Surpresa!

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A palavra cintilava na pequena tela do celular, um nome que andou tirando a concentração de Lauren nos últimos três dias. Embaixo havia um número e no canto do número a opção "chamar".

– Eu queria saber se aceita sair comigo... – Não, não, isso está horrível! – Hum... Então, o que acha de um cinema? – Ah não, Lauren, cinema é muito clichê. Você consegue mais do que isso...

A fotógrafa andava de um lado para o outro na sala, com o celular na mão. Fitava a tela, tentando descobrir o que diria para a garota cujo coração queria conquistar. Durante esses dias haviam conversado assiduamente por mensagens, no entanto era a primeira vez que Lauren iria chama-la para sair.

– Falando sozinha? – Perguntou uma voz a suas costas.

– Sim... Quero dizer, não. Estou só... Não sei.

– Vai ligar para ela?

– Vou.

– E por que está nervosa? Você já fez isso antes...

– Mas dessa vez é diferente, Dinah!

– O que tem de anormal em um convite para sair? Seja casual. Você só precisa lembrar de que não se trata de um encontro.

Lauren encarou Dinah pelo canto do olho e de repente teve vontade de rir, porque por um segundo pensou em pedir a ajuda dela, mas então percebeu como isso era ridículo.
Já fiz isso antes, pensou, sou experiente. Balançou a cabeça e respirou fundo. Eu sou experiente.

Posicionou o dedo sobre a opção Chamar, e até tentou clicar sobre ela mas era como se o dedo estivesse congelado no lugar. Praguejou mentalmente e se virou para Dinah.

– Me ajuda!

Dinah sorriu. Veio direto da cozinha e jogou-se sobre o sofá da sala, esticando as pernas, enquanto encarava Lauren com uma expressão de superioridade. Tudo naquela casa era estrategicamente planejado, incluindo a posição dos móveis. Ali onde estava sentada, conseguia sentir a brisa gostosa que passava pelas enormes janelas de madeira e bagunçava seus cabelos loiros de forma quase poética, como numa cena de filme. Aproveitou-se da sensação, fazendo um gesto com a mão que indicava que Lauren deveria se aproximar.

– É o seguinte, plebéia, o segredo é falar como se não fosse grande coisa. Como se você a estivesse chamando para ir comprar pão na esquina. Entendeu?

– Acho que sim.

– Então vamos praticar! Finge que ela sou eu.

Lauren revirou os olhos, mas bufou dando-se por vencida.

– Então... Hum... Camila, gostaria de chamá-la para ir comigo comprar pão na esquina.

– VOCÊ NÃO ENTENDEU NADA! – Dinah gritou, mas em seguida se recompôs – Tem que soar sem pretensão!

–Tá! – Lauren queria dar uma tijolada nela. Pigarreou e tentou outra vez – Então, Camila. Vou comprar pão ali na esquina, estive pensando se você gostaria de me acompanhar. Vamos?

– Melhorou, mas soou muito formal.

– Porra!

Dinah gargalhou.

– Lembre-me de dar um beijo nessa menina quando eu a conhecer! Nunca achei que te veria nervosa desse jeito.

– Foda-se! Eu vou ligar logo.

Lauren pegou o celular. Tomada pela irritação, selecionou o número e esperou chamar. No terceiro bip, a linha estalou.

– Camila, oi? É a Lauren.

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