Viane.

81 43 0
                                    

As aulas passaram voando e logo chegou os dois últimos horários de literatura e meu nervosismo aumentava cada vez mais, aquela altura eu tinha medo de nenhuma palavra sair da minha boca na hora da apresentação

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As aulas passaram voando e logo chegou os dois últimos horários de literatura e meu nervosismo aumentava cada vez mais, aquela altura eu tinha medo de nenhuma palavra sair da minha boca na hora da apresentação.

— Calma Viane, você tá pálida. – disse Eduarda no banheiro enquanto eu me vestia.

Coloquei o vestido e Duda fez uma trança em meu cabelo, elas me convenceram a passar um pouco de maquiagem e pronto.
Me olhei no espelho ligeiramente e gostei bastante do resultado.

— Nossa! Você está bem bonita. – disse minha prima entrando no banheiro.

Olhei para as meninas que também pareciam surpresa com o elogio e logo depois agradeci.

— Espero que você vá bem, até porque todos nós sabemos como você é tímida e não queremos te ver passar vergonha. – completou ela.

— Não precisa se preocupar, a Viane sabe a fala toda na ponta da língua e está bastante relaxada. – respondeu Grazy.

Letícia deu um sorriso forçado.

— Claro que sim, mas nunca se sabe por isso vim desejar boa sorte.

— Nós estendemos, e obrigada Letícia. – respondi.

Saí do banheiro com as meninas e entrei na sala onde fui recebida com aplausos e assobios o que me deixou morrendo de vergonha, caminhei até o final da sala e sentei do lado de Henrique.

— Poxa, nem sei como é possível você fica ainda mais linda do que já é. – sussurrou ele para mim. — Melhor Julieta que eu já vi.

— Posso dizer que você é um Romeu bem jeitoso. – respondi fazendo o mesmo sorrir.

Na realidade ele também estava lindo naquela roupa de época, o cabelo com gel penteado para trás expondo seu lindo rosto.

As primeiras apresentações começaram e tomaram o primeiro horário inteiro.
Logo chegou a vez de Duda e Grazy que refizeram uma cena das irmãs Elizabeth e Jane Bennet de Orgulho e Preconceito, que ficou muito bom.

— Tá nervosa? – perguntou Henrique baixinho.

— Pra falar a verdade, eu tô e muito. – falei fazendo uma careta de angústia.

Ele deu um sorriso, pegou minha mão e começou a massagear não sei como o que mesmo sabia, mas aquilo me acalmava quase me deixando nas nuvens.

— Se você esquecer alguma fala é só improvisar ou se tiver envergonhada você pode fechar os olhos, vai te dá mais confiança, mas duvido que isso aconteça, você vai se sair bem. – disse o mesmo.

— Não sei se acredito muito nisso, mas obrigada, juro que vou fazer o possível. – respondi.

Olhei para ele que tinha sua atenção tomada para as apresentações e o admirei, parecia tão sereno e confiante e aquilo de certa forma me deixava mais calma.

Minha atenção foi tomada quando chegou a vez da minha prima que atuou super bem, o problema era que ninguém sabia da onde era a cena que a mesma estava fazendo, mas ninguém pareceu se importar muito.
O professor parecia meio chateado e quando a mesma terminou, pediu para que da próxima vez ela trouxesse algo de conhecimento geral.

— Agora só falta a última dupla, podem vim pra a frente Viviane e Henrique. – disse o professor.

Todos se voltaram para nós e eu senti um calafrio por todo o corpo, Henrique se levantou primeiro e me estendeu a mão, chegamos na frente e nos voltamos um para o outro.

— Relaxa. – sussurrou ele para mim.

— O casal já pode começar. – disse o professor.

Fechei os olhos juntos com Henrique e respiramos fundo e logo em seguida começamos, para a animação de alguns e ódio dos outros.

— Permita-me, formosa dama, beijar a mais bela mão que olhos humanos já viram?

Henrique se ajoelhou como parte da cena e beijou minha mão.

— Esse atrevimento é um pecado!

— Poderia pagar por esse pecado?

Henrique me olhava com um olhar sedutor e por breves momentos eu conseguia imaginar que não havia mais ninguém naquela sala além de nós dois.

— E como quer pagar? – falei sentindo minha voz tremer.

Ele sorriu.

— Com um beijo igualmente eterno. – respondeu ele fazendo surgir alguns gritinhos na sala.

— O senhor é muito e exato em contas de beijo..

Henrique deu um passo até mim de modo que ficamos quase colados, seu nariz tocava levemente no meu e nossas respirações estavam aceleradas, meus olhos estavam centralizados nós dele, mas eu quase podia ver todos olhando para nós com completa atenção.

— Ele vai beijar ela? – ouvi alguma garota perguntar.

— Claro que não, tá louca? – respondeu minha prima.

Ouvir aquilo fez toda minha atenção em Henrique ir embora e eu tentei me afastar, porém o mesmo segurou minha mão e a pós em seu peito.

— Viane.. você confia em mim? – sussurrou ele.

Fechei meus olhos e balancei a cabeça lentamente.

— Sim, eu confio.

Meus olhos permaneceram fechados, e eu apenas senti ele colocando a mão em meu rosto e aproximando o dele, senti seu lábios tocarem o meu rapidamente, então ele meu beijou, antes mesmo que eu conseguisse corresponder toda a sala começou a bater palmas e eu me afastei do mesmo envergonhada.

Olhei brevemente para os alunos e quase todo estavam de boca aberta, Duda e Grazy estavam com a mão na boca balançando a cabeça.
Dei alguns passos para trás e bati no quadro, os garotos pareciam animados com a cena e as meninas pareciam que iam me matar.

— Então Henrique, como foi tirar o bv da Viane? – perguntou minha prima para toda a sala ouvir.

Os alunos sorriam e o professor pediu para pararem, mas só continuaram.

— É sério que ela era bv? – perguntou um garoto e Felipe mandou o mesmo calar a boca.

— Coitadinha dela, acho que vai chorar. – disse uma das amigas de Letícia.

Saí da sala imediatamente e corri até o banheiro, me trancando em uma das cabines, fiquei sentada lá no chão até a campainha bater e eu ter certeza que não havia mais ninguém.

— Viviane? – perguntou Vitória batendo na porta. — Você tá aí?

Respondi que sim e a mesma saiu e depois voltou com Duda e Grazy, saí da cabine assim que elas chegaram.
Eu não tinha chorado até aquele momento, mas não aguentei nem mais um minuto e deixei as lágrimas caírem.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora