Capítulo 19.

68 13 3
                                    

Depois da festa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois da festa...

Cheguei em casa ainda chorando e acabei adormecendo assim que deitei na cama, mamãe não me acordou quando chegou e nem no dia seguinte.
Acordei por volta das nove horas, alguém tinha desligado o alarme e eu não levantei a tempo de ir para a escola.

"Talvez seja melhor assim" pensei.

Desci para tomar café sentindo meus olhos doloridos e inchados e minha cabeça dando fortes pontadas.

— Bom dia, flor do dia. – disse vovó que estava na cozinha.

Dei um beijo nela e fui preparar algo para comer enquanto ela me olhava com certo receio.

— Não tem mais ninguém em casa? – perguntei alguns minutos depois.

— Só nós duas, querida.

Terminei meu café e fui para o pé da escada, por mim eu ficaria trancada no quarto o dia inteiro, mas algo me incomodava por dentro, tanto que eu sentia meu peito doer.

— Desculpa por ontem a noite, eu não deveria ter saído da minha festa daquele jeito, fui muito egoísta. – falei voltando para a cozinha.

Ela me olhou com compaixão e me deu um sorriso largo, me aproximei de vovó e a abracei.

— Todos nós já fizemos besteiras na vida, a diferença é que uns enxergam o erro e pedem desculpas e outros não. – disse ela passando as mãos pelos meus cabelos.

— Só não sei se todos que eu errei vão me perdoar. – respondi com a voz embargada.

Henrique e Letícia estavam namorando e mesmo depois de todo o mal que ela me fez, beijar o namorado dela não foi certo.
Tinha também Vitória que descobriu sobre aquela ideia idiota de se aproximar dela por conveniência, e Guto que me viu beijar Henrique.

E como já não fosse pior, todo a escola ou pelo menos todo o nosso ano saberia daquele plano maldito de arrumar um namorado, minha cabeça doía só de relembrar a noite passada.

— Eu sei que brigou com sua prima, ela veio dizer para algumas das suas tias. – ela suspirou. — Letícia é uma menina difícil, mas ela não é má.. tenho certeza que ela tem suas contribuições para acabar fazendo certas coisas, vocês já foram amigas antes.. podem voltar a ser.

Me afastei de vovó pensando em suas palavras.

— Eu quero distância dela, se eu pudesse mudaria de escola só pra não ver mais a cara dela.

Vovó deu uma pequena gargalhada.

— Mudaria de família também?

Ela estava certa, não tinha como evitar Letícia e querendo ou não eu já tinha aprendido a conviver com a mesma, tentei acreditar que no final de tudo.. tudo aquilo seria uma grande bobagem.

Escutei o portão automático abrir e o carro entrar na garagem, mamãe havia chegado e eu já imaginava o que me esperava.

— Preciso subir agora. – disse vovó. — Vocês tem que conversar.

Um nó se formou em minha garganta.

— A bela adormecida acordou!? – disse mamãe entrando em casa.

Ela tinha o rosto sério, mas seu olhar tinha um misto de preocupação e angústia, seus lábios estavam curvados e ela parecia exausta.
Senti lágrimas brotarem no canto dos meus olhos e minha boca começou a tremer.

— Eu não queria ter saído daquele jeito. – falei com dificuldade.

Ela levantou a sobrancelha.

— Mas saiu, você deixou todos os seus convidados lá, Viviane! – ela quase gritou. — Você foi muito irresponsável, eu não sei o que eu fiz.. pensei que você tinha gostado da festa.

As lágrimas começaram a deslizar pelo meu rosto.

— Não foi culpa sua, foi minha culpa.. eu amei cada detalhe da festa, mas algumas coisas aconteceram. – falei entre os soluços.

— Eu sei, o Henrique  e sua prima brigaram.. porque vocês se beijaram, como pode fazer isso com sua prima?

Desviei meu olhar me sentindo envergonhada.

— Desculpa, eu queria muito que nada daquilo tivesse acontecido, queria mudar isso.  – respondi.

Ela segurou o ar e depois soltou pela boca e passou por mim e disse:

— Eu sinto muito se sua festa não foi como você esperava, mas tenho certeza que não é só pra mim que você deve desculpas.

Não mesmo.

Depois de conversar mais um pouco com mamãe, subi para meu quarto e debaixo das cobertas agarrada a um travesseiro me permiti chorar mais um pouco.

Eu tinha tanta coisa para resolver, mas não sabia como. Eu queira as coisas fossem mais fácies naquele momento, mas nada daquilo seria justo.

Quanto deu três e meia da tarde, tomei um banho e vesti um macaquinho preto e branco, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e peguei minha bicicleta.

— O que você quer aqui? – perguntou Letícia logo depois de abrir a porta.

Juntei coragem.

— Eu queria te pedir desculpas. – ela levantou as sobrancelhas parecendo surpresa. — Sei que o que eu fiz não foi certo, mas eu não pretendo de nenhuma forma atrapalhar o seu namoro.. até porqu..

Ela transmitia curiosidade.

— Até por que?

Vamos Viane, não está sendo tão difícil.

Porque eu gosto de outra pessoa e você não precisa se preocupar comigo, eu prometo. – respondi.

Ela mordeu o lábio e balançou a cabeça.

— Eu espero, mas não vamos ser amiguinhas e nem andar sorrindo uma para a outra. – disse ela me fazendo sorrir. — Até mais.

Subi em minha bicicleta e pedalei até a casa de Duda e assim que parei na frente de sua casa meu celular tocou.
Uma faísca de esperança surgiu em mim e eu senti minhas mãos tremerem, mas não era ele que estava me ligando e sim Henrique.

Olhei para a tela do celular alguns segundos antes de desligar e bloquear seu número, eu tinha dado minha palavra a Letícia.

Adeus, Henrique. – murmurei dramaticamente.

Deixei minha bicicleta na grama e toquei a campainha, Duda logo abriu a porta e saiu e nós ficamos na varanda sentada em cadeiras de balanço.

— Sua mãe brigou muito?

Fiz que mais ou menos com as mãos.

— O que aconteceu? Você foi embora depois do que a Letícia disse?

— Eu encontrei a Vitória depois e ela tava bem magoada e depois.. eu e o Henrique nós beijamos.

Duda ficou boquiaberta.

— Como é que é?

Relaxei os ombros.

— E o pio de tudo é que o Guto viu.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora