Capítulo dedicado para @capcake-de-nutella💙
Parecia que, a cada vez que ele me beijava, uma nova parte de mim despertava. Eu era inteiramente nova, uma pessoa mais feliz e completa.
Carina Rissi
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Abracei Gabriel com muita força, até o momento que percebi que estava quase enforcando ele.
- Vamos. - digo pegando sua mão e levanto até a sala.
Logo que entramos vi Peter sentado num canto com as mãos tampando seu rosto. Parecia chorar. Chego mais perto em silêncio, não parece, mas está chorando.
Quando viro para Gabriel faço um sinal que deixe nós dois sozinhos por um minuto. Ele acende.
Agacho e toco o braço de Peter de forma carinhosa.
- O que houve?
- Nada. - Peter puxa o ar e limpa as lágrimas com a camiseta.
- Fale. Sabe como sou teimosa. - Faço carinho em seu rosto, que agora está vermelho.
- Ah Cissa, não sei o que acontece, eu sinto uns vazios às vezes, outras vezes não, eu me sinto bipolar. Quero que isso pare.
- Eu sei, eu sei. Você ainda está indo para a psicóloga da escola? - pergunto. Acho que Peter não precisa de um psicólogo, mas de pessoas que amam ele, escutando ele, eu sei que com todos ajudando, psicóloga, sua mãe e seu pai, eu, André. Acredito que eu sei que ele supera isso que está sentindo.
- Estou, eu conversei com meu pai, ele está me ajudando também, todos estão, eu não mudaria assim tão rápido, vai ser um tratamento que só eu posso fazer que funcione. - Peter fala.
Sorrio. Planto um beijo na palma da sua mão.
- Que bom, todos estão percebendo que você precisa de nós. Sempre que sentir que está voltando a ficar mal, procure a gente.
Peter me olha nos olhos e retribui um sorriso leve.
Escuto Gabriel bater na porta.
- Posso entrar?
Viro meu rosto e faço sinal com a cabeça.
- Pode. - digo.
- Tudo vai dar certo. - vejo que Gabriel percebeu o porquê do estado de Peter.
Peter responde com um balanço de cabeça. Então realmente eles não são tão inimigos, vamos dizer assim.
Me levanto do chão e digo:
- Vamos ao trabalho, precisamos escolher uma música para só precisarmos treinar o canto.
- Eu e Peter já escolhemos a música. - Gabriel se encosta na mesa e dobra os braços.
- Sem pedirem minha opinião? Sério isso? - digo indignada.
- Para de birra, eu falei a música para o Gabriel e escolhemos porque sabemos que vai gostar. - Peter fala.
- Qual a música? - digo batendo o pé no chão com a cara mais séria que eu posso fazer.
- Best friend, de Sofi Tukker, the knocks e Alisa Ueno. - Gabriel fala esperando minha reação.
Faço um esforço para segurar o sorriso. Mas por essa eu não esperava.
- Vocês escolheram a mesma música que eu cantei ano passado, no espetáculo que eu quase coloquei fogo na minha própria roupa!
- Peter me mostrou o vídeo, como conseguiu fazer aquilo? - Gabriel fala como se Peter e ele já se conhecessem há anos.
- Bem, meu caro Gabriel, eu não sei como consigo ser um desastre nos projetos da escola ou da vida. - Ironizo.
- Calma Cissa, dessa vez você não fará nada, estaremos com você. - Peter diz confiante. O quanto ele está confiante, isso é bom, ainda mais com Gabriel ao lado dele. Como eles se aproximam tão rápido em tão pouco tempo?
- Ok. Mas se eu fizer qualquer desastre não me culpem. - Gabriel vai até mim e me abraça por trás plantando um beijo em minha cabeça.
- Não irá acontecer nada. - diz.
Percebo um certo incômodo de Peter, então me afasto de Gabriel mostrando reprovação. Ele entende.
- Imprimi os papéis e o som vou colocar no computador. - Peter estende os papéis para eu e Gabriel.
Nós três acabamos conversando por minutos quem ficará com qual parte da música. Acaba que eu fico com as partes maiores, a desculpa de Peter e Gabriel foi que eu tinha uma voz mais bonita. Não concordo.
- Vamos, mais uma vez. - Gabriel diz. Já estávamos na sexta tentativa, até que conseguimos cantar em sintonia.
A tradução da música era linda. Me lembro perfeitamente dela.
"Eu acho que vou continuar amando você, mais ou menos sessenta e cinco
Nós fizemos um idioma para nós dois, não precisamos descrever
Toda vez que você me liga, eu deixo o que eu faço
Você é meu melhor amigo e temos alguma merda para atirar.
Quer ser meu novo amigo? Temos muito em comum
Nós podemos falar sobre nada, disparar a merda, nós temos uma merda para atirar. [...]"
- Estávamos indo bem. - Peter fala comendo um saco de batatinhas.
- Continuamos outro dia então, na minha casa? - Gabriel fala sorrindo.
- Claro. - eu e Peter dizemos num coro.
Acabo que fico encarando tudo, não contei sobre Lucas, não lembrei por causa do Peter.
Quando estou prestes a abrir a boca para falar sou impedida por batidas na porta.
- Crianças, vocês viram a.... Cissa! - Marcos fala meu nome logo que me ver. - Você que eu quero falar. Podemos?
- Claro. Só um minuto.- digo.
- Estou esperando aqui fora. - Marcos fala e sai.
Me viro para Peter e beijo sua testa.
- Se cuida hein. - Recebo um sorriso bem aberto em resposta.
Quando me viro para Gabriel vejo ele fazer um biquinho. Solto um riso. Vou até ele e dou um selinho no seu biquinho lindo.
- Nós falamos depois. - digo.
Quando estou quase passando pela porta Peter e Gabriel falam num coro:
- Precisa de carona?
Solto uma gargalhada.
- Não para vocês dois, estou começando a voltar a ser independente e andar de bicicleta. Beijo para os dois. - Consigo escutar os dois conversarem, logo que fico longe da sala não ouço mais nada. Eles podiam ser amigos.
Vejo Marcos me esperando perto de uma janela no corredor.
- Está tudo bem? - pergunto vendo o rosto de Marcos que não parecia estar nada feliz.
- Conversei com Peter sobre o carro que você me falou, Peter conseguiu decorar o número da placa. - Marcos faz uma pausa para respirar - Descobrimos de quem é.
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Espero que tenham gostado.
Beijos, Dudinha.
Capítulo curto, desculpa, meu celular bugou.🙄Ps: lembrando que quem postar primeiro #chegueiprimeiro, o próximo capítulo será dedicado a essa pessoa. ✌️❤️🤤 Curtem também.
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Agente 21
Romance+16 #2 ficçãoteen - dia 07/06/2018 Era a vida de uma adolescente normal, tendo complicações amorosas, indecisões novas. Porém um trágico acontecimento surge, Cissa se torna uma pessoa completamente diferente do que era, largando amigos e parentes...