Viane.

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Tudo aconteceu muito rápido, eu ainda perdida com tudo aquilo, meu nome estava escrito no quadro os alunos riam de mim e de Duda.
O cesto de lixo havia caído por cima dela e a mesma estava possessa, e quando segui seu olhar e vi minha prima e o pincel em sua mão senti meu fôlego faltar.

Eu vou te matar..

Duda caminhou até o fundo da sala onde Letícia estava, eu sabia que a mesma tiraria satisfações, mas não podia imaginar o que veria em seguida.
Duda segurou Letícia pelos cabelos, seu rosto estava vermelho e ela gritava irada, vi minha prima ser jogada pelos cabelos em cima de uma fileira de mesas, a mesma caiu com as pernas abertas e a mesas caíram por cima dela.

Levei a mão a boca assustada, os alunos se levantaram e fizerem uma roda em torno da sala e todos gritavam "Briga! Briga! Briga!"

Letícia se levantou, estava com um arranhão na testa, Duda ainda estava parada olhando para ela, ela pulou encima de Duda que a segurou pelos braços e pressionou ele nas costas da mesma que gemeu de dor.
Letícia deu um pisão em Duda que a soltou e ela pode dar um soco em sua barriga, Duda cambaleou e caiu sentada em uma cadeira, mas ela não perdeu tempo e foi para cima de Letícia novamente.

— Para com isso Eduarda! – gritei.

— Elas vão se matar. – disse Henrique sorrindo.

Mas aquilo não era engraçado era trágico, minha amiga brigando com minha prima que era filha da coordenadora da escola, não tinha como aquilo acabar bem.

— Eu vou separar elas. – falei dando alguns passos, mas fui impedida por Grazy e Henrique.

— Você tá louca? Deixa elas resolveram isso. – disse Grazy.

Olhei para ela confusa, balançando a cabeça.

— Você pode acabar se machucando. – protestou Henrique. — A professora vai chegar e elas vão se separar.

Olhei novamente para Duda que estava caída no chão e Letícia estava encima da mesma puxando ela pelos cabelos, Duda passou as mãos pelo pescoço dela e começou a enforcar a mesma até derrubar ela.

Eu estava aflita queria chorar e pedir para elas pararem, já estava roendo as unhas e sentindo meu corpo tremer.
As duas já estavam machucadas, aquilo deveria acabar, mas não acabava elas continuavam lá brigando.

— Henrique separa elas! – pedi com lágrimas nos olhos.

— Separar pra quê? A gente tá na melhor parte da briga. – respondeu ele sem se importar.

E tudo aquilo por minha culpa, a cesta com lixo era pra mim, toda aquela mini humilhação era pra mim, mas Duda estava brigando no meu lugar.

— Não sei porque você fica tão ofendida. – berrou Letícia. — Vocês não merecem estudar nessa escola.

Duda ouviu tudo calada e assim que minha prima fechou a boca ela emendou um soco no nariz da mesma, fazendo ela cair.
Mas minha prima levantou rapidamente com o nariz sangrando e foi novamente para cima Duda.

— Por favor, alguém para isso! – gritei sentindo as lágrimas descerem. — Já chega gente!

— Eduarda! Deixa ela, ela já levou o que merecia. – gritou Grazy.

Mas o resto da sala parecia bem animado e ficavam incentivando as duas que pareciam que não iria parar nunca, e eu não podia chamar a diretora, quem iria separar aquilo?

Ao passar dos minutos aquela briga foi ficando mais violenta possível, a cada piscada era uma cena pior que a outra, Letícia sendo arremessada na parede da sala, Duda levando chutes, Letícia apanhando, Duda apanhando.

— Vagabunda! – gritou Letícia quando Duda puxou os cabelos dela.

— Eu disse que ia te matar, e seu não matar eu vou chegar perto.

Duda deu um joelhada na mesma que caiu no chão chorando, eu também estava chorando sentia as lágrimas descerem em peso e minha garganta abrir e fechar.

— Você vai se ferrar. – disse minha prima seguida de uma gargalhada. — Eu não tenho medo de você.

— Pois vai aprender a ter. – respondeu Duda fechando o punho.

Letícia correu até ela e começou a asunhar a mesma no rosto, Duda deu uma cotovelada na cabeça dela fazendo a mesma se afastar.

— Só isso que você sabe fazer? – debochou Letícia, e os alunos começaram a gritar.

Duda sorriu.

— Querida eu estou esperando por isso a muito tempo, você não sabe com quem tá se metendo.

Foi quando vi Felipe caminhando em minha direção, assim que o mesmo chegou mais perto segurei ele pelo braço e pedi em meio aos soluços:

— Por favor Felipe separa elas.

Ele assentiu e caminhou em direção às duas, no segundo seguinte Henrique estava atrás dele, as duas iam se atacar quando foram seguradas.

— Me solta, Felipe! – gritou Duda.

Eu não tinha visto ela com tanta raiva e aquilo chegava a me dar medo.
Felipe segurou Duda e a levou para o outro lado da sala, enquanto Henrique fez o mesmo com Letícia.

A professora estava atrasada, então podíamos limpar toda aquela cena.

— Gente! Ninguém aqui que perder pontos não é? – falei subindo na mesma da professora. — Então essa briga morreu aqui, é melhor a gente arrumar essa sala.

Os alunos obedeceram e começaram a levantar as mesas e cadeiras, Grazy levou Duda para o banheiro e as amigas de Letícia a levaram para o outro.
Cinco minutos depois a sala estava impecável, Duda voltou e foi aplaudida na sala todos gritavam e batiam palma e ela se inclinou em forma de agradecimento.

Minha prima foi até a diretoria e disse ter escorregado e batido o nariz, ela não voltou mais na sala e uma de suas amigas disseram que a mesma foi ao hospital porque achava que tinha deslocado o nariz.

— Ela tá aprontando alguma coisa. – disse Duda colocando a mão no queixo. — Por que ela não contou pra mãe dela e saiu como vítima?

Realmente fazia sentindo, minha tia defenderia ela com unhas e dentes e colocaria toda a culpa em mim e em minhas amigas, mas Letícia havia recusado aquele privilégio.

Por que ela faria aquilo?

A professora entrou na sala e todos os alunos se sentaram, ela começou a dar aula e não notou nada de estanho.
No meio da aula virei para trás onde Felipe estava e sussurrei.

— Obrigada.

Henrique estava olhando e pela sua cara estava incomodado, mas eu estava com raiva do mesmo que só foi separar a briga depois  que eu pedi para Felipe.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora