Capítulo 31(Cont..)

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Abro os olhos lentamente, finalmente consigo abri-los.

- Como se sente? - olho para o lado e deparo com Peter, percebo que parecia cansado, está com olheiras. André dormia no sofá de canto do quarto de hospital.

- Melhor. - digo sentindo a garganta seca.

- Precisa de alguma coisa? - Peter se aproxima, pega minha mão gentilmente.

- Pode trazer um pouco de água? - digo baixo, meu corpo está melhor, só ainda dói a costela.

Peter afirma com cabeça.

Ele se afasta e nossas mãos se desgrudam, perco a única coisa que mantinha minha mão quente. Peter vai até André que dormia e cutuca seu rosto.

- Acorda, idiota. - Peter diz. André abre os olhos, vejo que ele estava com olheiras - Vai pegar água para Cissa, ela acordou.

André vira os olhos cansados em minha direção e sorri.

- Que bom que acordou. Parecia morta. - André vem em minha direção e aperta minha mão - Já trago sua água.

André sai pela porta, ficando só eu e Peter.

- Peter. - Viro o rosto de leve para sua direção.

- Oi. - Peter puxa um pequeno banquinho e senta-se perto da minha cama.

- Quanto tempo estou aqui? E quanto tempo estão sem dormir?

O rosto de Peter, que antes estava pálido, fica vermelho pela pergunta.

- Isso não importa. E você.. bem, ontem foi o projeto, você está um dia depois dele e já é noite. Só ficamos todos acordados. - dá ombros.

- Onde está minha mãe?

- Ela foi na sua casa pegar roupas para você, te liberariam assim que acordasse. - sorrio torto.

Faço força para ficar um pouco sentada.

- Hey, hey, não faz força. - Peter coloca as mãos em minhas costas, me ajudando a ficar pelo menos decente sentada.

- Me conta, ele se matou mesmo? Tudo foi tão assustador. Lucas estava com uma arma, você acredita?

Peter revira os olhos.

- Sim, meu pai tirou essa história a limpo, parece que ele anda investigando, para saber um tal líder de máfia. E sim, ele se matou, Jorge mereceu.

- Meu pai devia dinheiro para esse grupo. Gabriel está...

- Ele soube de tudo, não quis vim para atrapalhar, mas quando falaram para ele, o pai dele insistiu que  viesse. Estranho, o pai dele parecia bem alegre, gostava de tudo.. - Peter olha para o nada, imagino que está pensando em tudo.

Celular de Peter começa a tocar.

- Ah, eu preciso atender, é meu pai. Ele deve está querendo saber de tudo aqui. - Afirmo com a cabeça - Já volto.

Peter levanta e sai pela porta.

Olho em volta, é até engraçado, sou meio que apegada a hospitais. Fiquei em coma aqui, agora voltei por levar um tiro.
O ambiente era frio, minha cama era grande, havia dois sofás e um banheiro. Olho para meu corpo, levanto o fino pano que me cobria e estou vestida com uma camisola branca. Pelo menos ela não é aberta na minha bunda.

Rio sozinha. Fecho os olhos para relaxar um pouco, quando escuto a porta se abrir.

- Demorou com a água, André, se perdeu no caminho? - abro os olhos.

Gabriel e um homem de terno, aparenta em seus 45 anos, já com cabelos meio grisalhos, olham em minha direção com cara de poucos amigos.

Gabriel trancava a porta e encosta nela. Mas o quê?

- Então você é a Cissa, Senhorita Collins. - o homem de terno diz com a voz rouca.

- Sim. - olho Gabriel com a cara de " o que é isso?".

- Minha cara, vamos conversar. - O homem se senta no banco que antes Peter estava.

- Seu pai trabalhou para mim, e como ouvi de muitos, ele tentou matá-la. A questão é, seu pai me devia uma quantia de dinheiro, meu grupo, em que faço parte e sou o líder. Nós não deixamos nenhuma dívida passar abatida, nem pela morte. Essa dívida é sua agora.

- Desculpa, seja o que for que Jorge deixou, eu não faço parte de nada disso. - o idiota ainda me deixa com suas dividas.

O homem olha para Gabriel de forma cansada.

- Explique para ela, meu filho. - então ele é pai de Gabriel.

- Você não escapa das dívidas do grupo, se a pessoa que era responsável pela dívida morre, ela passa para o familiar mais próximo. - Gabriel dizia tudo sem emoção, duro.

Olho para o senhor que estava do meu lado e digo:

- Tudo o que vocês me dizem só me assusta, mas posso dizer que se eu e minha mãe...

O senhor me interrompe.

- Sua mãe, uma mulher adorável, pena que.. digamos que fomos até ela, senhora Letícia se recusou de todas as formas e ganhou o que sempre fazemos. - o homem sorri diabolicamente.

Olho para Gabriel, ele me encarava, mas tudo tão preto no olhar dele. Meu peito subia e descia com muito peso. Nada saia da minha garganta, minha voz parece sumir.

Ele é o líder da máfia que Marcos e Lucas falaram. A dívida que Lucas me disse, que é passada, Jorge tinha uma dívida com eles.

- O que vocês fizeram com a minha mãe? - O quarto fica com uma tensão, meus olhos ardem para a saída de lágrimas.

- Você verá. - Gabriel responde baixo.

Verei o quê? Não é possível.

O pai de Gabriel levanta e manda Gabriel à porta e os dois saem, sem dizer mais nada.

Preciso ir para casa. Vejo as chaves do carro de Peter em cima de um criado mudo. Eu sei dirigir, só não tenho a carteira, mas neste momento nada importa para mim.

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Chego e saio do carro. Tudo estava escuro, pego a chave reserva que fica debaixo do tapete e abro a porta.

Entro e procuro em todas as partes minha mãe, entro na cozinha e .. Jonathan, segurança que Marcos mandou, estava no chão, com sangue por toda parte.

- Jonathan! - me aproximo dele.

Ele entreabre os olhos.

- Sua mãe.. ela...- ele aponta o dedo para cima - Vai, já chamei ajuda. - Ele diz segurando o celular todo sujo de sangue - Eu vou aguentar.

Afirmo com a cabeça, corro o mais rápido possível para o andar de cima, quanto mais corria mais doía meu corpo, sinto algo molhado na minha camisola do hospital, meus pontos abriram. Mas isso não importa.

- Mãe! - grito alto para que ela possa me ouvir e consiga achar ela.

Se Jonathan estava vivo ela..

- Não! - Grito caindo no chão, ela estava morta, afundaram uma faca no meio do seu peito.
Me aproximo dela, pego seu corpo gelado.

- Não, não.. - não enxergo mais nada, além do embaçado das lágrimas e sangue para todas as partes.

Minha mãe..
Eles vão pagar! E Lucas diria para quem ele trabalha, que eu trabalharei também e vingarei minha mãe!

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Agora a história tá entrando na parte boa.
Espero que gostem de tudo que virá pela frente.
Beijos, Dudinha.
💙

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