Viane.

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Guto me deu as costas e começou a caminhar, senti minha respiração ficar pesada e minhas pernas bambas, meu coração estava batendo muito rápido e eu podia sentir aquilo por todo o meu corpo, ele não olhou para trás, mas eu queria que ele olhasse.

Quem ele pensava quem era pra me falar todas aquelas coisas?

Eu não podia deixa-lo ir embora se achando dono da razão.

— Guto! Volta aqui. – chamei.

Ele parou ainda de costas e deu um longo suspiro levantando os ombros e balançando a cabeça. Pensei que ele voltaria e eu já estava preparada pra tudo que iria dizer a ele, porém para minha surpresa ele voltou a caminhar e já estava quase no final da quadra.

— Eu quero falar com você. – insisti sentindo minha voz ficar mais grave, mas ele continuou andando. — Gustavo! – gritei sentindo minha impaciência ficar mais intensa.

Ele se virou e seu olhar parecia bastante tenso, ele começou a caminhar rapidamente em minha direção eu podia sentir o sangue em minhas veias, e minhas pernas voltarem a meu corpo formigar, dei dois passos para trás a medida que ele se aproximava mais, seus olhos estavam centrados nos meus e seus braços jogados enquanto ele caminhava pisando duro.

— Está errado sobre mim.. Não me conhece direito pelo visto, nada que você falou é verdade. – falei assim que ele parou na minha frente. — Eu sei que você esta com raiva, mas eu não mereço ouvir isso porque eu gosto muito de você e você nem conseguiu ver isso..

Guto pegou em minha cintura e me puxou para mais perto de si, me repeli assustada com seu gesto, mas nossos lábios estavam se tocando, olhei para ele com os olhos arregalados e ele estava com a testa franzida como se tentasse me analisar de perto.

— O que você tá fazendo? – perguntei colocando minhas mãos em seus braços.

Ele soltou a respiração assim que o toquei.

— Eu vou te beijar.

Abri a boca, mas as palavras não ousaram sair e eu nem sabia o que iria dizer apenas continuei olhando para ele, com o coração ainda acelerado e sem forças nas pernas, seus olhos pareciam mais castanhos que o normal e tinham um certo brilho com a iluminação da quadra, suas mãos passeavam pelas minhas costas e minhas mãos subiam e desciam pelos seus braços, ele estava olhando para minha boca agora.

Fechei os olhos.

Ele beijou os canto dos meu lábios até chegar no meio da minha boca, abri mais a boca e ele me beijou, seus lábios eram macios e sua boca molhada e quente, Guto me beijava devagar e suavemente e depois aumentava a sintonia de seu beijo, soltei seus braços e levei meus dedos até seus cabelos, onde puxei levemente, a medida que me beijava íamos caindo para trás, até eu cair sentada em uma arquibancada, ele se inclinou e com as mãos em volta do meu corpo encima da arquibancada voltou a olhar para minha boca.
Me afastei para a frente e Guto ficou entre minhas pernas, segurei seu rosto e comecei a corresponder seu beijo, fui beijando seu lábio inferior e mordendo delicadamente e ele sorriu, sua língua estava passeando por minha boca e deixando meu corpo quente, nossas cabeças se mexiam em sintonia com o beijo e eu sentia todo o meu corpo relaxar.

Ele foi se afastando de mim lentamente me dando vários selinhos, ele estava ofegante e tinha um sorriso animado nos lábios, acabei sorrindo também em resposta, ele ficou ereto e se aproximou de mim novamente, mas dessa vez beijou minha testa. Eu não sabia o que dizer eu também estava ofegante, só existia nós dois ali, não tinha mais nada que eu pudesse pensar ou falar, ele havia mexido com cada parte do meu corpo e agora eu sentia uma emoção sem tamanho e só queria mais daquilo. Mais dele.

— É melhor você voltar pra casa, se você quiser eu posso acompanhar você. – disse ele um tempo depois.

Estava com o rosto vermelho, ele levantou uma sobrancelha esperando pela resposta enquanto eu continuava observando seu rosto, estiquei minha mão e o acariciei e ele fechou os olhos e apoiou sua cabeça, suspirei com aquele ato.

— Eu quero. – respondi .

Guto pegou minha mão e começamos a caminhar na direção da minha bicicleta foi quando ouvi passos atrás de mim e alguém gritar.

— Viviane! – chamou Henrique.

Senti minha garganta fechar.
Me voltei para o mesmo perplexa, ele havia acabado de chegar?

Ele viu o beijo?

— O que você tá fazendo aqui? – perguntou Guto irritado.

Henrique deu um sorriso sarcástico.

— Eu tinha um encontro com a Viane, então se você não se importa já pode ir embora.

— Ela não quer mais ver você. – disse Guto.

O chão parecia tremer embaixo dos meus pés.

— Ah é? Pois eu acho que não.

— Chega vocês dois! – falei. — Eu te esperei por quase duas horas, você não tem direito de chegar e cobrar algo.

Henrique abaixou o olhar e balançou a cabeça.

— Eu posso explicar, eu queria ter chegado mais cedo, mas você parece que arrumou um substituto bem rápido. – ele olhou para Guto. — Ela não gosta de você cara.

Olhei boquiaberta para Henrique.
Além de me deixar quase duas horas esperando por ele, ainda estava provocando Guto e  falando sobre os meus sentimentos como se sentisse eles.

Se nem eu mesma tinha certeza sobre nada do que eu sentia a pouco tempo, como Henrique que estava sendo um idiota teria?

— Vai embora. – falei. — Não quero mais falar com você, e não quero que você se intrometa na minha vida.

Dei as costas ao mesmo que tinha um olhar triste e surpreso, comecei a caminhar bem rápido e peguei minha bicicleta, subi na mesma, mas antes que eu pudesse começar a pedalar Guto me parou.

— Você tá bem? Não quer que eu te leve pra casa? – ele me observou. — Você ia me deixar de novo?

Às lágrimas já brotavam nos cantos dos meus olhos.

— Eu quero ir embora sozinha, me desculpa. – olhei envergonha para ele. — Você não merece isso, desculpa mesmo.

Ele deveria estar com raiva de mim porque era a segunda vez que eu tinha um momento com o mesmo e depois o ignorava.

Guto soltou a bicicleta e se afastou, seu olhar parecia distante e seus lábios se curvaram, e ele tinha uma expressão desolada.

Senti meu coração apertar, mas comecei a pedalar e me afastar dele.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora