Viane.

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Estávamos na lanchonete, eu pedia aos céus para Henrique não aparecer por lá porque o que eu menos precisava era vê-lo

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Estávamos na lanchonete, eu pedia aos céus para Henrique não aparecer por lá porque o que eu menos precisava era vê-lo.
Eu não sabia se ele havia percebido que eu estava chateada, mas ele só precisava analisar os fatos e concluir que foi um idiota, eu estava chorando quando pedi para o mesmo separar a briga e ele não deu a mínima importância.

— Menina eu tô toda arrebentada. – disse Duda jogando a bandeja no balcão. — Mas aquela vaca apanhou mais.

Sorri um pouco.
Depois de toda aquela tensão, eu consegui me permitir sorrir, mas ainda estava preocupada com o que minha prima faria.
Conhecendo ela eu sabia que a mesma não deixaria aquilo barato, nem para mim ou para alguma das minhas amigas.

—  Assim você aprende a mão se meter mais em briga. – falei. — Eu não acho que as coisas se resolvem com violência.

Duda me olhou com desdém e depois colocou as mãos nas costas e fez uma careta, ela não estava muito bem, tinha vários arranhões no rosto e hematomas nos braços, seu lábio estava cortado e uma unha quebrada.

— Melhor você tomar algum remédio. – disse Grazy atrás dela.

Duda concordou e saiu para a cozinha onde havia um quit de primeiros socorros.
No caminho ela se esbarrou em Guto primeiro funcionário da lanchonete, era amigo de Duda na infância mais na adolescência ele acabou ficando mais retraído.

— Ela... Tá bem? – pergunto ele timidamente.

— Briga de escola. – respondi.

Ele abaixou a cabeça para esconder um sorriso e perguntou:

— Quem ganhou?

— Acho que ela, a outra apanhou mais . – respondeu Grazy.

Ele assentiu e foi atender uma mesa, eu achava fofo seu jeito tímido, sempre calmo e envergonhado.

— Ele gosta de você. – disparou Grazy.

Eu já havia perdido a conta de quantas vezes havia ouvindo aquilo.

— Claro que não, você que vê coisa de mais onde não tem.

Ela balançou a cabeça descrente e foi servi outras mesas, enquanto eu fiquei no caixa recebendo e trocando dinheiro.
A lanchonete não estava tão cheia então as vezes tínhamos algum tempo livre.

— O que você vai dizer pra sua mãe? – perguntei a Duda quando ela se aproximou.

— Vou dizer que caí, ou que um cachorro me atacou. – ela deu de ombros.

Duda era boa para inventar coisas e conseguia mentir bem, coisa que eu era péssima eu sempre deixava na cara que alguma coisa estava errada, mas eu não achava aquilo tão ruim eu gostava de ser verdadeira.

— Viane tem troco pra cinquenta? – perguntou Guto.

Abri o caixa e troquei o dinheiro, estendi a mão para ele que pegou o dinheiro e rapidamente deslizou o dedão pelas costas da minha mão.
Puxei meu braço novamente e esperei ele se afastar, Duda percebeu que algo estava estranho e fez uma careta.

— Que foi?

Suspirei segurando a mão que Guto havia tocado.

— Eu.. acho que o Guto.. fez um carinho na minha mão. – ajeitei o óculos confusa. — Deve ser coisa da minha cabeça.

Duda arqueou a sobrancelha animada e tapou a boca para esconder o sorriso, e olhou para ele que estava entregando o troco para um cliente.

— Ele é muito esquisito, mas é bem bonitinho.. olha aquele rostinho. – disse ela empurrando meu ombro.

Revirei os olhos.

— O plano é com o Henrique.. quer dizer, nem sei mais se quero continuar com isso. – respondi impaciente.

— Como assim não sabe mais? Tá na cara que ele também quer você. – Duda segurou meu braço. — Você não pode desistir desse plano.

— Ele foi um estúpido, eu pedi pra ele separar a briga e ele não deu nem importância, só depois que eu pedi pro Felipe foi que ele resolveu ajudar.

Duda sorriu maliciosamente.

— Fez ciúmes de propósito em..

— Não! Pedi pro Felipe porque eu estava preocupada com você, você podia ter se machucando feio.

Ela deu de ombros e saiu para atender outra mesa, Grazy estava na cozinha ajudando a montar as bandejas.

Peguei meu celular por um momento e vi que havia três ligações perdidas e elas eram de Henrique, dei um suspiro pesado e deslizei meu dedo pela tela do celular.

Ligar ou não?

Eu não deveria ligar até porque ele havia sido um idiota e não merecia, mas ao mesmo tempo eu estava sentindo uma vontade imensa de ouvir a voz dele.. mas não podia me prestar aquele papel, eu tinha que ser forte.
Guardei meu celular e coloquei os cotovelos no balcão e minhas mãos ao redor do rosto, estava pensativa quando vi Guto olhando para mim enquanto caminhava para colocar a bandeja no balcão, olhei de volta e dei um sorriso para ele.

Ele arregalou os olhos nervoso, e no minuto seguinte ele tropeçou nos próprios pés e caiu derrubando alguns talheres e pratos, a sorte foi que ele não quebrou nada.

— Meu Deus! – exclamei saindo detrás do balcão.

Guto ainda estava caído, corri até a uma mesa perto dele onde seu óculos havia parado e dei para ele.

— Você tá bem? – perguntei preocupada.

Ele colocou o óculos e olhou para mim estava vermelho feito tomate e parecia bastante envergonhado.

— Tô.. é qu.. que-o-chão-tá-liso. ,– respondeu ele com a voz falhando.

Tadinho..

— Tem certeza? Não se machucou?

Ele balançou a cabeça e se levantou, algumas adolescentes que estava na lanchonete riam e apontavam para o mesmo.

— Bando de idiotas. – murmurei.

Ajudei Guto a recolher os pratos e talheres do chão e entrei na cozinha com o mesmo.

— O que aconteceu? – perguntou Duda.

— Eu caí. – respondeu Guto fazendo funcionários sorrirem.

— Normal.. quem nunca caiu!? Sorte que você não quebrou nada. – disse Grazy.

Depois que a cozinha esvaziou, pedi para Grazy me substituir no caixa e fui falar com Guto.

— Não precisa ficar mal, é normal e aqueles adolescentes são uns idiotas. – falei.

Ele abaixou o olhar.

— O pro.. problema é que eu faço tudo errado, eu odeio o meu jeito. – disparou ele ajeitando o óculos.

Senti um aperto no coração, Guto não era muito de se abrir com alguém e ele ter dito aquilo me deixou mal, eu não imaginava que ele pensava assim de si mesmo.

— Viane. disse uma voz familiar tomando minha atenção.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora