15 dias antes...
Acordei atrasada naquela manhã, o que era uma raridade já que eu nunca me atrasava.
Levantei da cama em um pulo e corri para o banheiro, me arrumei em uns dez minutos e desci para tomar café.— Cadê a mamãe? – perguntei para papai que já estava de saída.
— Já foi trabalhar, ela teve que sair cedo hoje disse que era pra você ir para a escola de ônibus e que ela iria te buscar hoje. – respondeu ele.
Tratei de comer bem rápido, escovei os dentes e subi até meu quarto para pegar minha mochila, olhei no celular a hora já eram 6:45.
Sai correndo até a parada mais próxima e esperei quase 20 minutos até o ônibus passar.— Até que enfim. – resmunguei entrando no ônibus.
Pela graça divina, encontrei um banco vago, mas o estranho era que haviam várias pessoas em pé e nenhuma havia sentado naquele lugar.
Fiquei sentada mais dez minutos até que cheguei a minha parada, puxei a cordinha e desci, de longe pude ver o vigia se preparando para fechar o portão.Engoli em seco e saí correndo que nem uma louca, tropeçando e esbarrando nas pessoas a minha frente, foi por pouco mais consegui chegar a tempo.
— Eita Viane! O que aconteceu? Você nunca se atrasa. – disse Gilson o vigia.
Dei um sorriso forçado e respondi.
— Desculpa Gilson, perdi a hora e ainda tive que vim de ônibus.
Me despedi do mesmo e caminhei pelo jardim da escola até o pátio, onde assim que passei por uma roda de alunos os mesmos começaram a sorrir.
Me olhei de cima a baixo não tinha nada.
Passei por um grupinho do terceiro ano e eles também começaram a sorrir.Comecei a sentir me corpo ficar gelada, e minha vergonha aumentar ao ponto de me engolir por inteira.
Enfim encontrei Duda e Grazy que estavam conversando ao lado da sala.— Oi, tem alguma coisa errada comigo? – perguntei.
Grazy me observou e disse:
— Que eu veja nada você tá normal.
Duda olhou ao redor do corredor e reparou que alguns alunos riam e cochichavam olhando para mim.
— Viviane.. da um volta por favor.
Sem entender fiz o que a mesma pediu, e assim que me virei elas começaram a sorrir.
— É a gente já sabe porque estão sorrindo. – disse Grazy com a mão na boca.
Duda concordou.
— Tem um chiclete na sua bunda, querida. – disse antes de voltar a gargalhar.
Corri até o banheiro e elas me seguiram, me virei e olhei para o espelho, não tinha explicação para o tamanho daquele chiclete nojento.
Parecia que era no mínimo 3 em 1, ele era uma mistura de verde com alguma outra coisa nojenta.— Aí meu Deus, que nojo! Bem que eu deveria ter desconfiado o porquê que ninguém sentou naquela banco.
Passamos alguns minutos tentando tirar o chiclete, mas as tentativas foram em vão, ele estava bem grudado no meu traseiro.
— O jeito é a gente ir na diretoria, pedir pra ela liberar você, você não pode entrar na sala desse jeito.
— Todos iriam rir. – completou Duda.
Concordei com elas e esperei que a campainha bastasse, assim cada um estaria na sua sala e ninguém mais me veria daquele jeito.
Assim que todos entraram em suas salas, eu saí do banheiro com Grazy atrás e Duda na minha frente, o que fez eu me sentir uma artista acompanhada de suas seguranças.Batemos na porta da diretoria, e ouvimos um "Pode entrar", entramos e ficamos em pé, olhando para a diretora que estava sentada mexendo em seu notebook.
— Então Diretora Silvia, eu queria pedir uma autorização pra ir embora. – falei.
Ela tirou seu olhar do notebook e nos fitou com a testa franzida, parecendo confusa.
— Mas o que..? – perguntou com a voz grave.
Duda suspirou.
— É assim diretora, a minha amiga é desmiolada da cabeça e acabou sentando em um banco do ônibus que tinha um chiclete.
— E o resultado foi esse. – completou Grazy, me virando de costas.
Fiz careta para as duas e as mesmas apenas taparam a boca evitando um sorriso.
Pude ouvir um risinho baixo da diretoria que logo se recompôs.— Bem isso não é problema. – me voltei pra ela com os olhos arregalados. — Venham comigo eu tenho um ideia.
Seguimos a mesma sem entende, e fomos parar em uma sala onde ficava o material de educação física, lá no meio das tralhas a diretora apareceu com um calção amarelo grande e sujo de esporte.
— Ah não, a senhora não quer que eu use isso não é!? – grunhi assustada.
Duda e Grazy voltaram a cair na gargalhada.
— Olha tia não é por nada não, mas ela vai passar uma vergonha ainda maior com esse calção ridículo. – disse Duda vermelha de tanto sorrir.
— Bem essa é minha sugestão, estamos em semana de revisão e não é permitido faltas, mas se a senhora quiser voltar pra casa saiba que levará uma advertência. – respondeu ela irritada.
Bufei de ódio, eu nunca na vida havia levado uma advertência para casa e se mamãe me colocasse de castigo por isso? Como eu continuaria com o plano?
— Tudo bem diretora, eu vou vestir o calção. – falei, pegando ele de sua mão e saindo até o banheiro.
— Obrigada pela grande ajuda. – disse Grazy para Silvia, antes de sair.
— Uma cretina dessa, até parece que nunca foi adolescente. – murmurou Duda.
Entrei no banheiro novamente, tirei minha calça e vesti aquele calção feio e folgado.
Meu Deus, como eu estava ridícula.— Se der um vento você sai voando nesse calção. – disse Grazy fazendo Duda sorrir.
— Meu Deus Viane, você se mete em cada uma.. Jesus.
Dessa vez eu tive que concordar.
— Tá bom, agora é melhor a gente ir pra sala. – falei assim que o segundo sinal tocou.
Quando entramos na sala a professora ainda não havia chegado, mas para meu azar todos olharam para mim e a explosão de gargalhadas começaram.
— Bando de idiotas. – reclamou Duda.
Percorri meu olhar até a sala e vi Henrique que não estava rindo como os outros, mas apenas me olhando meio confuso.
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Como Arrumar Um Namorado Em 17 Dias
Ficção AdolescenteFaltando apenas 17 dias para seu aniversário, Viane se vê encurralada a procura de um namorado, tudo isso para cumprir uma promessa feita a sua avó. Para isso a mesma junto com suas amigas Duda e Grazy fazem um plano maluco em busca desse tão sonhad...