Capítulo 44

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Sou uma bosta mesmo!
Eu

_______________♥_______________

Acordo sentindo os lençóis da cama enroscados entre minhas pernas, a vista é que estou de bruços. O que aconteceu?

Olho para o meu corpo, sem nada, nenhuma peça de roupa. Em pequenos flashes a noite passada retorna.
A missão, Thomas, Thomas + cama, cachorrinho.

Viro o corpo desajeitada. Fico sentada na cama e vejo Thomas em frente ao meu mural.

Puta merda!

Seu corpo estava rígido, numa arrogância nunca vista por mim, com as mãos na cintura, estava de costas.

- Thomas.. - digo baixo. Ele se vira e olha em minha direção, sei que olha, mesmo que a luz do Sol não entre totalmente entre as cortinas do quarto.

- Não vai precisar explicar nada - diz, preste a sair. Saio da cama e seguro seu braço.

Ele me olha e percebo que estou sem nada. Não tem como ter uma conversa séria sem roupa.

Pego meu blusão que estava na cômoda e o coloco.

- Preciso explicar! - digo suando frio, o olhar duro de Thomas poderia calar 20 pessoas numa sala, mas eu não.

- Te dou 30 minutos. - Thomas diz se afastando da minha mão e senta na ponta da cama.

Olho ao redor. Como poderia? Parece que usei ele. Mordo o lábio com força e começo a falar.

- Eu só quero vingança. - digo sincera, com uma amargura no fundo do coração.

- Vingança. - Thomas repete a palavra com certo sarcasmo e graça.

Queria que estivesse mais claro para vê-lo.

- Eu.. eu.. preciso disso, sinto que sou culpada pela minha mãe ter morrido...é...- Fico ofegante, sinto minha garganta fechar num bolo, eu vou chorar, porém não posso, não na frente de Thomas.

- É.. tão.. difícil, fico com vontade de a cada momento me bater, ou de querer pegar uma arma e matá-los, todos que me fizeram mal. Todos que se envolveram na minha vida, na vida da minha mãe! - Faço uma pausa para puxar o ar, as lágrimas começam a cair e não me controlo - E se quiser me deixar, tudo bem. Mas digo que não vou parar com isso, vou ir atrás deles, se para matá-los preciso  morrer, então eu vou como uma suicida. Não espero que entenda.

Thomas levanta a mão e me puxa para perto, me envolvendo com seus braços fortes, num abraço reconfortante.

- Eu entendo. - Sua voz havia uma pontada de tristeza.

Com o rosto vermelho e meus cabelos bagunçados, meu corpo já não aguentava mais os próprios machucados feitos por mim, acabo que relaxo e me rendo a pelo menos uns minutos num abraço, que a tempo não tinha.

- Onde conseguiu todas essas informações naquele mural? - Num tom mais sério Thomas pergunta.

- Raquel. - respondo. Ela podia não ser confiável para ele, mas Raquel me devia uma, de uma forma ou outra.

- Ela não é... - interrompo-o.

- Raquel me devia uma. Confiável para mim.

- Certo. Esclarecendo algumas coisas. Primeiro, você não vai embora. Segundo, não precisa mais trabalhar sozinha dessa forma, está mais que preparada. - Thomas aperta mais a minha cabeça sobre seu ombro.

- Eu só quero vingança. - sussurro perto do seu ouvido - Eu só queria ela aqui.

- Lembra quando eu disse que me vejo em você?

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