[...]Pegue um pedaço do meu coração
E torne-o todo seu
Assim, quando estivermos separados
Você nunca estará só
Nunca estará sóNever be alone - Shawn Mendes
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Acordo sentindo que o carro treme por passar em buracos da rua.
Abro meus olhos bem devagar com medo da luz do dia, mas pelo incrível que parece, ainda era noite.
- Quando chegamos? Faz horas que estamos nessa estrada. - bocejo.
- Já está quase, acho que vou conseguir deixar você lá antes do horário prometido, perfeito. - Lucas segurava o volante firme, parece até ansioso.
Olho pela janela as árvores passando, é parecida com as árvores de filmes de terror, só que aquelas com a estrada deserta e a única coisa que há em volta da estrada e as árvores gigantes. Como se nunca houvesse fim, sendo densas e escuras.
- É para ler a papelada toda, viu. - Lucas me olha rápido para que não perca a atenção da estrada - Hey, terra para Cissa?
Me tiro do meu transe.
- Eu já li, e não vou aceitar isso de "21". Agora em diante odeio esse número. - Está bem ,Cissa, agora você parece uma criança de 3 anos emburrada.
Reviro os olhos e bufo para mim mesma.
- Isso você resolve com Thomas, eu não tenho nada haver com isso.
Aproveito o silêncio que nós dois proporcionamos para pensar. Pensar em uma pergunta que Lucas não pode fugir.
- É... Sobre aquele dia, em que o Thomas foi para o enterro da minha mãe, ele disse que você estava muito emotivo com a missão. - Puxo ar - Você estava emotivo comigo? Ainda sente alguma coisa?
Dá para reparar que Lucas ficou incomodado, suas veias da testa aparecem, deveria acontecer quando ele fica com raiva, mas conheço Lucas e ele é todo contrário.
- Não sei o porquê que pensa nisso, claro que não sinto mais nada. - diz seco.
- Ok, Lucas. - Eu não esperava nada mesmo, era ele e sempre vai ser ele. Por que quis tocar nesse assunto, eu deveria começar a não esperar nada de ninguém. Apenas focar na minha vingança.
Um aspecto cansado aparece em seu rosto.
- Cissa, olha, nós dois tivemos uma história, foi boa, pena que ela acabou com você no hospital e isso foi minha culpa. Porém, eu não sinto o sentimento de antes, só sinto que preciso cuidar de você, tenho afeto por você. E isso para mim é uma coisa tão boa, ter você e eu sabendo que estou te protegendo me reconforta, pois vou está me perdoando de tudo do passado e espero que me perdoe também. - Lucas diminui a velocidade e me olha, com o olhar mais sinceros que já vi.
- Espero não ser mais a imagem da minha versão do passado, que como você foi uma pessoa importante para mim e ainda é, eu seja para você também.
Então ele mudou... E o clima está estranho. Clima pesado demais, pesado de muitos sentimentos e isso estava me fazendo mal, eu nunca me senti mal sobre isso. Só que nesse exato momento estou sendo uma escrota fria, porque não sabe ter nenhuma expressão e está olhando para qualquer lugar mas não para Lucas.
- Obrigada pela resposta, é...Posso ligar o rádio? - sorrio nervosamente.
- A Cissa antigamente diria algo sobre o acontecido. - Lucas diz vagamente.
- Eu..sinto que o clima está pesado demais. Se é que você me entende. - Tento ligar o rádio do carro, qual é a merda do botão mesmo ou tem que girar as bolinhas?
- Sinto que você não quer falar nada sobre sentimentos que você tem, porque sua mãe se foi, eu sei como é, mas pense o que sua mãe desejaria. E em minha opinião, ela estaria mandando você não ficar fria ou não ter esperança de nada.
Por que as verdades sempre são tão doloridas? Isso incomoda.
- Eu também tenho afeto por você, Lucas. Agora vamos esquecer que toquei nesse assunto. Ok? - digo tirando a atenção do mini rádio.
Lucas apenas afirma com a cabeça descontraído.
- Agora me diz. Como ligar essa máquina antiga de ouvir música? - Lucas apenas sorri. E eu sorrio junto.
E no fundo da minha mente penso: Sim, eu o perdôo. E tenho carinho por ele e é bom tê-lo por perto.
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- Vou pega suas malas. - Lucas bate a porta do carro assim que saí. O lugar era até bem escondido, numa parte distante de movimentos, sendo um mini prédio atrás de outro, sem vidros, quase sem janelas.
Saio do carro.
- É tão... - não termino.
- Discreto? Pequeno? - Lucas levanta a cabeça do porta-malas - Sombrio? - diz maliciosamente.
- Não. Na verdade eu ia dizer engraçado. - Lucas levanta as sobrancelhas num V.
- Tá de sacanagem, né? Continue pensando assim, você vai se surpreender lá dentro. - Retira minhas duas malas e faz sinal para que eu o siga.
Caminhamos até um portão enorme, parecido com uma garagem. Assim que entramos não há simplesmente nada no prédio. Um lugar grande, mas escuro e úmido, só com 2 grandes janelas mas fechadas, com um tom amarelado.
- Nossa, que surpresa. - digo sarcástica. Olho com tédio para Lucas.
- Não é aqui. - Ele larga as malas e vai para uma parte escura do cômodo. Agacha e abre uma entrada para um porão.
- Um porão?
- Lá é mais grande do que você imagina, ficamos no subsolo. - E sorri orgulhoso de tudo que diz.
- Vamos. - Pega as malas e some pela entrada.
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Feliz ano novo! Espero que gostem.
Curte e comente.
Beijos, Dudinha.
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Agente 21
Romance+16 #2 ficçãoteen - dia 07/06/2018 Era a vida de uma adolescente normal, tendo complicações amorosas, indecisões novas. Porém um trágico acontecimento surge, Cissa se torna uma pessoa completamente diferente do que era, largando amigos e parentes...