol, sempre foi pálido, isso faz ele ficar mais diferente, com o cabelo até o pescoço, parece um surfista. 

Levanto as sobrancelhas e sinalizo que ainda estou no chão. André me estende a mão e me ajuda a levantar.

- Valeu. Olha, gente, eu achei muito, muito legal mesmo vocês virem aqui saber de mim, mas eu não tô lá de ... - Não termino a frase. Sou atingida por um travesseiro sendo levada ao chão, novamente!

Levanto rápido com um olhar assassino para o Peter.

- Nunca mais faça isso, seu babaca! - Vou para cima dele, assim começamos uma briga, que sou jogada na cama e recebo cócegas.

- PAR...PA...PARA ..E...EU...EU .. NÃO..AGUENTO. - Rindo e chorando ao mesmo tempo falo.

- Vem cara, me ajuda, até parece que ela não queria nossa companhia! - Peter grita quando dou um chute no seu tornozelo.

Acaba acontecendo de André fazendo o que eu menos queria, ele se joga pra cima do Peter e eles começam uma mini briga. Às vezes acho que nunca vamos crescer de verdade.

- DÁ PARA PARAR OS DOIS! - grito entrando no meio deles, nós três suados, deitamos na cama, eu no meio e os dois de cada lado. Respiro fundo e falo. 

- O que deu nos dois? - pergunto tentando ficar séria, mas acabou falhando, porque Peter me olhava rindo.

- Nada, só queremos fazer perguntas, sua boba - fala Peter me olhando. Engraçadinho.

- Por que foi pra coordenação hoje? - pergunta André sério.

Me viro, fico de peito pra cima deitada na cama, olhando o teto, os dois fazem o mesmo esperando uma resposta.

- Foi as vadias, elas te perturbam de novo? - pergunta Peter. Nos últimos dias um grupo de garotas começou a encher meu saco por causa de uma roupa minha. Pelo o incrível que pareça, eu havia ido igual a "líder" do grupinho. O que eu podia fazer? Havia apenas uma loja perto da nossa escola, e todos gostavam das roupas de lá. Melhor do que ir para cidade no meio da semana.

- Não, só no começo do dia, mas não fui à coordenação por causa delas. - falo pensando no Gabriel.

- Tá, então foi por qual motivo? Para de enrolar, odeio quando faz isso - diz André, bufando exageradamente.

- O diretor "babaca" - faço sinal com os dedos -- ,ele quer que eu mostre amanhã a escola pra um garoto novo - digo.

- Hmmmm - Os dois falam num coro.

- Ah, não vão me dizer que estão com ciúme - digo rindo.

- Se ele tentar algo, mato o desgraçado, diga qual a aparência - O tom de Peter sempre era de brincadeira, mas saiu como uma ameaça. Estranho.

- Exatamente - apenas diz André.

- Claro que não vou dizer. Mas até que ele é bonitinho. - falo pra provocar os dois.

- Ah, é assim então - diz Peter me pegando e colocando no seu ombro - ,vou te levar lá pra fora, te jogar na piscina.

- NÃO, ME SOLTA! ANDRÉ! - grito me batendo contra Peter.

- Solta ela cara, não viemos aqui pra isso - fala André sorrindo.

- Calma, só tinha que mostrar para ela que não é pra zoar com as nossas caras - diz Peter me colocando na cama, assim que ele se deita, resmungo um palavrão.

- Que isso, para que tanta agressividade, meu amor - fala André. Ele é um cínico.

- Vocês são dois babacas - resmungo.

- Que isso, você ama a gente que eu sei - Peter olhando para teto, toca minha perna com a sua.

Reviro os olhos. 

- Olha, meus lindos. Eu estou muito, muito feliz por terem vindo, mas realmente preciso dormir, o dia foi longo - Me sinto culpada por não poder ficar mais com eles. 

- Tá, tá, nós dois já vamos embora, percebemos que está cansada, só pela sua aparência de zumbi. - fala Peter. Ele é um babaca mesmo. 

- Viemos para saber se você vai pra festa, então, vai? - pergunta André.

Eu tinha esquecido completamente da festa. Essa festa acontece todo ano, é a festa de boas vindas, acontece só entre os alunos e dessa vez vai ser na casa do Peter. Claro, ele é um festeiro de carteirinha, ama uma festa e já tem sua própria casa mesmo, fica mais fácil.

- Sim, claro que eu vou, vocês já organizaram tudo? - pergunto.

- Sim, baby. Já fizemos tudinho, só falta mandar os convites por mensagens para o pessoal - fala Peter.

- Perfeito, estou orgulhosa, achei que não fariam tudo sozinhos - digo rindo.

- Deveria acreditar mais em nós, em falar nessa festa, eu vou fazer você mexer esse seu corpinho todinho na festa - fala André me olhando sedutor.

Eu e Peter nos olhamos e rimos juntos. André nunca falou nada assim.

- Vocês são mesmo dois palhaços, então, vai ser nesse final de semana? - pergunto. Estive fora dos assuntos faz semanas.

- Sim. E vista algo que valorize suas curvas - Peter olha minha silhueta toda. Eu reviro os olhos.

- Ok! Agora eu preciso mesmo que vocês vão embora, estou morta de cansaço.

- Tá bem, vamos -  Peter fala, me dando um beijo na testa e André faz o mesmo. 

- tchau - me despeço baixinho.

- tchauzinho - fala os dois num coro e saem pela porta. Logo que passam pela porta, meu celular apita. Uma nova mensagem.

Desconhecido 

Te vejo amanhã. Vou estar em frente da escola, um beijo. Seu delicioso ;-).

Como ele conseguiu o meu número? Quer saber, prefiro não descobrir.

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Espero que tenham gostado, não esqueça de tocar na estrelinha.
Qualquer coisa só me chamarem, sou iniciante, um beijo, Dudinha.

Agente 21Onde histórias criam vida. Descubra agora