Viane.

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Senti todo o meu corpo gelar, logo seus olhos  encontraram os meus e um sorriso tímido surgiu em seus lábios, retribui o sorriso sem nem perceber, tratei de ir até o caixa e fingir estar procurando algo, bem talvez minha vergonha na cara, ela deveria estar no chão uma hora daquela.

— Ah não Maria Viviane de Jesus, você vai lá atender ele ou eu não me chamo Eduarda. – protestou Duda, me puxando pelo braço.

Grazy balançou a cabeça concordando com a mesma, e as duas trataram de me empurrarem até a mesa onde Henrique estava.

— Oi.. – falei, parecendo uma idiota. – Posso anotar seu pedido?

Meu deus aquela vergonha ainda viria com juros..

—  Vou querer um pastel de queijo e, deixa eu ver.. um suco de goiaba. – respondeu o mesmo.

Comecei a escrever no caderninho, quando senti seus dedos se aproximarem dos meus dedos, o mesmo começou a acariciar minha mão.
Senti todo meu corpo gelar, e meu estômago revirar, dei dois passos para trás sentindo minhas pernas bambas.

— Volto já com seu lanche. – falei, forçando um sorriso e lhe dando as costas.

— Tá bem. – respondeu ele.

Voltei caminhando em passos rápidos, e fazendo uma careta de reprovação para as meninas.

— Olha... Não foi tão ruim assim, vai por mim. – disse Grazy, pondo a mão em meu ombro.

Duda concordou com a cabeça.

— Tudo bem passar vergonha eu mesma já sou acostumada, o importante é você conseguir pegar ele, vai conseguir perde o bv antes do seu aniversário.

A se o problema fosse só perder o BV...  – murmurei, batendo a palma da mão na testa.

Grazy e Duda me fitaram sem entender.

— Do que você tá falando? - perguntou Grazy curiosa.

— Eu me meti em uma encrenca pra variar, fiz essa merda a quase seis anos atrás.. Aaa. – grunhi, começando meu drama.

Duda me olhou, com se dissesse: Seja o que for nós vamos resolver..
O problema é que do jeito que elas eram com certeza iriam querer resolver, e poderia acabar dando merda, mais do que já estava.

— Ah nossa! Não é nada, só eu aqui fazendo drama. – respondi.

Grazy e Duda se entreolharam.

— Seja o que for conta logo pra gente, eu que não vou ficar curiosa não, querida. – disse Duda, me empurrando.

Olhei para Henrique, e o mesmo estava mexendo no celular, puxei as meninas até um canto escondido na lanchonete e contei tudo da promessa.

Duda começou a ter uma crise de risos.

— Mano, não acredito nisso, é sério que você fez isso? – perguntou Grazy tentando evitar sorrir.

Senti meu rosto queimar, e antes de responder ouvi chamarem meu nome, para que eu levasse o lanche para um cliente.. Henrique.

Caminhei até o balcão, peguei a bandeja com o lanche e caminhei em direção a ele, sentia minha garganta fechar e meu estômago revirar, era idiotice, mas na minha cabeça ela podia ter ouvido algo.

Mas estávamos longe do mesmo.

— Seu lanche. – falei, colocando a bandeja na mesa.

O mesmo acenou, sem nem tirar os olhos do celular direito, aquilo foi como um golpe no estômago, mas por que eu me importei com aquilo?

— Aquele imbecil. – falei jogando a bandeja na cozinha.

— Acontece algo Viviane? – perguntou Carla que era nova funcionária.

Balancei a cabeça negativamente, e lhe dei um sorriso forçado.
Me virei afim de sair da cozinha e acabei esbarrando em Guto que também trabalhava na lanchonete e tinha quase dezoito, ele era bem esquisito e quando esbarrou em mim pareceu se assustar.

— Des..Desculpa.. com licença. – disse abaixando a cabeça e entrando na cozinha.

Assim que voltei pra a frente da lanchonete, vi que Henrique não estava mais lá, e que Grazy estava limpando sua mesa e Duda ao seu lado encostada na parede me olhando negativamente.

Assim que voltei pra a frente da lanchonete, vi que Henrique não estava mais lá, e que Grazy estava limpando sua mesa e Duda ao seu lado encostada na parede me olhando negativamente

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Mas tarde estávamos na quadra no outro quarteirão, onde Daniel namorado de Eduarda jogava bola e a mesma o assistia bem animada.

— Então, o que você vai fazer sobre a promessa? – perguntou Grazy timidamente.

Dei um suspiro.

— Bem, não sei exatamente, mas sabe, eu era uma criança e sei lá mesmo que minha avó lembre, acho que ela não me cobraria tanto. – olho para a ela e dou um meio sorriso. — Acho que só vou esquecer que fiz essa promessa idiota.

Duda que estava sentada na arquibancada a nossa frente, se vira e nós fita sem entender.

— Não, não, você tem que investir no Henrique, pelo amor tenho certeza que ele tá na sua. – ela segura meu pulso. — Eu e a Grazy ajudamos você A conquista o boy e de quebra ainda cumpri a promessa.

Balanço a cabeça indecisa e as mesmas olham para mim, balançando a cabeça.
Era uma ideia louca, e seu acabasse só me iludindo com aquele novato?
Não queria mesmo sair machucada.
Mas também podia ser pior, e se ele descobrisse tudo? Meu Deus, ele poderia contar pra alguém.

"Isso não pode acontecer!"

Por outro lado e se desse tudo certo? Eu conseguisse ficar com ele, e cumprir a promessa, assim não precisaria ouvir idiotice no dia do meu aniversário.

— Só temos um problema. – disse Grazy.

— Bem temos vários problemas, mas o pior deles é o tempo já que..

— Já que só temos 17 dias antes do meu aniversário. – Completei interrompendo Duda.

As duas balançaram a cabeça, e eu senti um frio na barriga.

Topar ou não topar?

Não parecia nem de longe uma boa ideia, porém poderia se tornar, eu não sabia direito no que estava pensando, mas por um momento senti um pouco de esperança que aquele plano maluco poderia dar certo.

— É loucura! – falei levando minhas mãos ao rosto.

Daniel se aproximou, para pegar sua garrafa com água e perguntou:

— O que é loucura?

— Arrumar um namorado em 17 dias. – respondeu Duda, fazendo o mesmo se engasgar.

Fiquei vermelha de vergonha.

— É só brincadeira da Eduarda, a gente sabe que isso é impossível. – falei.

— Bem, vai saber se o garoto estiver mesmo interessado, talvez 17 dias não seja nada. – respondeu ele.

Talvez Henrique só havia ter sido gentil comigo, eu poderia estar me iludindo.
Mas pelo sim ou pelo não, aceitei aquele plano maluco.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora