Como Arrumar Um Namorado Em 17 Dias

Capítulo 1.

17 dias antes...

O sol já brilhava fortemente entrando em meu quarto através da janela que se encontrava de frente para minha cama, eu havia ido dormir sem fechar a janela o que resultou na luz do sol batendo bem de frente com meu rosto.
Mas isso não era algo tão ruim, era bom acorda com o nascer do sol, mamãe brigaria se soubesse que eu com minha cabeça desmiolada havia dormido de janela aberta, mas para mim não fazia diferença eu precisaria de um Romeu para subir até a janela do meu quarto que ficava no segundo andar da casa, bem.. eu não era nenhuma Julieta, e não tinha nenhum Romeu.

Levantei antes do alarme tocar e fui tomar banho, com a água fria caindo sobre minha cabeça me veio a lembrança "faltam 17 dias.."
Ah Deus 17 dias para meu aniversário de 16 anos, o que eu iria fazer?

— Burra.. burra! – falei, seguida de vários tapas em minha testa.

Eu estava tão lascada, primeiramente minha vó não é de esquecer as coisas, e eu com minha linda fobia social não estava muito afim de ser envergonhada em frente a família toda.

E o namorado Viane?

Foi para puta que pariu vovó, a Deus, mas era o jeito ouvir as piadinhas dos outros ou o deboche de minhas primas e fingir que aquilo não me fazia mal.

— E se ela lembrar que foi uma promessa? – murmurei pra mim mesma.

Mil vezes merdas.

Saí do banheiro e fui secar o cabelo, ainda no segundo andar da casa dava para ouvir mamãe acordando Vinícius meu irmão que pelo visto estava fazendo birra.
Vesti o uniforme da escola ainda pensando no assunto, um namorado.

Bem aquilo não era tão necessário, ou será que sim? Bem eu era uma das melhores alunas de minha classe, capitã da equipe de futsal feminino e até que era bonitinha, bem achei que aquilo poderia ser suficiente para arrumar alguém até porque um garoto que gostasse de mim de verdade não iria ficar olhando apenas para atrativos físico não?

O problema era que nenhum garoto havia aparecido, eu iria fazer 16 anos e ainda era bv, e se com quinze anos a reação das pessoas já é de grande surpresa e com 16? Eu nem conseguia imaginar a humilhação que iria ser.. Eu estava perdida.

Fui pra frente do espelho afim de dar um jeito em meu cabelo, naquela linda terça-feira 01 de maio meu cabelo não estava de bem comigo, ele estava bem baixo e os cachos pareciam desanimados, usei um pouco de creme e tentei dar volume a ele.

Assim que terminei ouvindo meu celular vibrar, fui até a escrivaninha e o peguei:

Duda: Oi posso ir contigo hoje? Mamãe saiu mais cedo pra abrir a lanchonete.

Eu: Ok, vem pra cá.

Logo depois que terminei  de me arrumar desci as escadas e fui pra mesa, onde se encontrava meu irmão tomando café enquanto fazia um dever de matemática.

— Deveria ter feito isso ontem.. passou a tarde em casa. – falei, me sentando na mesa.

— Ninguém te perguntou nada.. – disse ele, ainda com voz de sono.

— Ei você dois! Deixem de besteira e tomem logo café, não quero me atrasar. – exigiu mamãe.

Tomei café nas pressas e fui pegar minha mochila, quando voltei Duda já estava na sala com um sorriso animado.

— Eduarda a Viane te disse que vai querer a festa de aniversário? – perguntou mamãe, puxando assunto.

— Não, tia Selma, é verdade Viane? – perguntou tímida, parecendo bastante surpresa.

Olhei para ela como se dissesse "depois te explico tudo", era verdade que eu não queria mesmo uma festa de aniversário nunca fui muito fã, mas mamãe acabou por me convencer, bem não podia ser tão mal assim.

— Então é verdade? – perguntou Duda assim que entramos no carro.

— É. – respondi, sem emoção.

— Bem, hum.. vai ser um máximo minha cara.. primeiramente eu fico com a lista de convidados, se deixar com sua mãe ela vai convidar todas as senhoras da fundação de moradores. – disse, me fazendo sorrir.

— Ah, eu não quero muitos conhecidos mesmo, podia ser só minha família, você e a Grazy. – respondi.

Duda fez uma cara de espanto, e balançou a cabeça em negação umas cinco vezes, e soletrou um nunca.

Fiz sinal para a mesma, para deixar o assunto para depois e ela entendeu, mamãe podia ouvir e iria querer dar palpite.

— Ah eu vou ter que trabalhar hoje aquela nojenta da Marcela vai faltar. – disse impaciente.

— Mas ela tá grávida, Eduarda.

— Problema dela, eu já tinha uma tarde completamente programada, eu iria estudar das duas as quatro química porquê aquele assunto tá uma merda. – Ela soltou um suspiro. — Depois eu ia passar o resto do dia com meu namorado.

Soltei um risinho.

— Mas ele trabalha perto da lanchonete da sua mãe, ele sempre vai tá perto de você. – falei, colocando a mãe em seu ombro.

Ela fez uma cara de tédio e deu de ombros, peguei meu celular para ver se tinha alguma novidade, assim que coloquei no Instagram vi que Felipe havia postado uma foto, estava tão lindo o cabelo liso arrebitado e com a expressão tão serena.

— Olha só quem está apaixonada.. – disse Duda sorrindo. — "Ah eu só acho ele bonitinho", você não me engana Viane, tá doida pra dá uns beijinhos nele. – sussurrou ela.

Empurrei a mesma fingindo irritação e ela apenas sorriu parecendo bastante empolgada com aquele assunto.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, mamãe parou o carro tínhamos chegado na escola, peguei minha mochila enquanto Duda soltava seus cabelos cacheados que estavam acima do ombro e retocava o batom.

Precisava mesmo daquilo?

Bem eu achava meio desnecessário, não que eu fosse desleixada até porque passava quase uma hora tentando deixar meu cabelo cacheado com volume, mas esses troços de maquiagem nunca foram meu forte, no máximo um brilho labial e pronto!

— Vamoos já estamos atrasadas! – falei puxando Duda.

Saímos do carro e admiramos a entrada da escola que estava enfeitada com grandes grafites coloridos até que a escola tinha acertado na decoração.

Olhei para o portão onde os outros alunos entravam, e perguntei a mim mesma "está pronta para mais um dia?"
A resposta não era algo que vinha no automático, mas logo minhas pernas resolveram se mover para entrar na escola.