Capítulo 3.

238 77 99
                                    

15 dias antes

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

15 dias antes...

Acordei atrasada naquela manhã, o que era uma raridade já que eu nunca me atrasava.
Levantei da cama em um pulo e corri para o banheiro, me arrumei em uns dez minutos e desci para tomar café.

— Cadê a mamãe? – perguntei para papai que já estava de saída.

— Já foi trabalhar, ela teve que sair cedo hoje disse que era pra você ir para a escola de ônibus e que ela iria te buscar hoje. – respondeu ele.

Tratei de comer bem rápido, escovei os dentes e subi até meu quarto para pegar minha mochila, olhei no celular a hora já eram 6:45.
Sai correndo até a parada mais próxima e esperei quase 20 minutos até o ônibus passar.

— Até que enfim. – resmunguei entrando no ônibus.

Pela graça divina, encontrei um banco vago, mas o estranho era que haviam várias pessoas em pé e nenhuma havia sentado naquele lugar.
Fiquei sentada mais dez minutos até que cheguei a minha parada, puxei a cordinha e desci, de longe pude ver o vigia se preparando para fechar o portão.

Engoli em seco e saí correndo que nem uma louca, tropeçando e esbarrando nas pessoas a minha frente, foi por pouco mais consegui chegar a tempo.

— Eita Viane! O que aconteceu? Você nunca se atrasa. – disse Gilson o vigia.

Dei um sorriso forçado e respondi.

— Desculpa Gilson, perdi a hora e ainda tive que vim de ônibus.

Me despedi do mesmo e caminhei pelo jardim da escola até o pátio, onde assim que passei por uma roda de alunos os mesmos começaram a sorrir.
Me olhei de cima a baixo não tinha nada.
Passei por um grupinho do terceiro ano e eles também começaram a sorrir.

Comecei a sentir me corpo ficar gelada, e minha vergonha aumentar ao ponto de me engolir por inteira.
Enfim encontrei Duda e Grazy que estavam conversando ao lado da sala.

— Oi, tem alguma coisa errada comigo? – perguntei.

Grazy me observou e disse:

— Que eu veja nada você tá normal.

Duda olhou ao redor do corredor e reparou que alguns alunos riam e cochichavam olhando para mim.

— Viviane.. da um volta por favor.

Sem entender fiz o que a mesma pediu, e assim que me virei elas começaram a sorrir.

— É a gente já sabe porque estão sorrindo. – disse Grazy com a mão na boca.

Duda concordou.

— Tem um chiclete na sua bunda, querida. – disse antes de voltar a gargalhar.

Corri até o banheiro e elas me seguiram, me virei e olhei para o espelho, não tinha explicação para o tamanho daquele chiclete nojento.
Parecia que era no mínimo 3 em 1, ele era uma mistura de verde com alguma outra coisa nojenta.

— Aí meu Deus, que nojo! Bem que eu deveria ter desconfiado o porquê que ninguém sentou naquela banco.

Passamos alguns minutos tentando tirar o chiclete, mas as tentativas foram em vão, ele estava bem grudado no meu traseiro.

— O jeito é a gente ir na diretoria, pedir pra ela liberar você, você não pode entrar na sala desse jeito.

— Todos iriam rir. – completou Duda.

Concordei com elas e esperei que a campainha bastasse, assim cada um estaria na sua sala e ninguém mais me veria daquele jeito.
Assim que todos entraram em suas salas, eu saí do banheiro com Grazy atrás e Duda na minha frente, o que fez eu me sentir uma artista acompanhada de suas seguranças.

Batemos na porta da diretoria, e ouvimos um "Pode entrar",  entramos e ficamos em pé, olhando para a diretora que estava sentada mexendo em seu notebook.

— Então Diretora Silvia, eu queria pedir uma autorização pra ir embora. – falei.

Ela tirou seu olhar do notebook e nos fitou com a testa franzida, parecendo confusa.

— Mas o que..? – perguntou com a voz grave.

Duda suspirou.

— É assim diretora, a minha amiga é desmiolada da cabeça e acabou sentando em um banco do ônibus que tinha um chiclete.

— E o resultado foi esse. – completou Grazy, me virando de costas.

Fiz careta para as duas e as mesmas apenas taparam a boca evitando um sorriso.
Pude ouvir um risinho baixo da diretoria que logo se recompôs.

— Bem isso não é problema. – me voltei pra ela com os olhos arregalados. — Venham comigo eu tenho um ideia.

Seguimos a mesma sem entende, e fomos parar em uma sala onde ficava o material de educação física, lá no meio das tralhas a diretora apareceu com um calção amarelo grande e sujo de esporte.

— Ah não, a senhora não quer que eu use isso não é!? – grunhi assustada.

Duda e Grazy voltaram a cair na gargalhada.

— Olha tia não é por nada não, mas ela vai passar uma vergonha ainda maior com esse calção ridículo. – disse Duda vermelha de tanto sorrir.

— Bem essa é minha sugestão, estamos em semana de revisão e não é permitido faltas, mas se a senhora quiser voltar pra casa saiba que levará uma advertência. – respondeu ela irritada.

Bufei de ódio, eu nunca na vida havia levado uma advertência para casa e se mamãe me colocasse de castigo por isso? Como eu continuaria com o plano?

Tudo bem diretora, eu vou vestir o calção. – falei, pegando ele de sua mão e saindo até o banheiro.

— Obrigada pela grande ajuda. – disse Grazy para Silvia, antes de sair.

— Uma cretina dessa,  até parece que nunca foi adolescente. – murmurou Duda.

Entrei no banheiro novamente, tirei minha calça e vesti aquele calção feio e folgado.
Meu Deus, como eu estava ridícula.

— Se der um vento você sai voando nesse calção. – disse Grazy fazendo Duda sorrir.

— Meu Deus Viane, você se mete em cada uma.. Jesus.

Dessa vez eu tive que concordar.

— Tá bom, agora é melhor a gente ir pra sala. – falei assim que o segundo sinal tocou.

Quando entramos na sala a professora ainda não havia chegado, mas para meu azar todos olharam para mim e a explosão de gargalhadas começaram.

— Bando de idiotas. – reclamou Duda.

Percorri meu olhar até a sala e vi Henrique que não estava rindo como os outros, mas apenas me olhando meio confuso.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora