Viane.

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Estávamos no intervalo, eu estava esperando Henrique na porta da sala enquanto Letícia continuava lá sentada olhando para ele

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Estávamos no intervalo, eu estava esperando Henrique na porta da sala enquanto Letícia continuava lá sentada olhando para ele.

O que ela queria?

Henrique deu um sorriso para ela e caminhou em minha direção, o sorriso da minha prima se desmanchou e ela fechou a cara, parecia muito chateada e eu evitei olhar para ela pois não queria que ela achasse que eu estava provocando.

—Acho que minha prima não gostou muito de você vim lanchar comigo. – falei timidamente.

Henrique olhou para trás.

— Problema dela. – ele deu de ombros. - Ela é meio chatinha também.

— Por que?

— Ah, sei lá eu não gosto de menina chiclete e ela não larga do meu pé, eu gosto de meninas mais seguranças.

Eu estava preste a dar meia volta, porque um coisa que eu não conseguia ser era segura.
Eu até tentava, mas era difícil e eu não fazia ideia como alguém conseguia, mas sempre admirava quem era.

— Você vai lanchar? – perguntou ele.

Que pergunta era aquela?

Mas é claro! Hoje é o melhor lanche, tem farofa, quem não lancha no dia da farofa? – respondi fazendo ele sorrir.

Todas as sextas o lanche era arroz, feijão, farofa de carne, salada e suco meu lanche preferido da vida, eu nunca faltava nas sextas-feiras porque perder uma benção dos céus daquela era loucura.

Depois de entrarmos na fila e pegamos nossos lanches, Henrique e eu nós sentamos juntos o que atraiu alguns olhares para o meu azar.

— Sua irmã disse que sua mãe já esqueceu o ocorrido, mas eu acho bem difícil.. – comecei. — Não é todo dia que a gente toma um banho de milkshake.

Ele concordou.

— Verdade, mas não se preocupa eu e a Vitória limpamos sua imagem, ficamos te elogiando. – disse ele.

Senti meu rosto queimar com certeza eu estava ficando corada e aquilo era ruim pois ele perceberia.

— Sua irmã não disse que você também ia pro shopping.

— Ela me disse que você ia e deu vontade de ir, eu queria falar com você, mas disse pra ela não contar nada. – ele suspirou. — Ela não gosta muito quando me aproximo das amigas dela.

Eu estava comendo um pouco apressada, até porque com sorte eu poderia entrar na fila para lanchar de novo, mas quando ele terminou de falar senti a farofa descer com tudo por minha garganta.
Peguei o copo com suco e tomei ele quase de uma vez, e quando terminei limpei a boca com a mão.

— Você tá com fome hein..

Balancei a cabeça envergonhada.

— É que eu não tomei café, desculpa. - respondi.

Era mentira.

— Não tem problema, eu gosto quando as pessoas são o mais naturais possíveis comigo.

Como ele podia ser tão fofo?

Olhei para os lados tentando aliviar a tensão e vi Duda e Grazy dançando e apontando para a gente, enquanto Vitória sorria.
Aquelas duas me matavam de vergonha, o que a menina iria pensar?
Que eu era uma desesperada.. bem, eu estava.

— Minha irmã disse que você vai mesmo fazer seu aniversário na Casa dos sonhos. – disse ele tomando minha atenção.

— Pois é, no começo eu não tava muito afim, mas depois que a minha mãe me levou lá.. acho que tô até animada.

Ele me deu um sorriso canto de boca.
Fiquei ali calada quase um minuto olhando para ele, vendo ele piscar os olhos admirando seu rosto, observando ele mastigar.
Parei.
Eu poderia beijar ele ali mesmo, mas havia poréns:

1. Estávamos na escola.
2. Eu não sabia se ele gostava de mim.
3. Eu era bv, então deveria ser em algum lugar mais especial.

— Acho que aquele seu amigo Felipe gosta de você. – disparou ele.

Felipe, eu tinha uma crush nele no começo do ano, quando saímos juntos para fazer trabalho e jogávamos futsal.
Lembro que gostei dele quando o mesmo me defendeu de uns meninos que estavam rindo da minha bicicleta rosa choque, ele foi tão corajoso, mas depois eu percebi que éramos melhores como amigos.

— Por que você tá dizendo isso?

— Eu pedi pra ele passar o bilhete pra você e ele fez uma cara.. – ele arquiou a sobrancelhas. — Vocês tem alguma coisa? Ou já tiveram?

Quase me engasguei.

— Não, eu e o Felipe somos só amigos mesmo, talvez seja ciúmes de amigo porque a gente tá meio afastado.

— Entendi, ele tá na Friendzone. - disse ele me fazendo sorrir.

Ele esticou o braço e por um momento eu pensei que o mesmo iria acariciar meu rosto e depois me beijar, mas ele apenas limpou a farofa dos cantos da minha boca.

— A gente podia marcar um dia pra estudar, eu acho que vou me dar mal nas provas de exatas. – sugeriu ele.

Passar um tarde com Henrique, só nós dois e os números e talvez alguns beijinhos, poderia ter coisa melhor?

— A gente pode, é só você marcar.

— Você vai trabalhar hoje? – confirmei com a cabeça. — Então talvez eu passe lá pra te ver.

Me coração quase parou, mas ele havia falado talvez.
Como não se iludir já sendo iludida?

A campainha tocou e nos levantamos, encontrei a meninas no caminho da sala e caminhei do lado delas, enquanto Vitória falava alguma coisa para Henrique.

Eu estava perto da sala quanto vi quase todos os alunos olhando para mim e entrando na sala correndo, eu não estava entendo nada.
Cheguei mais perto para ver o que estava acontecendo, mas Duda me empurrou bem no momento.

— Da licença que eu quero ver o que tá acontecendo. – disse ela abrindo a porta.

No segundo depois o cesto de lixo que estava por cima da porta caiu, derrubando papel e embalagens e depois cobrindo a cabeça da mesma, entrei na sala junto com ela e vi escrito no quadro:

Viane faxineira do 2°B

Foi só aí que eu me toquei que aquela humilhação toda era pra mim, a maioria dos alunos começaram a sorrir e apontava para o quadro e para Duda.

Eu estava sentindo meu coração bater mais rápido e minha garganta fechar, meu rosto estava queimando, olhei para Duda que estava soltando fogo para os olhos olhando para o fundo da sala, segui seu olhar e vi minha prima sorrindo com um pincel na mão.

— Eu vou te matar.. – disse Duda antes de avançar na mesma.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora