Capítulo 45

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Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.
Clarice Lispector

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- Procurei tudo, só achei coisas envolvendo tráfico de pessoas, prostituição, casa de jogos. Mas quando entrei em uma pasta escrito 21 - Chloe me olha com  preocupação e volta a falar, olhando diretamente para tela do seu notebook - A pasta tinha mais de 30 fotos só da Cissa.

  Thomas mantinha seu olhar frio e distante, porém preocupado. Ele sabia esconder o que sentia. Eu daria o palpite que está com ciúmes e raiva, sei qual o motivo dela, depois da conversa bem clara que tivemos, acho que a conversa mais clara e emocional que tivemos.

- Podemos usar outros documentos contra Gabriel?  - Lucas pergunta no fundo da sala. Olho-o, ele também estava com medo por mim. Por que um psicopata, sádico teria tantas coisas sobre mim?

  - Não tem como usar nadinha, não temos os nomes, isso deixa tudo mais complicado. Espertos filhos da puta! - Chloe responde áspera, sentindo os veneno das palavras de ódio.

Suspiro pesadamente. A dor no peito surge quando me sinto cansada e com medo.

- O que você acha dessa pasta? - Thomas pergunta inexpressivo, com a voz sem emoção nenhuma.

- Pelo que mostraram, ele está voltando para cidade da Cissa, esses arquivos... - Chloe procura em meios de papéis e canetas na sua mesa.

- Cissa, você sabia sobre essa foto? - Chloe levanta uma foto comigo trocando de roupa pela janela do meu quarto.

- Mas que porra. Não! - digo, estavam me espiando troca de roupa! Trocar de roupa, sabe lá mais o que podem ter visto.

- Qual sua teoria, Chloe? - Lucas pergunta nervosamente pelo prolongamento dos diálogos.

- Gabriel teve a tarefa de vigiar você, por ser doente, ele ficou obcecado e agora que matou o pai, está atrás de você. Eu não sei qual seria o motivo, mas com certeza doentio. - A sala de reunião ficou em um silêncio desconfortável, uma tensão no ar.

Olho para Thomas que antes era o Thomas descontraído, agora, era o Thomas sério, focado em todos os detalhes.
Ele olha para mim e volto a olhar para a parede.

- Temos que fazer alguma coisa, Thomas. - Lucas diz aproximando-se de Thomas, ficando de frente.

- Eu sei, mas não consigo pensar em alguma coisa. Antes estava tudo na sua linha, agora esse pirralho entra e faz todos os meus planos saírem de linha - Thomas diz e olha em meus olhos de forma escura. Eu conheço aquele olhar, de que vai fazer algo que não quer.

- Não! - Digo no momento que Thomas abre a boca para dizer algo - Você não vai me descartar, só porque está com medo dele fazer algo...

- Cissa, não é isso. - Thomas diz coçando o queixo.

Mordo o lábio, não posso falar besteira, não agora. Não é nesse momento que Thomas quer desistir de mim, não agora que eu... Tô realmente gostando dele.

- Então... - Chloe no meio de nós se pronuncia, quebrando o olhar entre mim e Thomas - Gabriel deve está indo atrás de você, mas, podemos usar isso ao nosso favor.

Thomas olha sem acreditar para Chloe, que dá ombros.

- Isso é verdade. - Lucas diz voltando a sentar-se na cadeira cinza. Um favor, seria ir até aonde ele ir.

  Thomas se rende, jogando os braços para cima, então senta na cadeira e me olha. De um jeito que faz calafrios e você não sabe como agir.

- Se você concord...

- Concordo! - Interrompo-o antes mesmo de terminar a frase. É um prêmio, acabar com Gabriel e ainda ver Peter e André.

Ele ri, mas volta na expressão séria.

- Cissa, eu vou concordar com esse plano maluco, mas não vou sair de perto de você e vai obedecer o que eu disser. - Thomas cruza os braços de forma " E não vou mais falar sobre isso".

Dou de ombros, cansada demais para entrar em uma discussão.

- Ok. - Olho para ele séria, volto minha atenção para Chloe - Como deve ser o plano?

  Um sorriso orgulhoso e entusiasmo brota em seu rosto.

- Vamos fazer o seguinte. Cissa, você vai voltar para casa, ir visitá-los, a equipe fica rondando o perímetro, se Gabriel estiver preparando-se para vê-la, estaremos lá para proteção. Não temos nada para colocá-lo na prisão...

- Além de eu ser uma vantagem, sou um ponto escuro. - digo.

Thomas e Chloe se olham com expressões de interrogação.

- É isso.. - Lucas diz entender o que quero dizer.

Sorrio.

- Ele não sabe que faço parte daqui, com certeza não sabe que estou longe de casa, vou fingi está lá, chorando e desesperada, eu tenho absoluta certeza que ele vai querer algo. Sinto isso. Se ele tentar algo, vamos está gravando e podemos usar isso. - Explica com fervor no coração. Eu vou pegar aquele canalha!

- É um bom plano. -  Chloe olha para Thomas, como se pedisse aceitação.

Thomas puxa o ar. Seu semblante era sério, porém com seus lábios um pouco curvados me dava segurança que não levaria sermão.

- Prepare o pessoal. - diz olhando diretamente para mim.

Sorrio.

- Vamos pegar aquele imbecil. - Lucas diz - Chloe, - Lucas chama indo em direção à porta - vem comigo?

- Ah, sim. - ri brincalhona, olhando Thomas e eu sem  piscarmos um para o outro.

- Ah...- eu queria pergunta algo, uma coisa para Chloe, mas os olhos de Thomas pareciam diamantes negros, me faziam esquece o que fala - Chloe.. é..como sabemos que Gabriel está indo ou já está na cidade?

- Temos pessoas infiltradas, recebemos a notificação que ele está se preparando para ir depois de amanhã, você deve ir hoje. - Responde e sorri carinhosamente para mim, sinto ir embora, mesmo não olhando para onde estava.

Thomas fica ereto na cadeira e aponta um dedo para a porta.

- Acho que alguém seguiu você. - diz.

Viro-me para onde apontava. Duque, o pequeno cãozinho, havia me seguido e lá estava parado na porta, com seus olhinhos cansados, prestando atenção em nós dois.

  Rio.

Vou até ele e o pego.

- Como ele chegou aqui? É tão pequeno.

- Fazemos de tudo quando amamos alguém. - Thomas ri olhando-me aos pés a cabeça.

- Não precisa ficar preocupado. Vai dar tudo certo. - Tranquilizo-o.

- Ah, sim, vai. Porque se não for tudo certo, nunca vou me perdoar se não ser. - Responde se forma sombria.

Vou até ele e sento em seu colo.

- Estar abusando do poder. -  Thomas diz com tom de humor e enlaça um de seus braços na minha cintura e com a mão faz carinho em Duque.

- Só estou no seu colo, apenas isso. - Aproximo e dou-lhe um selinho - Melhor eu ir arrumar minhas coisas.

Levanto um pouco e sou puxada por Thomas.

- Pera. - Ele puxa meu rosto e dá um beijo, aquele beijo que dá um frio na barriga e faz sentir o corpo com segundas intenções. Hmmm...

- Vou ajudá-la nas arrumações, no seu quarto. - Diz entre selinhos. Sorrio, parece que ele também está  sentindo segundas intenções.

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"Até que enfim"
A única coisa que tenho para dizer.

Beijos, Dudinha.
( Provas chegando, odeio elas!)

Agente 21Onde histórias criam vida. Descubra agora