Capítulo 6

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Não se esconda atrás de um falso sorriso. Você tem o direito de não estar bem.

Paulo Coelho

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Fiquei em silêncio esperando sua resposta. Começo a suar frio. 

- Ela, a minha mãe, ficou internada no hospital - Peter faz uma pausa e continua -, mas já está em casa, meu pai tá cuidando dela.

Fico uns minutos em silêncio, olho para Peter.

- Você sabe que podia ter contado para mim antes. - Retiro uma lágrima que caía do seu olho, meu peito se apertava ao ver aquela lágrima.

- Eu sei, eu sei, mas não conseguia. Eu sei que a minha mãe também é importante para você. - Ele sorri. 

- Sim, ela é minha segunda mãe. - abraço Peter mais apertado.

A mãe do Peter sempre cuidava de mim quando minha mãe precisava trabalhar, ela que mandava Peter pedir desculpas pra mim quando escondia minhas bonecas, ela que me fazia ir até Peter quando eu fazia algo errado.

- Ela não sabe que você tá com depressão então. - digo olhando pro nada.

- Sim, e você não vai contar nada, ela já passou por muita coisa. 

- Peter ... - Ele me olha já mostrando sinais de que ficaria nervoso.

- Tá, mas só se você procurar ajuda, e ajuda que eu digo, é ajuda de psicóloga, não de bater em pessoas. - falo fazendo ele lembrar do acontecimento de hoje.

- Ok, se é assim que quer. - Nós olhamos e sorrimos.

- É, tenho que falar outra coisa. - fala Peter.

Olho e espero ele continuar.

- Vou visitar minha mãe semana que vem, se você quiser ir, eu deixo. 

- Sim, eu aceito, mas me lembre, e você sabe que mesmo se não deixasse, eu iria.

- Por isso que não te conto as coisas, teimosa do jeito que é. - fala sorrindo. Como eu amo o sorriso dele.

- Não sou tão teimosa. - bufo.

- Ah, você fica tão fofinha quando bufa, faz de novo. - fala André encostado na porta.

- Você tá aí desde que momento? - pergunta Peter surpreso.

- Desde o momento que eu ouvi falar que a nossa bebezinha é teimosa. - fala sorrindo.

Reviro os olhos.

- Melhor você leva ela pra casa, já vai ficar tarde. - diz Peter.

- Pera, pera, desde quando vocês mudaram os papéis? 

- Peter responsável e André me zoando. - olho para os dois - Por favor, voltem ao normal.

Os dois começam a gargalhar.

- Respondendo sobre eu ir pra casa, bem, eu não vou. - digo com firmeza.

- Por que? - pergunta André com tédio.

- Ah vai, amanhã já é a festa, eu posso dormir aqui e já ajuda nas coisas logo de manhã. - falo.

- Tá, mas você não tem roupas. - fala Peter.

- Ué, fácil, André vai na minha casa e pega minhas roupas, eu ligo para minha mãe. 

- Opa, Opa, eu não vou sair de novo, tô cansado. - diz sentando no chão do quarto.

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