Capítulo 10.

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08 dias antes

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08 dias antes...

Acordei cedo no dia seguinte, para falar a verdade eu nem havia dormido, estava absurdamente nervosa com a peça, tanto que até tinha passado pela minha cabeça faltar na escola, mas eu não poderia fazer isso com Henrique.
Me levantei cama quase 06:30 e fui tomar banho, algo me dizia para ir mais arrumada para a escola naquele dia, mas minha preguiça falava mais alto.

— Viane! – chamou mamãe batendo na porta. — Se apressa ou vai acabar chegando atrasada.

— Já tô indo.  – respondi.

Comecei a me arrumar mais rápido, até porque não era costume meu chegar atrasada na escola, coloquei o vestido da peça dobrado dentro de uma sacola, peguei minha mochila e desci para a sala.

— O que deu em você hoje? Sempre acorda cedo e é a primeira a se arrumar. – perguntou mamãe.

— Fui dormir tarde ontem e perdi a hora. – menti.

Mamãe me observou e disse por fim:

— Dormiu tarde fazendo o que?

Dei um suspiro.

— Conversando com o namorado dela.– disse meu irmão com a boca cheia de cereal.

Dei um tapa em sua testa e mandei o mesmo calar a boca, fazendo mamãe me repreender.
Antes de entrar no carro peguei uma maçã e come durante o trajeto, por insistência de mamãe já que eu não estava com um pingo de fome por conta do nervosismo.

Assim que chegamos na escola, dei um beijo em mamãe e saí correndo para entrar na escola já que o sinal já tinha tocado.
Quando entrei na sala os alunos ainda estavam chegando, então eu não estava muito atrasada, passei por Letícia na porta e caminhei até meu lugar.

— Pensei que você ia faltar. – disse Grazy.

— Olha não vou negar que era uma boa ideia, pouparia muita vergonha.

Duda balançou a cabeça impaciente e respondeu:

— Deixa de besteira! Você tem mais é que aproveitar as oportunidades, fazer uma mini peça com o Henrique e ainda poder ganhar um beijo.

Grazy nos olhou com um misto de curiosidade e surpresa.

— Como assim beijo? Eu sou sempre a última a saber das coisas.

— Não vai ter beijo, quer dizer vai ter, mas na bochecha, eu não quero beijar ele de verdade na frente de todas essas pessoas. – respondi.

Era uma verdade, por mais que eu quisesse beijá-lo não conseguiria com todos os olhares sob mim, já seria difícil fazer a peça, beijar então estava fora de cogitação.

A professora logo entrou na sala, mas Henrique ainda não havia chegado o que fez meu frio na barriga aumentar ainda mais.
E se ele faltasse?
Eu teria que apresentar a peça sozinha? E ainda ter que lidar com as piadinhas?

Virei meu rosto lentamente e fitei sua carteira, minha prima também estava olhando para ela e parecia bastante feliz, desviei meu olhar logo em seguida.

— Não acredito que ele não vai vim, a gente passou a tarde ensaiando. – falei desanimada. — Será se aconteceu alguma coisa?

Eduarda olhou para a porta e depois para mim e me deu um sorriso triste, já estávamos convencidas que o mesmo não iria para a aula.

E o todo aquele ensaio?
Nossa conversa?
Tudo para ele faltar no dia seguinte?

— Sua prima tá muito sorridente hoje. – disse Grazy. — Logo ela feliz porque o Henrique faltou?

Olhei para minha prima rapidamente e pude ver a alegria e satisfação estampada em sua cara.

— Duvido que esteja feliz porque ele faltou, na certa aconteceu alguma coisa boa com ela, não sei.

Duda suspirou.

— Essa coisa boa é porque o Henrique faltou e te deixou na mão, ela tá morrendo de felicidade por causa disso.

— Credo Eduarda, eu sei que eu e ela não nos damos muito bem, mas não deve ser isso, até porque o mundo não gira ao meu redor pra ela se importar tanto assim comigo. – protestei impaciente.

Duda me olhou com deboche e deu de ombros.

Certo que Letícia e eu tínhamos nossos problemas, ainda mais quando ela fez questão de inventar pra a família toda que eu estava namorando, e por conta daquilo eu estava evitando todas as ligações dos familiares.
Por sorte mamãe não estava pegando no meu pé com essa história, ela estava preocupada demais com a festa.

A festa.. só pensar nela me dava calafrios, todos os familiares lá e uma boa parte da escola também, eu não poderia passar uma humilhação na frente de todo aquele povo.
Até lá se tudo desse certo eu e Henrique estaríamos juntos e eu poderia apresentar o mesmo para toda a família.

— Tá pensando em que? – perguntou Duda.

— Na minha festa, só faltam oito dias.. eu nunca nem comprei meu vestido e tô evitando ligações dos familiares porque eles querem saber do tal namorado. – reclamei.

— Se eu fosse você esquecia isso e dava atenção pro mais importante agora. – disse Grazy me fazendo seguir seu olhar.

Lá estava Henrique com o uniforme amassado, cabelo molhado e um sorriso desajeitado no rosto, ele olhou pra mim e levantou a sobrancelha e piscou, logo que entrou na sala e se sentou Letícia puxou o mesmo pelo ombro e disse algo em seu ouvido.

— O que será que ela tá dizendo pra ele? – perguntei em voz baixa para as meninas.

Elas deram de ombros, mas continuaram olhando na direção dos mesmos até eles se afastarem.

— Tô com medo, e se ele não quiser apresentar o trabalho?

— Relaxa! Tenho certeza que ele só veio por causa desse trabalho e de você não é. – respondeu Duda e Grazy concordou.

Eu não tinha certeza, mas me permitia  acreditar naquilo, o jeito que o mesmo olhou para mim quando chegou mostrava isso.
Peguei um pequeno pedaço de papel e escrevi:

Nosso trabalho ainda tá de pé?

Pedi para Felipe passar para Henrique e ele o fez, Henrique recebeu o bilhete, abriu e logo escreveu a resposta.
Quando o bilhete chegou em mim novamente, estava escrito:

Com toda certeza, princesa.

Senti um alívio sem tamanho, não só por causa do trabalho, mas porque o mesmo demonstrava se preocupar comigo e aquilo era de outro mundo.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora