Capítulo 17.

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01 dia antes

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01 dia antes...

Era estranho pensar que há praticamente 17 dias eu, Duda e Grazy inventamos aquele plano de me arrumar um namorado.
Por mais louco que aquilo parecesse eu tinha esperanças de dar certo, não por levar aquela lance de promessa tão a sério, mas porque eu achava de certa forma que eu e Henrique poderíamos namorar.

Era estranho pensar que tudo aquilo havia acontecido em menos de três semanas, eu me apaixonei pela primeira vez e a intensidade me fez perder a noção, conhecemos Vitória, Guto se declarou para mim e ainda tinha aquela bendita festa de aniversário.

No dia seguinte eu teria 16 anos cumprindo ou não a promessa, o dia 18 de maio nunca me pareceu tão assustador, mas eu sabia que não tinha com o que me preocupar de fato, seria só mais um aniversário.. tirando o fato que ocorreria no melhor buffet da cidade.

— Troco pra cinquenta. – disse Duda na frente do caixa.

Abri a gaveta e troquei o dinheiro, a lanchonete estava quase vazia naquele dia, até porque aquele dia da semana era sempre o menos movimentado, então eu podia me permitir ficar no mundo da lua por alguns minutos até precisarem de mim.

— Troco pra cem. – disse Guto.

Engoli em seco.

— Nossa, quanto foi a conta? – perguntei.

Ele desviou o olhar para a bandeja.

— Trinta e cinco.

— Ele devia pelo menos dar uma nota menor, facilitaria o meu trabalho. – falei abrindo o caixa. — Se fosse a Duda dúvido q ela iria trocar.

Ele ficou calado e não olhou para mim, Guto já havia dito que tinha errado em se declarar para mim, aquilo me machucou.
Mas eu pensava que depois ele voltaria ao normal comigo e que iríamos continuar sendo amigos, até porque éramos melhor assim.

Eu havia colocado aquilo na minha cabeça na noite retrasada.

Eu não poderia me permitir perder Guto, não queria mais tocar naquele assunto porque sabia que as coisas poderiam piorar, mas eu sinceramente não sabia como poderiam ficar pior que aquilo.

Ele ainda gostava de mim?
Eu não podia considerar que ele não sentia mais nada nem que fosse apenas amizade, naquele noite ele havia dito que estava apaixonado a dois anos e eu nem conseguia imaginar como era gostar de alguém assim a tanto tempo.

Guto era tão gentil e atencioso, mas estava sendo o oposto de tudo aquilo quando me ignorava, eu sabia que também não era uma santa na história, mas pelo menos eu fui atrás dele no dia seguinte e ele?

As coisas com Henrique também tinham ido por água abaixo, e eu nem entendia o que tinha acontecido de fato, mas esperava que naquele mesmo dia mais tarde ele me contasse o que tanto queria dizer.

Hora ou outra eu me pegava prensando nele ou nós dois, em o que Henrique queria tanto me contar.

Que ele gostava de mim?

Que nunca gostou?

Mas cada vez que eu via Guto transitar pela lanchonete o meu coração apertava e eu me perguntava se voltaríamos a nos falar, ou se ele simplesmente se afastaria de mim e eu teria que conviver com aquilo.

Eu não queria perder ninguém.

— No que tanto você pensa? – perguntou Grazy saindo da cozinha.

— No Guto e.. no Henrique.

Ela sorriu.

— O seu triângulo amoroso. – brincou ela.

Suspirei impaciente.

— O Guto não fala comigo e o Henrique quer falar comigo, e eu tô com medo do que ele quer dizer e tô com medo do Guto nunca mais falar comigo.

— Vocês são amigos, é claro que ele vai. – ela massageou meu ombro. — Olha, você errou em ignorar ele e ele deve estar magoado, mas a gente sabe que ele gosta muito de você.

Ele gostava ou já havia gostado.
Mas aquilo não mudava muita coisa e se ele achasse melhor não falar mais comigo para o bem dele?
O que eu tinha que fazer a afinal?

— Mas e se essa mágoa nunca passar? Ele tem direito de continuar com raiva de mim. – desviei meu olhar para Grazy. — O que eu posso fazer? Dizer que eu quero que ele ainda goste de mim e que eu só fiquei confusa porque ele me pegou de surpresa.

— O que você quer dizer com isso?

— Não quero perder ele. – senti meus olhos ficarem molhados. — Não posso perder ele porque eu preciso que ele fique comigo e...

Grazy arquiou a sobrancelha.

— E o que? Você está apaixonada por ele.

Quase me engasguei com minha própria saliva.

— Não, claro que não. – ela riu e balançou a cabeça. — Ele é meu amigo e eu não quero correr o risco de estragar tudo que a gente tem.

— Ou seja você não vai dar uma chance de você ficarem juntos porque tem medo de não dá certo e você perder ele de vez. – concluiu ela.

Exatamente...

Por que você acha tanto que eu quero ter alguma coisa além de amizade com ele?

Ela fez uma careta engraçada e eu segurei o riso.

— Porque está escrito na sua testa, Viviane. Você gosta dele, e só porque as coisas com Henrique deram errado você acha que com o Guto também vão dar. – ela hesitou. — Você gosta tanto dele que preferir não tentar nada parar não estragar a ligação que vocês têm, só que você não tá considerando que as coisas podem da certo entre vocês.

Era uma boa ideia considerar que poderíamos da certo, mas meu medo de estragar tudo era maior.

— Eu vou esperar ele voltar a falar comigo e nós vamos voltar a ser amigo novamente.

— Sabe que pode estar cometendo um erro não é?

Isso era o que mais doía, eu não saber se aquela decisão era ou não um erro e se eu fosse atrás de Guto e tudo fosse ainda pior?
E se não?

— Eu não tenho como saber e eu não quero arriscar nada. – olhei para Guto que atendia uma mesa. — Quero resolver as coisas entre mim e ele.. e entre Henrique também.

— E quando você vai falar com o Henrique?

Forcei um sorriso.

— Daqui a uma hora, na quadra.

Grazy passou a mão pelos cabelos.

— Eu espero que o Guto não veja vocês esse "encontro". – disse ela fazendo aspas com as mãos. — Ele vai ficar hoje pra fechar.

Lascou..

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora