Constelação

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De volta ao momento do não-beijo...

Sob o clima frio de Los Angeles, Camila e Lauren sorriam para uma foto, paradas em uma calçada na Tiverton Avenue às 18:47 da noite.
Era a sexta vez que Lauren voltava no tempo, segunda vez que voltava para aquela mesma cena, porém totalmente disposta a fazer as coisas certas.

Enquanto Camila a olhava sorridente, Lauren se aproximou e a envolveu em um abraço apertado, conformada que seria o máximo que teria. Estava disposta a ir devagar, mas faria isso com bastante jeito, como disse Dinah, aos poucos alguma coisa ia acontecer.

– Adorei passar o dia com você, Camila.

Respirou fundo o perfume da garota, um cheiro que era uma mistura de chuva com creme de cabelo, e antes de se distanciar, Lauren deixou um beijo no pescoço dela, o que fez Camila sorrir envergonhada.

– Também adorei, Lauren. Obrigada por me aturar!

Mãos se apertaram, mas não quiseram se soltar. Os sorrisos congelaram no rosto. Elas se olhavam como se estivessem de frente para algo que perderam a muito tempo e tivessem acabado de encontrar.

– Tchau, Camila.

– Tchau, Lauren.

Nenhuma das duas se moveu. Fez-se silêncio por um minuto, mas foi quebrado pela risada nervosa de Lauren, cujos pensamentos se concentravam em uma frase: Não estrague as coisas. Não estrague as coisas. Não estrague...

– Então até a próxima. – Disse ela, preparando-se para soltar a mão de Camila.

– Quando?

– Oi?

– A próxima quando? – Perguntou Camila.

Lauren não esperava por isso. A imagem daqueles olhos castanhos magoados ainda estava em sua mente, achou que a qualquer momento veria aquilo outra vez, mas sabia que sua cabeça estava lhe pregando uma peça. Mesmo assim, titubeou por um instante, indecisa sobre o que responder. 

– Huh... Você poderia me dar seu número? Estou cansada de fingir que aqueles esbarrões são por acaso. – Sorriu, dando de ombros. – Então eu te ligo para... marcar alguma coisa, sabe.

Camila ergueu as sobrancelhas, perplexa pela confissão. Não eram por acaso?! Demorou um pouco até murmurar uma resposta.

– Então tá.

Lauren estendeu o celular e observou a latina pegá-lo para anotar a informação mais valiosa que teria a partir de hoje. Nunca ficou tão feliz por ter comprado esse aparelho.

– Eu coloquei meu número aqui... Vou colocar o de Normani também, caso você não me encontre... – Camila sorriu docemente. – Acho que vou colocar o número da portaria, sabe, só para garantir...

Lauren se viu incapaz de esconder o sorriso, não disse nada, mas sabia que não havia portaria ali.

– O número dos meus pais! Eu já ia esquecendo...

– Camila? Acho que tá bom.

– Claro, claro! Toma. – Devolveu o celular. – Você pode ligar. Liga, tá?

– Vou ligar.

– Vai?

– Vou!

– Então tudo bem. – Camila ergueu a mão. – Até a próxima. Tenho que subir!

Lauren concordou, mas ficou ali vendo-a entrar no pequeno prédio.

– Nossa, eu quase esqueci! Toma! – Camila voltou e devolveu a jaqueta de Lauren.

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