Agente 21

Capítulo 36

"Você é a razão da minha felicidade
Não vá dizer que eu não sou sua cara-metade
Meu amor por favor, vem viver comigo
No seu colo é o meu abrigo"
Meu abrigo- Melim

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Desço uma curta descida de escada e chego na central de operações. Não era o que eu esperava, olho em volta e são só salas com paredes de vidros, com muitas portas. Algumas pessoas transitavam pelo lugar sem ligar com a minha presença parada olhando. Lucas estava certo, é grande. Acho que Lucas percebe que fico parada avaliando tudo em volta e diz:

- Eu disse que você iria te surpreender. - Sorri glorioso.

- Ok. Não era o que eu esperava. É só essa parte? - pergunto.

- Na verdade, a primeira é essa, que chamamos de base 1, a base dois é em cima - aponta para um elevado, não tinha o visto ali antes.

- Como lá em cima? - Não teria como, acabamos de passar por lá e não havia nada.

- A base 2 é atrás da onde temos que entrar. - Lucas sorri preguiçoso.

- Você deveria ter lido todos os documentos. - diz.

- Não estava com vontade. - desço os últimos degraus da escada.

Sem que eu e Lucas percebemos, Thomas surge com o seu jeito antipático e impaciente em nossas frentes.

- Demorou. - diz seco.

- Como!? Cheguei antes do horário! - Lucas diz como se pedisse clemência.

- Um minuto. Demorou para entrar. - Thomas aponta o dedo para seu relógio de pulso, um relógio que parece ser bem antigo, mas ainda sim, elegante.

- Você é mesmo obcecado por pontualidade. - mal percebo o que eu tinha acabado de soltar da minha boca.

Thomas, que estava com seu mal-humor direcionado para Lucas, passa a ser meu quando seus olhos colam em mim. Avaliando-me dos pés à cabeça. Sinto um arrepio na espinha, intensidade daqueles olhos negros em mim era demais, como se conseguissem ver meus maiores medos e me julgassem ao mesmo tempo.

Penso em abaixar a cabeça e desviar o contato visual, mas isso mostraria fraqueza. Tenho que mostrar que seu olhar frígido não me afeta.

- Lucas levará você para seu quarto e logo, quero que esteja uma hora no local de treinamento. - avança um passo em minha direção - Sem atrasos, ou terá consequências, como disse " sou obcecado por pontualidade".

Thomas dá uma última olhada em Lucas e sai. Engulo a seco.

- Agora me deu medo. - me viro para Lucas, que estava totalmente normal, como se já estivesse acostumado com o acontecido.

Lucas dá ombros.

- Estou acostumado com ele assim, mas vai vê que ele, sem seu mal-humor extremo, é um cara legal. E ainda por cima vai te treinar, tem que dá pontos para ele por causa disso, por te aceitar também. - Lucas sorri serenamente - Vamos conseguir justiça pela sua mãe e a minha.

Aquilo sim, sempre, vai tocar meu coração, acho que a única coisa agora em diante.

- Me leve para meu quarto. Senão perco a hora e sou castigada. - faço graça. Inclino meu corpo de leve para dar um empurrão com meu ombro em Lucas.

Lucas ri e acena com a cabeça para segui-lo.

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Os quartos eram um pouco mais acima, na base 3, que logo que as portas do elevador se abriram, adentramos num corredor extenso, com muitas portas e no fim dele uma janela de vidro que ia do chão até o teto. Depois olharia com atenção, deve ter uma vista linda.