Viane.

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Duda franziu o cenho.

— Mas por que te importa o Guto ter visto?

Passei a mão pelos cabelos e pensei sobre sua pergunta, fazia sentindo Duda não estar entendo nada até porque eu não tinha contado nada para ela.

— A gente se beijou.. antes de ontem. – soltei a deixando boquiaberta.

— Então.. ele gosta de você? E você dele?

Parecia uma perguntar simples, mas fazia minha cabeça doer.

— Eu não sei mais se ele gosta.. eu só quero me resolver com ele, explicar que não sinto nada pelo Henrique. – dei um longo suspiro. — Eu meio que dei esperanças e magoei ele depois.

Ela acentiu.

A casa de Guto era na outra rua, eu sabia que teria que falar com ele uma hora ou outra, até porque se eu fosse covarde e não fizesse isso acabaria perdendo ele.
Mas por mais que eu quisesse, tudo estava recente demais e eu temia que acabasse desmaiando ou coisa pior se o visse.

— Quando vocês se aproximaram? Por que não me contou do beijo?

Dei de ombros.

—  Eu não tive muito tempo pra pensar em nada, mas eu ia te contar de qualquer jeito.– ela pareceu insatisfeita. — Eu não sei dizer, mas viramos grandes amigos e ele sempre estava me aconselhando ou coisa do tipo.. sinto falta dele.

Sentia falta de toda a sua proteção, das nossas conversas e como nada parecia nos abalar.
Agora tudo estava estranho e confuso e eu tinha medo de acabar estragando mais ainda as coisas.

— Eu vou falar com ele.. hoje não consigo, mas talvez amanhã na lanchonete. – falei.

Duda mordeu o lábio parecendo hesitar.

— O que foi?

— Bem.. ele não vai mais trabalhar na lanchonete, ele conseguiu uma bolsa pra fazer um pré vestibular. – ela tocou minhas costas. — Vai ficar muito mais difícil de ver ele agora, acho que as aulas dele começaram hoje.

Era só o que faltava, não bastava toda aquela confusão agora não conseguiria me resolver com ele tão cedo.

Depois que sai da casa de Duda voltei para casa a fim de ocupar minha cabeça com outra coisa, fiz alguns exercícios, assiste televisão com vovó e no final da noite não consegui me conter e mandei uma mensagem a Guto:

Espero podermos conversar, tenho muito coisa pra te falar.

A mensagem foi visualizada minutos depois e ignorada, senti uma raiva crescer em mim.
Eu entendia sua insatisfação com tudo que tinha acontecido, mas também aconteceram coisas ruins comigo e ele parecia não ligar.

Custava me ouvir?

Levantei da cama e fui arrumar meu material para o dia seguinte e acabei tropeçando em uma caixa do lado da cama, era o presente de Guto.
Peguei ele rapidamente e a abri, tinha um bilhete:

Sua mãe me ajudou com as fotos, não brigue com ela.

Era um álbum de foto customizado, era rosa e com uma foto minha ainda bebê na frente, possuía um título: Memórias da Viane.
Dentro dele havia fotos minhas crianças até chegar a adolescência e algumas fotos minha e das meninas na lanchonete, e no meio do álbum tinha uma página entitulada: Guiane.

Para nossas futuras fotos juntos.

Meu coração apertava e as lágrimas desceram lentamente, eu nem conseguia entender os sentimentos que aquele presente tinha me dado.

Na escola tive que aguentar algumas piadinhas sem graça e uns risinhos aqui ou ali, mas aquilo não durou nem uma semana e depois toda a atenção do nosso ano estava concentrada Letícia e Henrique e o namoro perfeito dos dois

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Na escola tive que aguentar algumas piadinhas sem graça e uns risinhos aqui ou ali, mas aquilo não durou nem uma semana e depois toda a atenção do nosso ano estava concentrada Letícia e Henrique e o namoro perfeito dos dois.

O show de talentos foi adiado naquela semana para dali a um mês e minha esperança de ver Guto na próxima semana foi por água abaixo.
Na sexta-feira daquele semana resolvi ir até a casa dele, mas quem abriu a porta foi sua mãe.

Ela estava com um sorriso no rosto, mas ele sumiu assim que ela me viu e sua expressão ficou cética.
O que me fez deduzir que Guto havia contado tudo para ela.

— Oi, tudo bem? – disse ela.

Dei um sorriso constrangido.

— Tudo, eu queria falar com o Guto.. ele tá aí?

— Não. – suspirei desapontada. — Mas amanhã ele vai estar.. Eu aviso ele que você veio.

Agradeci a ela e subi em minha bicicleta, eu não conseguia falar com Guto porque o mesmo não parava em casa e não respondia minhas mensagens.
Agora Vitória além de ignorar minhas mensagens também me ignorava pessoalmente.

Eu entendia que tinha a magoado de verdade, mas não sabia mais o que fazer, já tinha tentando falar com ela juntamente com Duda e Grazy e separadamente também, mas nenhuma daquelas formas dava certo.

Vitória parecia concentrada em não nós ouvir e assim os dias iam passando, eu ia perdendo a coragem de falar com Guto e a esperança de voltar a ser amiga de Vitória.

Quando cheguei em casa na sexta-feira tive um surpresa:

— Meu bem, vá dormir cedo porque amanhã vamos passar o dia com sua avó e depois deixar ela no aeroporto. – disse mamãe.

Lascou..

Amanhã? Por que ela vai amanhã.. podia ficar mais uns dias.

Vovó sorriu.

— Eu bem que queria, mas tenho minha casa e minha Flora que está na vizinha.. ela é muito acostumada comigo e deve estar sentindo minha falta.

Meus planos foram estragados por causa de uma gata.
Agora eu não poderia mais ver Guto no sábado, o que me restava era o domingo se eu tivesse sorte, ele poderia não estar em casa também.

Assim no sábado acordei cedo e saí com mamãe e vovó, fomos ao shopping e depois em um restaurante, vovó embarcou às quatro da tarde e quando cheguei em cada já era mais de seis horas da tarde.

Peguei me celular e olhei as mensagens que eu havia mandado para Guto, várias mensagens sem respostas.

Não aguentando mais ser ignorado daquele jeito resolvi ligar pra ele, ele não atendeu então resolvi deixar um recado.

Eu quero muito conversar com você.. eu sei que você ainda está com raiva de mim.. mas não acho que isso vá nós levar a algum lugar. – respirei fundo tentando evitar as lágrimas. — Se você não gosta mais de mim, eu preciso que você diga isso na minha cara... Cansei de ser ignorada.. então se você puder espero que pelo menos me ousa amanhã.

Recado enviado.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora