Agente 21

Capítulo 19

Beije. Ame. Brigue. Sorria. Sinta. Grite. Chore. Faça amigos. A vida é só uma e passa rápido, pare de deixar para depois.
Cazuza

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Entro no meu quarto batendo a porta com força. Como, minha mãe, ela pode deixar ele entrar aqui? Ele batia nela, quase bateu em mim, me ameaçou de morte.
Ver ele na minha frente, me fez sentir medo. O jeito que ele me olhou, daquele jeito como olha um inseto que tem nojo, eu não sou um inseto.

Respiro fundo. Calma, Cissa.

Escuto meu celular apitar no meu bolso, pego ele e desbloqueio.

Você tem uma nova notificação.

Gabriel
Está aí?

Acabei esquecendo de Gabriel. Preciso sair, conversar com alguém, poderia chamar Peter e André, mas acho melhor não perturbar.

Cissa
Sim, estou.
Podemos sair?
Quero conversar.

Gabriel
Claro. Eu te busco ou prefere nos encontrarmos em algum lugar?

Cissa
Me encontre naquele
parquinho.

Gabriel
Ok. Estou saindo.

Desligo meu celular. Gabriel vai poder me ajudar. Vou até meu armário e pego um casaco, não perco tempo e desço as escadas com pressa.

- Aonde vai? - Minha mãe me para no meio do caminho, quase perto da porta da sala.

- Esfriar a cabeça como eu disse antes. - Não deixo ela falar mais nada e saio.

Do lado de fora visto meu casaco e ponho o capuz. O caminho do parquinho até minha casa era um pouco longo, seria uma boa caminhada.
Pelo caminho consigo sentir alguém me olhando, isso está me deixando maluca. É como se alguém a todo momento me seguisse.

Olho ao redor para verificar. Poucos metros do parquinho avisto Gabriel sentado no balanço, no mesmo lugar onde nós beijamos. Fico vermelha de lembrar.

Chego por trás dele e tampo seus olhos com minhas mãos.

- Obrigada por vir. - Planto um beijo em sua bochecha.

- Nada. Estava pensando em te chamar faz tempo. - Gabriel diz sereno me avaliando com muita atenção.

Vou para sua frente e sento na grama.

- Senta aqui. Eu fico no chão. - Gabriel começa a se levantar do balanço, mas consigo impedi- lo.

- Fica aí, estou bem aqui. Tenho coisas para te contar. - digo.

- Ok, mas antes pode tirar o capuz do seu rosto? Ele é muito grande. Quero ver seu rostinho. - Gabriel tira lentamente o capuz e me olha nos olhos.

- Estava chorando? - pergunta ele.

- Eu? Não. - volto a colocar o capuz no seu lugar.

- Não minta, seu rosto está vermelho. E sei que não é impressão. - fala largando o balanço de lado e sentando ao meu lado.